Lize saiu do quarto ás pressas e fechou a porta. Papai se direcionou a mim com uma cara emburrada e mamãe estava fervendo.
- Se importa em explicar Sophia?! - Gritou o rei.
Ao seu grito, todo o meu corpo se eriçou. Como eles descobriram isso?
- Ahmm.... Eu.. É.
- Você quer destruir o nome da família real?! - Gritou meu pai. - Anda... Responda!
Veio até mim e me tirou de dentro dos lençóis, fez-me ficar em pé e olha-lo. Suas mãos apertavam meus braços e eu estava com medo da sua reação.
- Responda sua inútil!
Foi tão rápido que eu nem senti, o tapa. Fiquei encolhida na cama, cobrindo o rosto com as mãos e uma cortina de cabelo, sentia as lágrimas caírem.
- Eu não sei como eles descobriram... - Falei.
- Dois Guardas e uma princesa. Bah! Meu reino por uma desavença! Você sabe que isso nunca poderia acontecer Sophia.
- Isso foi errado minha filha. Isso foi muito errado. - Disse a rainha.
- Cale a boca Elizabeth. Não passe a mão na cabeça dessa garota. Foi aquela mulherzinha hipócrita que a criou deste jeito.
- Cala boca! - Gritei.
Me levantei da cama com o rosto vermelho, mas tive coragem de contraria-lo.
- Ela me criou super bem! Não fale dela assim perto de mim! Eu não admito.
Outro tapa invadiu meu rosto e eu já chorava abertamente na cama.
- Não grite comigo. Eu sou o seu pai! Está ouvindo? Eu sou o seu pai e EXIJO respeito! Você está de castigo! Sem sair pra lugar algum, está entendendo? Lugar algum!
Pegou no braço da rainha e a levou junto consigo enquanto eu chorava ao caminho do banheiro.
Me olhei no espelho e foi a primeira vez em que eu percebi que não era mais aquela garotinha do subúrbio de Roulx. Tinha mudado, tanto na aparência quanto na maturidade.
Onde eu vim me meter?
Tentei pensar nas possibilidades de alguém ter descoberto. Eram quase nenhuma. Não havia como terem descoberto, nunca dei pista alguma e nunca ninguém tinha nos visto em algum momento em particular. Só Lize e Nicholas.
Nicholas.
Não haveria como ter sido ele, muito menos a Lize. Os dois eram meus amigos, um apoiava e o outro não, essa era a única diferença.
Tomei meu banho e sai em busca de Nicholas. Esperava encontrar o Malton ou o Tommy na porta do meu quarto, mas como eu sou burra. É lógico que meu pai não iria deixar nenhum na minha cola.
Oh! Meus deuses, o que irá acontecer com eles?
Havia um guarda moreno, alto e forte parado na frente do meu quarto. Quando apareci, fez a reverência e voltou ao seu posto. Nem liguei, apenas sai.
- Senhorita. - Chamou-me com sua voz grossa. - Tenho ordens para não deixa-la sair de seus aposentos por hoje.
Continuei andando, mas ele puxou meu braço.
- Não me toque e muito menos me dirija a palavra. Está casa é minha e eu ando por onde eu quiser!
- Desculpe, mas são ordens do rei.
- Não me importa.
Continuei a andar, mas ele ameaçou me pegar nos braços.
- Falei para não me tocar!
Corri e quando o despistei soltei o ar que estava preso. Foi quando eu vi o Nicholas passar no corredor e eu puxei o braço dele, ficando cara a cara com meu traidor do lado da clareira.
Assim que me viu, ele soltou uma gargalhada.
- Caramba Catarina... Eu vi os jornais, papai ficou realmente puto com a sua cara .
- Você que falou ?
- Falei? Falei o que? - Soltou outra gargalhada. - O pessoal lá na feira não para de comentar sobre isso, você virou notícia.
- Nick! Eu confiei em você!
- Eu não falei nada ta legal? Apenas vi o jornal e não pude impedir de soltar uma risada e o papai descobriu, foi só isso.
Desconfiem, mas achei que ele era inocente. Só me restava a Lize. Nem escutei o que Nick disse após, apenas sai a procura da Lize.
Encontrei-a arrumando a sala de estar, imediatamente patei em sua frente esperando que me desse atenção .
- Eu disse que isso ia dar errado. - Resmungou.
- Porque você contou para os jornalistas?
- O quê?! Eu não disse nada. Eu realmente não disse nada.
- E como eles descobriram?
- E eu lá sei.
E foi novamente que vi o vulto passar pela janela, me assustei e Lize perguntou o que era.
- Você viu? - Perguntei em estado de choque. - Você viu o vulto ?
- Que vulto?
- Aquele.
Sacudi a Lize como se ela fosse uma boneca e entrei em pânico. Sentia as paredes se fechando em torno de mim e eu ficando sem ar e foi quando desmaiei e só lembro da Lize gritando por socorro.
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Acordei com a cabeça latejando. Já era noite e parecia ser bem tarde, alguma coisa molhada estava em minha testa e peguei um leve susto quando isso foi tirado de mim.
Abri os olhos e vi Malton expremendo o pano na água quente e colocando de volta a minha testa.
- Malton... - Susurrei, mas fui interrompida por um dedo na minha boca.
- Eu só vim aqui para molhar seu pano. Nada mais.
- O que meu pai fez com vocês dois?
- Não sei, ainda não fomos chamados.
- Sinto muito.
Sua boca encontrou a minha por um instante, mas eu o empurrei. Não consegui beija-lo depois de tudo, aliás tudo isso era culpa dele.
- Malton... Você ainda está metido com algo errado?
- Errado como assim ?
- Errado do tipo... Me jogar no deserto.
Ele revirou os olhos e confesso, ele era um bom ator.
- Não. Nunca mais.
Suspirei e vi ele sair do quarto, fechando a porta atrás de si. Foi quando vi o vulto passar de novo e de novo, me Encolhi nas cobertas e dormi.
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A Herdeira Perdida
RomanceA vida de Catherine Alonzo muda no dia em que matam sua mãe e fica entre a vida e a morte. Jogada no deserto sem ajuda alguma ela tenta sobreviver e com a ajuda de um homem ela consegue chegar a cidade e percebe que é a herdeira de uma fortuna que...