A manhã chegou devagar, a luz suave do sol invadindo o quarto através das janelas amplas da cobertura. Clary e Jace estavam deitados juntos na cama, os lençóis de seda branca cobrindo seus corpos entrelaçados, resquícios da noite passada. Ambos ainda tentavam entender os sentimentos que emergiam desse casamento, um arranjo que, até então, parecia mais uma aliança estratégica do que algo que pudesse gerar verdadeira afeição. No entanto, eles não podiam negar que, de alguma forma, aquilo estava funcionando. Havia uma harmonia inesperada entre eles, um equilíbrio que os surpreendia.
Clary se esticou preguiçosamente, seu corpo ainda aquecido pelo toque de Jace, e olhou para ele, observando-o com um misto de curiosidade e apreço. Ele também a observava, seus olhos dourados focados nela como se tentasse decifrá-la. Não eram um casal comum, e eles sabiam disso, mas por um momento, parecia que não importava.
— Bom dia, Sr. Herondale — ela disse com um sorriso preguiçoso.
— Bom dia, Sra. Herondale — ele respondeu com um leve sorriso, inclinando-se para beijá-la de forma suave.
Eles se levantaram lentamente, conscientes de que o dia traria uma mudança significativa. Era o começo de sua lua de mel, e após se prepararem, eles seguiram para o aeroporto onde o jatinho particular de Jace os aguardava. A viagem seria longa, mas o luxo ao redor deles tornava tudo mais fácil. No interior do jato, as poltronas de couro branco e o ambiente sofisticado criavam um ar de exclusividade que combinava perfeitamente com o casal.
Clary, sentada em uma das poltronas confortáveis, estava imersa em um livro, algo que sempre a relaxava durante viagens. Já Jace, ao seu lado, estava concentrado em seu tablet, os olhos fixos na tela enquanto lia relatórios e respondia mensagens. Clary percebeu isso e não pôde evitar uma risada suave, interrompendo o silêncio do voo.
— Achei que minha mãe tinha sido bem clara sobre não haver negócios da máfia durante a lua de mel. — Sua voz estava cheia de provocação.
Jace ergueu os olhos da tela, sorrindo de maneira divertida.
— Você conhece esse mundo. Não é tão simples escapar disso, mesmo que ela tenha exigido uma pausa. — Ele balançou a cabeça, meio rindo, e depois, voltando à seriedade, acrescentou: — Mas, já que você está curiosa, por que não vem participar disso também?
Clary arqueou as sobrancelhas, interessada. Ela fechou o livro, deixando-o de lado, e se inclinou para olhar o tablet de Jace. Ele deslizou o dispositivo em direção a ela, permitindo que ela visse os relatórios que Alec havia enviado. Jace começou a explicar o que estava acontecendo, seu tom mais sombrio agora.
— Alec descobriu um esquema obscuro ligado à Ordem — ele disse, referindo-se a uma organização rival da máfia que eles conheciam bem. — E parece ser muito mais perigoso do que pensamos a princípio.
Clary leu atentamente, seus olhos se estreitando à medida que absorvia cada detalhe. O esquema envolvia tráfico de crianças e mulheres, algo que fez o sangue dela ferver. Ela sabia que o mundo da máfia era construído sobre violência, tráfico de drogas e sangue, mas sempre existira um código de conduta — uma linha moral, por mais tênue que fosse — que jamais deveria ser cruzada. Traficar inocentes era uma dessas linhas.
— Isso é nojento — Clary disse, sua voz tensa. — Eles são mafiosos, como nós. Mas isso... isso é repugnante. Há um código a ser seguido. Não é possível que eles estejam violando algo assim.
Jace assentiu, também irritado com o que lia. Ele tamborilava os dedos na mesa diante de si, tentando manter a calma.
— Concordo. — Seus olhos estavam sombrios, refletindo a raiva que ele tentava controlar. — O que é mais revoltante é que isso já estava acontecendo há um tempo, mas ninguém desconfiou da extensão. Alec e Jonathan estão decifrando cada parte deste esquema, buscando evidências para desmantelá-lo de vez. Não vamos permitir que isso continue.
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Sombras da Máfia - Clace Fanfic IA
FanfictionO dever é algo que supera tudo, inclusive seus próprios sentimentos. Jace Herondale e Clary Morgenstern cresceram aprendendo isso. Seus destinos foram traçados a quinze anos e agora havia chegado a hora de cumprir seus deveres para com suas famílias...