Capítulo 37

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Comecei a andar mais rápido conforme o meu peito subia e descia, o ar estava denso demais para conseguir respira-lo, tive dificuldade em boa parte do tempo.

Oh céus! O que irão fazer com ele.

Confesso que eu estou com muita raiva do Tommy, mas vê-lo, ali, daquele jeito foi horrível. Ele deu a própria vida para me salvar e vou dar a minha para salvá-lo, não posso perdê-lo. Seus olhos exibiam tristeza e quando vi a lágrima escorrer de seu rosto enquanto ele dizia que me amava eu senti meu coração se despedaçar. Eu não podia negar o que estava na minha frente.

Era ele.
Tudo por ele.
Sempre por ele.

Sou capaz de dar minha vida á ele, sou capaz de tudo por ele. Nunca achei que fosse me enganar tanto com uma pessoa quanto me enganei com Malton, sempre achei que ele queria mesmo o meu bem. Talvez no começo eu tenha negado, mas ao longo do tempo pude perceber que ele era um bom homem, mas agora percebo que tudo era apenas uma farça e que ele foi um idiota que atrapalhou meu romance com o homem que amo. Me fez sofrer e sabia disso, sofri tanto por um quanto por outro.

Meu reino está sendo invadido por bárbaros e ele está com eles, no lado contrário, no lado inimigo. Não é uma coisa fácil de aceitar para mim, eu sempre chamei seu nome, recorri a ele. Me sentia segura ao seu lado, mas agora apenas quero distância. Ele não me ama e agora tenho certeza disso.

De repente fui jogada na grama e senti o peso de um corpo em cima de mim. Suas mãos se fecharam nas minhas curvas e senti uma coisa fria na minha testa. Abri os olhos e vi Adam Levionour, o garoto cujo está envolvido nesse ataque.

- Ta bem hein. - Comentou.

O revólver estava na minha testa, eu podia sentir a frieza e quando ele puxou o gatilho, meu coração congelou.

- Dante me liberou. - Implorei. - Deixe-me ir.

- Você podia ter evitado tudo isso, mas escolheste o caminho mais difícil. - Disse.

Ele me ajudou a me levantar e me fez de refém, meu corpo estava, praticamente, explodindo. Eu queria ir embora, mas devido as circunstâncias eu não conseguia me mover.

- Adam... - Engoli. - Me solte.

- Você é uma menina corajosa. - Comentou.

Ele me guiou para uma casa pequena de madeira com cheiro de mofo e fechou a porta quando entrou, assim ele pode me jogar em cima de uma cama e me amarrar na cabeceira enquanto eu chorava.

- Me deixe ir embora. - Implorei em meio às lágrimas. - Não faça isso, por favor.

Ele não me ouviu, apenas me deixou trancada e presa naquela casa.

Adormeci por algumas horas e quando acordei tive uma surpresa: As cordas estavam frouxas, alguém as afrouxou e me deu a chance de viver. Me soltei rapidamente e me levantei um pouco zonza, sai de dentro daquela armadura pesada e passei a mão na saia do vestido tentando fazê-lo ficar um pouco mais arrumado. Sai, escondida.

As pessoas ainda se preparavam para a guerra, alguns homens do meu palácio estavam na cabana onde se reuniam as pessoas que decidiam o que iria acontecer ali, Dante era o principal e eu não podia acreditar que todo este tempo era ele que me assustava.

Sempre que o homem da capa aparecia, Dante nunca estava por perto. Ele me olhava com um har esquisito, como se quisesse me matar. Sempre as espreitas, sempre escondido, nunca feliz e um ódio no olhar e na voz.

Caminhei um pouco mais por trás das várias vigas que haviam por ali, corri quando tive que passar de uma casa para outra e escutei uma conversa. Na verdade eu não ia parar pra ouvir, mas ouvi a voz de Malton e ela não estava normal, estava embargada com se ele estivesse passando por um período emocional.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora