Capitulo 24

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Hoje teríamos que conhecer o povoado. Justo hoje! Que todos estavam comentando sobre o ocorrido. Nunca pensei que viria a tona isso tudo, as  coisas estavam ficando piores a cada dia, tanto no castelo quanto na cidade.

O rei sempre vivia preocupado com a falta de chuva e a de legumes, as portas estavam se fechando para o mundo dos negócios. Estávamos em crise e as coisas estavam piorando.

Quando entramos na feira da cidade me senti deslocada, as pessoas me observavam e cochichavam e ainda surgia mais boatos apenas pelo fato de Malton estar conosco.

Nicholas ia andando bem comportado, sorrindo como se não houvesse percebido nenhum problema na feira. Muita sujeira, mal condições de trabalho, odor horrível.

Paramos no centro da praça enquanto os outros guardas foram comprar água.

- Esse lugar é terrível! - Exclamou Nicholas.

- Precisa de muitos reparos. - Comentei e recebi o olhar incrédulo de Nick.

- Ah qual é. Nada vai ajudar esse povo.

- Como assim? Claro que pode ajudar.

- Eles estão bem. Papai se preocupa por besteira. É só mandar limpar a feira e pronto.

- Nick, eles precisam muito mais que uma simples limpeza.

Algo nos interrompeu, foi o som de uma mulher se aproximando. Ela era gorda e aparentava ser de idade avançada e tinha cabelos brancos em torno da cabeça. Carregava uma cesta de verduras.

- Olá Altezas. *Fez uma reverência* A que nos deve a honra de estar aqui?

- Olá.- Larguei o meu maior sorriso, mas achei muito exagerado. - Estamos apenas observando.

- Sabe mocinha... Aqui mudou muito sabia?

  - Serio? Como era antes.

Ela levou no meu braço e fomos andando e conversando, logo senti um puxão.

- Aonde você vai? - Perguntou Malton.

- Calma. Eu estou bem. Não vou morrer só por conversar.

Me soltei dele e voltei para a mulher que me olhava desconfiada em quanto Malton e Nick nos seguiam.

- Tinha várias oportunidades para um trabalhador, boa qualidade de produtos, locais limpos e preservados.Mas agora só tem lixo entulhado e poucos produtos, a chuva não está vindo como antes e agora estamos sem frutas. O problema antes era o acúmulo de água e agora é a falta dela.

- Eu sei, papa.. O rei está muito ocupado , verificando recursos para isso, mas acho que ele não está encontrando solução alguma. A questão da chuva varia com o tempo.

- Muita gente estava esperando que você ajudasse.

- Estava?

- Bom, sabe como esses boatos... -Revirei os olhos e continuei escutando. - voam. Me Desculpe, mas estão falando que você é uma garota imatura que ainda pensa que é uma criança e que não tem responsabilidade para dirigir o país e vai nos deixar na miséria.

Não sei porquê, mas fiquei atordoada com aquilo. Porque as pessoas tem que nos julgar antes do tempo?

- Eu não sei, mas farei de tudo para ajudar. As pessoas não tem que me julgar sem saber o que eu irei fazer ou dizer, elas não tem bolas de cristais e nem são profetas. - Resmunguei.

- Me desculpe, não quis lhe deixar chateada.

- Tudo bem.

A mulher foi para uma outra barraca comprar maçã e quando eu olhei para o beco vi o homem de capa escura que estava com Malton naquela noite. Olhei para Malton, mas ele estava distraído com o Nick e o homem da capa olhava diretamente para mim. De repente meu corpo se voltou para frente e as mãos de Malton me empurravam para longe dali.

- O que foi? - Perguntei.

Ele não respondeu, apenas me tirou dali e voltou comigo para a praça.

- Quer me dizer porque me tirou de lá?!

- Temos que ficar aqui . - Disse.

Estranhei seu comportamento, mas não abordei o assunto. Me escorei em uma parede e observei as crianças passarem.

Malton e Nick tinham ido atrás dos guardas e eu fiquei sozinha na praça, algumas crianças haviam pedido meu autógrafo. Era engraçado o jeito como me idolatravam, como se eu fosse uma celebridade.

O homem de capa escura e desbotada apareceu novamente, desta vez, do lado de uma barraca de frutas. Percebi uma pedra vermelha na sua bota, mas ele desapareceu quando eu estava disposta a ir até ele.

- Vamos embora. Este local está perigoso. - Disse um dos guardas.

Entramos no carro e fomos embora, em direção ao castelo.

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- A situação da população é preocupante. É horrível. - Comentei.

Estávamos todos almoçando. Papai me olhava com curiosidade, Nicholas nem ligava para o que eu falava e mamãe continuava calada,como sempre.

Eles deviam estar se perguntando "Porque ela está tão preocupada?" 

Todos devem estar pensando que eu esqueci que sempre fui pobre e agora que virei rica não me importo com o resto da população, mas isso não é verdade. Minha vida mudou completamente, minha mãe morreu e eu sofri um atentado, logo depois descobri que sou filha do rei, meu melhor amigo me deixou e o outro mal fala comigo. Estou me sentindo sozinha e desamparada.

Quando cheguei aqui pensei que essa família fosse feliz, mas me enganei. O rei e a rainha nem ligam para os seus filhos, só sabem critica-los e não lhes dão nenhum tipo de afeto. Preferiria morar na minha fazenda, sem comida alguma do que estar aqui. Morar nessa casa só me deu problemas.

Percebi que amadureci muito depois do atentado, não sou mais aquela menina infantil, mas sei que uma parte de mim ainda é agarrada a ela.

- Eu estou tentando arranjar comida de outro povoado, mas as coisas estão ficando muito caras agora que eles perceberam que o nosso povo está em crise sem comida. - Disse o rei.

- Como assim? - Perguntou Nicholas.

- Temos dinheiro de sobra, como não podemos pagar pela comida? - Perguntei.

- Não podemos gastar todo o dinheiro, a questão da feira não é a única da população. E aliás, tenho que sustentar minha família.

Bufei e tomei um gole do meu suco de maracujá que estava uma delícia.

- Minha filha. Eu quero ter uma conversa seria com você. - Disse a rainha que resolveu se pronunciar.

- Sim?

- Eu vou ter essa conversa com ela. - Disse o rei.

- Não. É melhor que eu diga. - Rebateu a rainha.

- Eu já disse que eu vou falar isso com ela. - Disse o rei.

- Chega! Falem logo.

Eles riram e eu me surpreendi porque é bem raro vê-los sorrir.

- Como uma boa filha, você irá ter que se casar e se tornar a rainha que este povo merece. - Disse o rei.

Fudeu.

- E eu como um bom pai... Arranjei um bom partido para você.

Me levantei rispidamente da mesa, quase derrubando a cadeira atrás de mim.

- O que?!

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Olá meus leitores, eu queria agradecer pelos comentários positivos que esta fic está tendo. Eu amo vocês. Realmente, estou ficando animada para postar mais capítulos.

Obs: Vou ficar um tempo sem postar, porque o meu pai mandou desligar o WiFi porque ele irá trocar de Internet. Portanto terei que viver de crédito por duas semanas.

Comentem o que vocês estão achando da história. Obrigada.

Ah! E leiam Minha doce paixão da Flav_Malik .

Obrigada.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora