Capítulo 47

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Anastasia

Sinto um aperto no coração desde quando cheguei em casa, e a sensação
não vai embora.
Pode ser nervosismo antes da competição. Acho que ninguém pode me
culpar por isso, considerando que amanhã será o maior desafio que já
enfrentei. As Olimpíadas são daqui a dois anos, mas há vários outros
campeonatos internacionais em que posso competir. É como vou mostrar
para a equipe olímpica o que posso fazer, o que eu posso oferecer, o que nós
podemos oferecer.
Todo o sofrimento que vivi me preparando para esse fim de semana tem
que valer a pena.
Precisa valer a pena.
Lola sabe que tem que me deixar quieta quando fico assim; não pode
dizer ou fazer nada para me ajudar, então prefiro ficar sozinha com meus
pensamentos. Eu marquei todas as tarefas como feitas no meu iPad, tomei
banho, me aconcheguei na cama com a minha camisa favorita do Titans, e
isso deveria ser o bastante, mas… não é.
A camisa acabou de sair da máquina de lavar, então está com um cheiro
forte de sabão em pó. É um cheiro que sempre adorei: o cheiro de roupa
limpa quer dizer que lavei minhas roupas, o que quer dizer que fiz mais uma
lista do meu planner. Mas, por algum motivo, o cheiro está me deixando
triste.
Ela não tem mais o cheiro de Nathan.E, num piscar de olhos, minha cama parece absurdamente vazia e a
camisa faz minha pele coçar.
Eu entendo a lógica da dra. Robeska de me fazer voltar a morar no
apartamento. Ela acha que o meu relacionamento com Aaron pode se
recuperar mais rápido se passarmos um tempo juntos em casa, como antes.
Quando conversamos sobre as coisas que fazíamos além de patinar, ficou
claro que os dois gostavam de passar um tempo juntos.
Precisávamos voltar a ter uma sintonia, e tirando o surto de Aaron no
gelo, funcionou. Eu queria isso também, e eu falei para Nathan antes mesmo
de Robeska mencionar a questão. Eu estava preocupada que Nathan e eu só
funcionaríamos na companhia constante um do outro e assim que a carreira
dele na NHL começasse, eu não ia conseguir apoiá-lo do jeito que ele
precisaria e isso faria a gente se afastar.
Mas eu não estou feliz aqui e sinto falta dos meus meninos.
De um deles em especial.
Depois de chamar algumas vezes, fico preocupada que ele não vá atender
minha ligação, que esteja ocupado demais com os amigos, ou tenha deixado
o celular no silencioso, mas antes que eu desligue, o rosto dele preenche a
tela.
— Desculpa, meu celular estava carregando do lado da cama. Está tudo
bem? — diz ele, preocupado, uma ruga se formando no meio das
sobrancelhas ao olhar para a tela.
— As roupas que eu roubei de você não têm mais o seu cheiro.
— ... Isso é bom ou ruim?
— Ruim. É uma coisa terrível, horrenda, catastrófica. Estou com saudade,
e isso está me deixando nervosa.
— Amor, você acabou de me ver... Por favor, não fique nervosa. O que
você quer que eu faça?
— Pode dormir aqui hoje? Eu sei que não quer ficar perto do Aaron, mas
ele vai ficar no quarto dele, e nós vamos ficar no meu — eu explico
rapidamente. — Você não vai vê-lo. Eu só preciso de você, Nate. Preciso que
faça aquela coisa que faz que deixa tudo magicamente melhor.Os cantos da boca dele se erguem para formar um dos meus sorrisos
favoritos. É o sorriso que ganho quando o pego de surpresa de um jeito
bom. Não acontece com frequência, porque ele me conhece muito bem; é
difícil pegar ele de surpresa, mas é isso que faz esse momento ser tão
especial.
— Eu, hum, não sei como faço isso que você está dizendo, mas vou sair
agora daqui. Quer que eu leve algo para você?
Nego com a cabeça e vejo ele saltar da cama e pegar uma bolsa.
— Não, amor. Só você. Só preciso de você.
Não consigo me concentrar no livro que deveria estar lendo.
Li um parágrafo ou dois, e depois meus olhos voltam para o ponto do
mapa na tela. Eu não sei se é fofo ou ridículo o quanto que fico empolgada
de ver o carro dele estacionar na frente do meu prédio.
Estou parada na porta como um cachorrinho empolgado, ouvindo o
barulho de sempre do elevador, e sendo julgada por Lola que está no sofá
assistindo a Hamilton pela décima vez esta semana. Ele nem termina de
bater na porta quando eu abro e o puxo para dentro.
— Oi. — Ele ri quando eu o abraço pela cintura.
— Você tem um cheiro tão bom — murmuro contra o seu peito. Aperto
mais forte, e ele enfia o rosto no meu cabelo e beija o topo da minha cabeça.
— Por mais gostosos que eu imagine que vocês sejam quando transam,
podem não fazer isso na minha frente? Vocês têm um quarto bem ali, e
estou tentando entrar no clima da Guerra da Independência — grita Lo da
sala de estar.
Eu arrasto Nate para o meu quarto antes que Aaron saia para investigar a
gritaria e o motivo da risada que ecoa pelo apartamento quando Lola mostra
o dedo do meio para Nathan após ele dizer para ela parar de ser tão tarada.
A dor no meu peito fica cada vez mais fácil de lidar a cada segundo que
passa, a cada segundo que sinto a pele de Nathan debaixo do meu toque. O
dedo dele ergue meu queixo e vira meu rosto na direção do dele.
— Tem certeza de que está bem?— Estava com uma dor no meu peito que não passava nunca. Sinto
muito por ter te arrastado de novo até aqui, mas, de uma maneira bem
egoísta, ter você por perto faz eu me sentir melhor. Sou muito grudenta?
Ele balança a cabeça, entrelaça os dedos nos meus e beija minha testa.
— Não tem nada que eu não faria para você se sentir melhor, Anastasia.
Não sei como vou passar meu cheiro pra você, mas… — Ele tira os tênis,
sobe na cama e vejo ele lutar contra meus travesseiros até ficar confortável.
Subo no colo dele, descansando minhas pernas de cada lado do seu corpo.
— Levanta os braços — digo para ele, mexendo na barra da sua camiseta.
Ele fez o que pedi, se inclinando para a frente e erguendo os braços para eu
puxar a camiseta. Ele se apoia de novo nos travesseiros e me deixa passar os
dedos pelo seu estômago até chegar na calça de moletom.
Cinza, claro, porque Nathan Hawkins é um homem que com certeza foi
escrito por uma mulher.
Suas mãos se movem rapidamente, e ele pega meus pulsos e ergue.
— Sua vez, Allen.
Eu mantenho os braços no ar enquanto ele puxa a barra da minha
camiseta e a tira. Meus mamilos ficam duros sob seu olhar, e quando ele
lambe meus seios e alisa minhas coxas, um arrepio me atravessa inteira.
A expectativa é asfixiante; as mãos dele vão para os meus quadris, passam
pela cintura e param logo abaixo dos meus seios. Nathan já me viu nua
inúmeras vezes, mas agora parece que nunca me senti tão exposta.
— Você é perfeita — ele sussurra, beijando a curva entre meus seios.
Estou praticamente arfando quando ele usa a língua em meu mamilo
enrijecido, geme em um tom satisfeito e chupa. Eu seguro seus ombros e
deixo a cabeça cair para trás quando ele troca de seio, dando a mesma
atenção para ambos. Ele lambe e beija meu pescoço, gemendo enquanto eu
rebolo sobre ele, e quando chega na minha boca estou prestes a pegar fogo.
— Eu te quero tanto — sussurro.
Ele dá uma risada sombria, e seus olhos estão brilhando.
— Pede com jeitinho.
— Nathan… — gemo com impaciência.
— É um bom começo; o que mais? Me diz o que você quer, meu bem.Meu corpo começa a se mexer, buscando desesperadamente por fricção,
por alguma coisa que alivie a dor entre as minhas pernas, então o que quero
está bastante óbvio. Os braços dele me envolvem pela lombar, me puxam
para perto e ele me vira até eu ficar de costas. Se eu tivesse apenas uma
memória pelo resto da vida, seria de Nate ajoelhado no meio das minhas
pernas abertas. O corpo dele é forte e duro, mas sua pele é lisa e macia. Ele
nem pisca quando olha para mim, cheio de desejo.
— Eu quero a sua boca.
— Onde quer a minha boca?
Eu passo o dedo pela frente da minha calcinha, sentindo o calor e a
umidade. Seus olhos seguem minha mão, os lábios formando um sorriso
arrogante.
— Você precisa se comunicar.
Todo o sangue do meu corpo vai para o rosto. Eu mordo a parte interna
da bochecha, observando ele me observar. As mãos dele estão massageando
minhas panturrilhas, então obviamente não está com pressa em me dar o
que quero. Meu peito está arfando, desesperado e impaciente.
— Eu quero a sua boca na minha boceta.
Ele puxa as laterais da minha calcinha, abre minhas pernas e fica no
meio. Aparentemente, o momento de me provocar acabou, porque ele não
hesita em enfiar a cara em mim e me devorar. Em poucos segundos, ele me
faz tremer, querendo mais e ao mesmo tempo sendo tomada pelo prazer.
— Você gosta disso? — ele provoca, sabendo bem que a resposta é sim.
Minhas mãos afundam no cabelo dele, puxando-o para perto, empurrandoo
para longe, mantendo-o no lugar, usando-o como uma âncora para
continuar nessa cama.
— Nate — eu peço, sem saber muito bem o que estou pedindo.
— Eu sei, meu bem. Eu sei que é bom. — Ele enfia um dedo em mim,
depois outro, então os dobra lá dentro e estou quase lá. — Vai gozar pra
mim?
Minhas pernas tremem e estou flutuando quando meu corpo começa a
ter espasmos.
— Nathan… cacete…Ele me deixa atordoada e sem fôlego na cama enquanto se levanta para
largar a cueca e a calça no chão. As mãos de Nathan seguram minhas coxas
nuas e me puxam para a beirada da cama, apoiando meus tornozelos nos
ombros dele. Ele segura a base do pau e passa a ponta pelas minhas dobras.
— Tão boazinha — diz ele orgulhoso, enfiando só a ponta. — Cacete, não
aperta tanto ou não vou aguentar nem trinta segundos.
Apertando minhas coxas para me manter firme, ele mete completamente.
— Pare de me chamar de boazinha e eu paro de apertar — respondo. Esse
relacionamento funciona bem porque Nathan ama me elogiar e eu amo ser
elogiada. Ele é gentil no começo, devagar, metendo fundo de um jeito que
faz meus dedos se contorcerem, mas depois sua mão se move pela minha
coxa e ele começa a me comer com mais força enquanto o seu polegar
massageia meu clitóris. — Você é bom demais com isso. — Eu tento respirar,
me esforçando para tocá-lo, mas ele está longe demais.
Nathan baixa minhas pernas dos ombros até os quadris, me levanta e me
carrega até a porta do quarto, onde me empurra.
— Melhor assim? Agora consegue me tocar? — Ele sorri, beijando e
mordendo meu queixo.
Eu me seguro nele, usando toda a energia que tenho enquanto sinto ele
entrar de novo e de novo. A sensação começa a crescer no meu estômago, se
intensifica quando Nathan geme e sussurra elogios no meu ouvido, e minhas
unhas afundam nos músculos tensos das suas costas. As investidas dele
ficam mais intensas e suas mãos seguram minhas coxas com mais força. E,
quando não aguento mais, a sensação explode e ativa todos os nervos do
meu corpo. Mais algumas investidas e ele chega ao clímax comigo,
grunhindo palavrões na minha garganta.
— Nossa, eu te amo.
Eu tiro o cabelo grudado na testa úmida e seguro seu rosto.
— Uhum — digo com a respiração falha. — Eu também te amo.

Quebrando o Gelo- Hannah GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora