Capitulo 5

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Tive vários vislumbres do meu passado por todo o tempo em que estive apagada, acordava poucas vezes e sempre estava sozinha, mas naquele dia foi diferente, Malton estava comigo.

Abri os olhos, ainda doía um pouco onde aquele monstro me deu um soco, as cores foram ganhando vida e me encontrei em um quarto verde com móveis rústicos e colchas de camas vermelhas, eu estava embrulhada e com um pano quente na cabeça, por algum motivo eles não queriam me matar.

Malton me ofereceu um copo de água e eu só aceitei porque estava com muita sede, cada gota ingerida parecia rasgar minha pele, o frio invadia minha garganta quente e eu me sentia - nem que fosse apenas um pouco - viva novamente.

Ele não trocou nenhuma palavra, apenas seguiu para fora do quarto e depois voltou, sentou-se a minha frente na cama de casal e me encarou. Eu estava com medo, mas não era tanto.

- Preciso que me diga o que você sabe sobre sua família. - Disse.

Cada palavra era um susurro, como se fossem palavras proibidas.

- Porque está me ajudando?

Minha cabeça doía e quase que a minha voz não sai, parecia que eu havia desaprendido falar.

- Eu sinto muito pela surra que levou.

Qual era o problema dele? Ele se importava comigo? Se se importava, porque ele ajudou os outros homens? Porque me deu um pisão?

- Me deixe fugir.

Era um risco, mas eu tinha que aproveitar que ele estava me ajudando.

- Não vou deixa-la fugir, pensas que sou louco?

- Sinceramente? Sim.

Ele sorriu, mas algo obscuro apareceu em seu rosto e sua expressão se tornou indecifrável.

- Tome o remédio. - Disse com a voz grossa.

Me virei para o lado e vi a pílula branca e redonda e um copo de água. Tomei sem pensar em nada, ele estava apenas me ajudando. Será que ele me deixaria morrer? Do que será que este homem é capaz?

Malton não era feio, pelo contrário, era um homem muito atraente, olhos claros e chamativos, cabelos rebeldes e extremamente forte, mas nada apagava o fato de que ele era um sequestrador, assasino, homicida, que seja.

- Estou com fome, me arranje alguma comida. Por favor. - Implorei.

Seus olhos me fitavam como se sentisse pena e estivesse preocupado comigo, mas ao mesmo tempo como se quisesse me matar, era difícil de decifrar.

Senti meu corpo ficar leve e minha visão rodar como em um carrosel,.

- O que você...?

"Colocou na bebida? "

Não consegui terminar a frase, só senti braços em volta de mim, me carregando e apaguei. Ele havia me drogado? O que houve? Eu não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora