Capitulo 33

175 15 1
                                    


Por todo este tempo eu me enganei a respeito dele, nunca pensei que ele seria o homem da capa. Como pude não perceber? Toda vez que o homem aparecia, Dante nunca estava por perto. Quando aparecia, nunca falava muita coisa e sempre me observava de modo esquisito.

Ao olhar nos olhos dele, pude perceber o ódio que emanava quando seu olhar se voltava para mim. Era como se ele quisesse raios lazers para me destruir em um segundo, era estranho.

- P-porque? - Gaguejei. - C-como assim? Porque você...

Ele me interrompeu.

- Feliz em me ver? - Perguntou com um sorriso sinico no rosto.

Eu estava em choque. Olhei para o Malton e ele me observava, preocupado. Porque ele... ? Porque? Porque? Porque?

- Amarre-na! - Ordenou ao Malton.

Malton olhou pra mim e quando seu braço roçou no meu com certo receio as lágrimas que eu segurava cairam, escorrendo pelo meu rosto. Ele não foi rude, apenas me guiou até uma cadeira e amarrou uma corda nas minhas mãos.

De novo não! - pensei.

- Meu pai deu um fim em você quando você era bebê, mas vaso ruim não quebra. - Murmurou Dante. - Tudo estava correndo maravilhosamente bem até você aparecer novamente.

Ele se aproximou e colocou um dos seus pés ao meu lado na cadeira. Eu só conseguia observá-lo, não tinha vontade de mover nem de nada. Como pude me deixar levar assim tão fácil?

- Eu dei um jeito, mandei te matar. Mas o Malton amarelou porque ele é um imbecil! - Soltou uma risada debochada e Malton abaixou a cabeça, mas percebi que ficou irritado. - Como você é idiota garota. - Soltou outra risada. - Se apaixonou pelo cara que te maltratou a vida toda e por outro idiota.

- Porque ta fazendo isso Dante? - Perguntei com a voz embargada.

- Porque eu to fazendo isso? Porque?! - Riu. - Porque você tomou o meu reino! Minha paz! Meu trono! - Gritou.

- O que?! - Gritei, tentando alcançar seu tom de voz. - O trono é meu! Foi destinado a mim!

- Cala boca Vadia! Você não tem vocação para rainha!

Retirou sua espada da capa e a colocou na minha garganta. O frio se chocando com minha garganta quente. O encarei com lágrimas nos olhos.

- Chora. Chora! Só isso que você sabe fazer! - Gritou. - Ah não! Flertar também! - riu. - Todo mundo se apaixona por você, não é mesmo? Com esse rostinho lindo.

Subiu a ponta da espada, arranhando-o na minha pele e fazendo a própria formigar. Meu coração estava a mil e quando ele encostou a espada ao lado do meu olho eu congelei.

- Vamos brincar. - Riu e se virou para o Malton que estava de costas. - Malton!

Malton se virou e me encarou com os olhos vermelhos. Porque ele está fazendo isso comigo? Não acredito que fui enganada. Eu confiei tanto nele e adivinha... Quebrei a cara.

- Traga o meu presentinho. - Disse Dante e Malton se foi, desaparecendo por detrás das caixas. Dante se virou para mim. - Gosta de presentes minha querida prima?

- Seu idiota! Meu pai vai mandar te matar! - Gritei.

Ele aproximou o rosto do meu, totalmente irritado e apertou minha mandíbula com força, gemi.

- Seu papai querido, meu tio vagabundo... Que se exploda! Ele vai morrer mesmo.

Congelei.

- É? Ele vai sim, meu doce. E depois sua mãe e adivinha, você vai ficar órfã de novo. - Riu. - E depois eu vou trazer o seu irmão aqui e mata-lo na sua frente e aí vem o meu prêmio, você. - Disse com brilho nos olhos.

Me soltou e eu ouvi uma latida seguida por cinco latidas de cachorro. Malton apareceu, seguido por três rotvailers pretos e em boa forma com cara de mal. Meus olhos se arregalaram.

- Grite e ninguém te escutará. - Disse Dante.

- Não vou gritar. - Respondi encarando Malton.

O mesmo me olhou e não demonstrou nenhum arrependimento, fiquei embasbacada. Os cachorros avançaram, mas Malton os segurou.

- Esses cachorros vão te estraçalhar. - Disse ele.

As lágrimas caíram novamente dos meus olhos, não acredito que ele concorda com o Dante. Que os dois são parceiros.

- Porque Malton? - Perguntei.

Dante Riu.

- Oh Malton! - Imitou minha voz. - Você é o amor da minha vida, mas não me mate. - Soltou uma gargalhada.

Revirei os olhos.

- Você nunca irá ser rei. - Disparei.

- Aí que você se engana minha cara. Eu vou ser o rei.

- Vai conseguir passar por cima de todos os guardas?

- Tenho aliados minha querida. Todos estão do meu lado, seus amigos, seu povo, seu noivo, seu amor.

Funguei e senti as cordas frouxas na minha mão, as retirei e Dante não se importou ao me ver levantar, talvez ele não se importe se eu sair da sala também. Corri para a porta, mas Malton soltou os cachorros, tentei abrir a maçaneta mas ela estava trancada.

- Socorro! - Gritei e esmurrei a porta.

Os cachorros vinham com uma violência tentei correr mas acabei caindo dentro de uma armadilha. Um buraco em baixo do tapete. Era escuro e só se via a luz que vinha do teto, depois pude ver Malton e Dante me olhando e mais um rosto.

Lize.

- O que essa vagabunda...

Fui interrompida.

- Respeite minha mulher. - Disse Dante.

Dante puxou a cintura da Lize e a beijou. Fiquei embasbacada em ver aquilo, mas depois a dor chegou quando Malton colocou a tampa do buraco e me trancou. Dante sumiu com a Lize.

- Malton! - Gritei.

Me levantei e me agarrei aos ferros da tampa, chorando.

- Por favor.. Pare com isso. Você é um bom homem!
Malton não respondeu.

- Dante! - Gritei.

- Tem uma coisa maior em jogo Cath. - Disse Malton e se foi. Me deixando na escuridao.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora