- O que?!
Não poderia ser verdade que iria me casar com um homem no qual nem conhecia, isso era antiquado e muito errado. Engraçado como todos querem mandar em nossas vidas, sua mãe manda você arrumar a casa e algumas não fazem praticamente nada e se você faz alguma coisa de errado, pimba! Elas dizem que você não faz nada e isso não é verdade. Na escola te obrigam a estudar, mesmo que vocês façam bagunça, sempre estarão ali para estudar e você em algum momento irá pegar o livro e estudar com os outros alunos. A vida te obriga a viver, votar, comer, dormir, tomar banho, etc... Todos, de algum modo, somos particularmente obrigado a fazer tudo que a sociedade impor, mas esse não é o meu caso.
- Filha...
Minha mãe começou a tentar me acalmar enquanto Nick apenas olhava e ria da situação, eu estava fervendo, borbulhando como água sendo fervida e provavelmente eu estava virando um pimentão.
- Eu não vou me casar com um completo estranho só porque a sociedade impôs que eu casasse com um príncipe para seguir com a realeza da família!
Retomei o fôlego depois de gritar, meu coração já estava doendo e meu corpo tremia, não acredito que aquilo era fruto apenas da raiva.
- Você vai! -Gritou meu pai. - É o seu destino e...
- O meu destino sou eu quem faço! - Falei ao interrompe-lo.
- Não interessa o que você vai dizer ou fazer, ele está vindo para está casa lhe conhecer e você vai estar limpa e arrumada Lara recebê-lo, aliás ele é o seu noivo.
- Não mesmo. Eu não saio daquele quarto nem a pau.
Nesse instante, ele se levantou da cadeira e me pegou pelos braços. Seus dedos afundavam na minha carne, mas eu não sentia dor alguma, era como se eu não me sentisse.
- Melhore o seu palavriado Sophia, você é uma princesa agora e não uma fazendeira inútil!
Me soltou e apenas me deu um olhar de "Vá agora para o seu quarto'. Sai de lá, bufando. Passei pela cozinha e derrubei algumas panelas, passei pela sala e derrubei as cortinas. Queria quebrar toda a casa, mas me lembrei que quem arruma são as empregadas e não o meu pai então parei.
Nicholas poderia fazer alguma coisa, melhor do que ficar rindo da desgraça alheia, mas o que ele poderia fazer? Nada.
- Senhorita. - Disse Lize do outro lado da porta.
Já estava no corredor quando Lize abriu a porta do meu quarto, tomei um susto com a sua voz leve disparando em meus ouvidos.
- Venha, a senhorita precisa de um banho.
Quando estava na banheira, foi a primeira vez em que meu peito doeu pela falta da minha mãe. Chorei e me perguntei o que estaria fazendo nesse momento. Queria tanto conversar com ela, mas não só conversar com ela, queria receber conselhos.
Ela era ótima para dar-me conselhos, uma vez eu briguei com a vizinha, devia ter uns doze anos. Nós éramos amigas, brincávamos no riacho com as bonecas, mas logo ela se apaixonou pelo Rodrigo e se esqueceu das bonecas. Quando fui chama-la, ela me insultou e disse que eu ainda era uma criança, brigamos e eu fiquei muito pra baixo, pois ela era a minha única amiga. Mamãe disse que era pra mim não ligar para ela, " Essas meninas querem ser adultas e nem sabem lavar suas calcinhas direito" foi o que ela disse e logo após dela dizer eu cai na gargalhada. Mamãe era a única que sabia como levantar meu astral.Me levantei e vesti o roupão. Quando cheguei no quarto, um vestido preto com pedras verde-esmeralda estava em cima da cama, o fecho dele era um zíper que descia pelas laterais e aparentemente era bem apertadinho, ao seu lado estava um sapato de salto médio verde-esmeralda e a Lize em pé esperando minha reação. Sorri, embora estivesse um pouco triste.
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A Herdeira Perdida
RomanceA vida de Catherine Alonzo muda no dia em que matam sua mãe e fica entre a vida e a morte. Jogada no deserto sem ajuda alguma ela tenta sobreviver e com a ajuda de um homem ela consegue chegar a cidade e percebe que é a herdeira de uma fortuna que...