Capitulo 40

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É claro que meu pai não iria vencer aquele duelo, apesar de ter experiência ele está muito velho, sem energias, não tem condições de lutar com uma pessoa mais nova que ele. Todos sabemos disso mas preferimos acreditar que ganhariam os e a frota de Dante iria embora mas mesmo se ganhassem os, eu sei que Dante não desistiria assim tão fácil. Eu tinha que fazer alguma coisa. Papai saiu do escritório e foi bem claro quando disse que queria que eu pensasse mas não dava pra pensar com Tommy daquele jeito, só ele tinha as boas idéias mas como vou liberta-lo?

Eu devia estar junto a minha familia nesta luta mas eu já vesti minha armadura e estou pronta para fazer o que der pelo meu povo, eu tenho obrigação de salvá-los mas não posso fazer isso sem Tommy.

Sai escondida pelo portão dos fundos e com a ajuda de Garrett pude ter cobertura do exército. Parti para dentro da floresta e comecei a correr como se aquilo valesse minha vida, aliás vale mesmo. As folhas secas gemiam ao ser pisadas alertando que havia alguém na floresta mas aparentemente não havia ninguém ali comigo e eu não tinha tempo de apenas ficar parada e seguir andando para as folhas não fazerem um barulho sequer.
Parei para retomar o fôlego e me escorei em uma árvore cujo estava estirada no chão, meus cabelos se alinharam e ficaram balançando com a força do vento. Levantei-me e respirei fundo, amarrei os cabelos e segui para a frota de Dante que já estava próxima.

Tinham muitos soldados, de longe pude ver Malton ordenando alguma coisa a três homens baixos e com roupa de soldado. Passei a andar devagar e me esconder por entre as árvores, não podia dar bandeira ou estava tudo perdido. Ao andar um pouco mais avistei uma pequena jaula de ferro com um homem banhado de sangue lá dentro, Tapei a boca com a mão quando este ser levantou a boca e vi que era Tommy. Acho que emiti algum barulho pois um guarda se voltou para a floresta. Escondi-me atrás de uma das árvores e respirei fundo, engoli o choro e enxuguei as lágrimas enquanto ele se aproximava.

... "Não dá para entrar no reino inimigo por entre as árvores, está tudo bloqueado como se eles soubessem que por ali é uma entrada fácil. " - Dizia um guarda que se aproximava pelas árvores.

..."Eles são espertos. " - Disse o outro.

Quanto mais eles se aproximavam eu me despertava, não dava para sair detrás da árvore pois o outro guarda me veria e se eu corresse os dois guardas me veriam.

Pensa.
Pensa.
Pensa.

Me ajeitei ao máximo que pude e subi na árvore, assim pude me esconder por entre os galhos. Logo surgiu duas cabeças cobertas por uma boina azul embaixo de mim, me segurei para não fazer nenhum ruído mas meu vestido acabou escorregando e ficou pendurado como um balão amarrado. Felizmente eles não perceberam e foram em direção ao guarda observador.

- Tinha alguém nas florestas? - Perguntou ele.

- Não senhor, porque? - Perguntou o outro guarda.

- Pensei ter visto alguem. - Comentou e se foram.

Desci da árvore e corri para perto da jaula, não havia ninguém por perto e para minha sorte a entrada estava virada para trás o que dificultava a visão de algum soldado. Tommy me encarou e apresentou uma expressão de espanto misturado com curiosidade.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou. - Vai embora antes que alguem lhe veja.

- Preciso da sua ajuda.

- Olha o meu estado, não posso te ajudar.

- Como lhe tiro daqui?

As correntes eram de aço puro o que dificultava meu trabalho, elas eram pesadas e fortes demais para uma garota de braços finos. Tinham, na verdade, cinco cadeados e nenhuma chave. Empurrei o portão mas ele nem se mexeu. Droga!

- Não tem como.

- Olha, eu preciso da sua ajuda então por favor colabora porque você também precisa da minha ajuda!

Ele me encarou por um segundo com as sobrancelhas arqueadas e depois bufou. Respirou fundo e me encarou novamente.

- OK. A cada cinco minutos vem um guarda ver se estou preso ou se fugi, ele tem as chaves dos cinco cadeados. Você tem que matá-lo e pegar as chaves, depois temos cinco minutos para dar o fora sem que nos vejam ou nos consideramos mortos.

- Matar?

Nunca matei uma pessoa, será que tenho coragem de ver aquele sangue escorrendo diante de mim?

- É isso ou ficarei aqui para sempre.

*---*

Me escondi atrás de uma pequena árvore, ele estava certo a cada cinco minutos vinha um guarda. Eu tinha um pedaço de galho afiado na mão e quando ele viesse eu enfiaria isso no seu pescoço assim ele ira cair e eu poderei pegar sua pistola e lhe matar com um tiro no coração ou no crânio. Meu deus. Como vou fazer isso?

Tommy colaborou. Ele gritava por socorro e logo apareceu um guarda.

- Pare de gritar seu marica! - Disse o guarda.

- Estou com sede.

- Você acha que prisioneiro tem direito a água?

- Se não me mataram ainda é porque me querem vivo entao eu preciso de água.

Me aproximei e fui certeira no seu seu pescoço mas ele percebeu e se virou assim me empurrou e meu destino foi o chão. Ele já ia chamar reforços mas eu enfiei o galho no seu pé, atravessando sua bota de couro. Ele caiu no chão gemendo e eu chutei seu rosto o fazendo cuspir sangue. Peguei a arma e puxei o gatilho, fiquei parada com a respiração desregulada sem saber o que fazer.

- Vai Cath. Você consegue. Feche os olhos. - Disse Tommy.

Respirei fundo e Fechei os olhos, puxei o gatilho e um som estridente de tiro foi ouvido. Droga eu não pensei na parte do barulho.

Peguei as chaves e com a ajuda de Tommy abri os cadeados e o tirei da jaula. Ele me abraçou, um abraço forte e acolhedor como se pedisse obrigado já que a fala não lhe convia. Soltei as lágrimas, as deixei sair sem pestanejar e nem liguei por Tommy me sujar de sangue . Suas mãos alisaram meus cabelos e eu chorei mais.

- Cath, temos que ir.

- Eu matei um homem.

Uma tropa de guardas se aproximava e Tommy implorava por ir embora mas eu não tinha forças nas pernas.

- Eu matei um homem!

- Foi preciso. Foi o certo. Vamos logo, vão nos ver.

Choraminguei, não tinha coragem de olhar para o defunto ao meu lado apenas corri para floresta adentro e sai em disparada para o meu reino. Mas ao chegar lá tive uma decepção... Eu vi. Por entre as árvores meu pai... Ser morto com uma facada no peito. Ele caiu de joelhos. E Dante retirou a espada de prata e enfiou nos olhos do rei de Roulx. Tirando a bola ocular a largando no chão.

- Não! - Gritei.

Assim que gritei o nosso exército deu seu grito de guerra.  E mamãe... Ah, mamãe... Onde está a mamãe?

***-***

Desculpem pela demora.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora