Os dias no hospital se arrastaram como se o tempo tivesse parado. Clary estava cercada por paredes brancas e o cheiro de desinfetante, um ambiente que, em vez de curá-la, fazia com que se sentisse cada vez mais presa. Jace vinha visitá-la todos os dias, mas a tensão entre eles era palpável, como uma corda esticada prestes a se romper. Eles trocavam palavras suaves, mas os olhares e silêncios eram carregados de um peso que não conseguiam ignorar.
Clary se sentia impotente, lutando contra a sensação de que estava falhando. Agora que sabia da gravidez, cada batida de seu coração era acompanhada por uma preocupação intensa, uma culpa por não ter falado antes e por não estar em controle de sua própria vida. As palavras do médico ecoavam em sua mente, e a ansiedade só aumentava.
Foi então que o médico entrou no quarto, sua presença carregando um ar de formalidade que Clary achava quase opressivo. Ele consultou algumas anotações em seu tablet antes de olhar para Clary, e Jace se levantou imediatamente, inclinando-se levemente para frente, atento.
— Bom dia, senhora Herondale, — o médico começou, sua voz calma. — Estou feliz em informar que você pode ir para casa hoje.
Clary assentiu, mas não conseguiu esconder a expressão tensa que se formou em seu rosto. Jace trocou um olhar com o médico, preocupado.
— Contudo, — o médico continuou, a seriedade na voz se intensificando, — sua situação ainda é delicada. Você precisará de todo o cuidado possível. Vou prescrever alguns remédios e suplementos que ajudarão a preservar a gravidez. É essencial que você mantenha repouso absoluto e evite qualquer tipo de esforço.
Aquelas palavras pesaram sobre Clary como uma âncora, a sensação de inutilidade a invadindo novamente. Ela apenas assentiu, sem olhar diretamente para o médico ou para Jace, que a observava com preocupação.
— Entendido, — Jace respondeu, sua voz firme e protetora. — Faremos o possível para que os dois fiquem bem.
O médico fez anotações em seu tablet antes de olhar novamente para Clary.
— E uma recomendação: procurem um obstetra o mais rápido possível para acompanhar a gravidez. A saúde de vocês depende disso.
Com isso, ele saiu do quarto, deixando um silêncio pesado atrás de si. Clary sentia o coração apertar, e a tensão que já estava presente entre ela e Jace parecia aumentar a cada segundo.
Assim que a porta se fechou, Jace se virou para ela, um olhar de preocupação em seu rosto.
— Clary, — ele começou, mas a voz dela o interrompeu.
— Eu só... — ela hesitou, tentando organizar os pensamentos. — Eu só me sinto tão... inútil.
Jace se aproximou, sentando-se na beira da cama. Ele estendeu a mão, tocando suavemente a dela.
— Você não é inútil. Você é... — Ele parou, procurando as palavras certas. — Você é incrível. E está passando por um momento difícil agora. Não precisa se sentir assim.
Clary desviou o olhar, sentindo uma onda de emoções conflitantes.
— Mas estou presa aqui, Jace. O que eu estou fazendo além de ser um fardo? — Sua voz falhou, e ela respirou fundo, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar.
— Clary, — ele disse, sua voz suave, mas firme. — Você não é um fardo. E não pense assim. Estamos juntos nisso, e sua vida é mais importante do que qualquer coisa. O que está acontecendo é sério, e você precisa se cuidar. Mas isso não significa que você é fraca ou inútil.
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Sombras da Máfia - Clace Fanfic IA
FanfictionO dever é algo que supera tudo, inclusive seus próprios sentimentos. Jace Herondale e Clary Morgenstern cresceram aprendendo isso. Seus destinos foram traçados a quinze anos e agora havia chegado a hora de cumprir seus deveres para com suas famílias...