Capitulo 29

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Quando acordei, estava com as costas doendo. Me levantei com as lágrimas secas no meu rosto e fui em direção ao meu quarto.

Ao sair do labirinto alguns guardas me olharam preocupados, mas resolveram não perguntar nada. No caminho não vi ninguém, a não ser Tommy que vinha de um corredor do lado esquerdo e saia no principal que levava aos quartos. Andei mais rápido para tentar impedir que visse a dor em meus olhos, mas não consegui. Antes de chegar na porta do meu quarto seu braço roçou no meu e fui puxada para trás, meu corpo esbarrando no seu. Me afastei e virei o rosto, passando a observar a mesa onde tinha as cinzas do antigo rei.

- Cath... - Disse ele.

Após alguns segundos, finalmente o encarei. Como ele poderia ser tão sinico? Não havia um pingo de arrependimento no seu rosto.

- Eu posso explicar. - Continuou, mas eu interrompi.

- Explicar o que?! - Gritei, mas depois percebi que estávamos no corredor e abaixei a voz. - Explicar o que? Que você falou tanto de mim, que eu estava te traindo com o Malton... - Balancei as mãos, um pouco dramática. - E agora eu te vejo com a Lize. A Lize! Minha criada! Minha amiga! - Suspirei.- Amiga da onça né.

Revirei os olhos.

- Ela não tem culpa. - Disse ele.

- Como você tem coragem de vir até mim para defende-la?

- Eu sinto muito... Eu. Eu sinto muito mesmo Cath, mas é que eu to... - Começou a se explicar, mas eu não aguentei ouvir e continuei meu caminho para o quarto.

- Cath! - Chamou-me.

Continuei andando e entrei no quarto, mas não consegui fechar a porta, pois ele entrou logo atrás de mim e ele mesmo fechou a porta.

- Eu posso pelo menos falar? - Perguntou com a voz, um pouco, alterada.

- Nem isso você poderia. Você tem noção do que você fez?! - Me virei e o encarei. - Eu estou andando por aí, a sua procura porque eu sou uma idiota e achei que você poderia me consolar, falar alguma coisa, me dar um conselho! E aí te encontro beijando a minha criada. É um safado! Você é um safado. - Não me aguentei e avancei nele, dando socos em seu peito, mas ele não se movia. - Seu cretino! Mentiroso! Amador! Sinico!

Suas mãos me empurraram em direção á cama, ele já estava com raiva. Acho pouco. Levantei o rosto e continuei deitada.

- O que? Vai me bater? - Desafiei.

- Você sabe que não. Só peço que me Escute.

- Ta bem Tommy. Diga, se explique. Sou toda ouvidos.

Me sentei e levantei a sobrancelha. Sua expressão era de pura calma, mas dava pra perceber que ele estava com raiva.

- Eu beijei a Lize sim, mas eu não tenho mais nada a ver com você. - Disse.

Aquilo doeu. Meu coração parou de bater e depois voltou a pulsar, foi como se o mundo parasse e voltasse a funcionar.

- Nunca tivemos nada sério não é mesmo? - Continuou.

- Não. Nunca tivemos e te garanto que não vamos ter nunca mais.

- Cath... Você também brincou com a minha cara. Quer dizer que você pode e eu não posso?

- Você não conhecia o Malton! Não iria feri-lo de maneira alguma.

- Ah Cala a boca! Claro que feriu, eu te amava Catherine! Você era a mulher da minha vida! Te amei desde o momento em que você apareceu naquele deserto. Eu tinha vontade de cuidar de você desde o primeiro momento em que a vi! - Embora ele gritasse, as lágrimas estavam prestes a cair tanto nos olhos dele quanto nos meus.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora