Amor Sublime

Capítulo 36: Sensação inesperada

Visão de Jin

As mãos de Roger deslizam pelo meu rosto e corpo, provocando um arrepio involuntário que percorre minha espinha. Meus dedos exploram seu peito, traçando um caminho serpenteante até a sua pele quente e pulsante. Seu cheiro invade meus sentidos, e por um momento, tudo ao redor desaparece. O mundo se resume a nós dois, naquele quarto.

Vejo Roger remover a camisa com uma agilidade que contrasta com a hesitação em seus olhos. Meu olhar se prende em seu tórax exposto, e sem pensar, levo meus lábios até sua barriga depositando beijos lentos e carregados de desejo, sentindo o gosto salgado de sua pele misturado ao calor que emana de seu corpo.

Mas então, antes que eu pudesse prosseguir, um ruído incômodo interrompe a atmosfera que havíamos criado. O som familiar da voz do meu avô ecoa pelo corredor, e como um reflexo, Roger se joga de lado, apressado, puxando a camisa para cobrir o corpo desnudo, o rosto dele transparecendo o pânico e o embaraço.

— Jin, Roger, vocês dois estão bem aí? — A voz do velho soa inofensiva, mas é o suficiente para congelar o momento.

Olho para Roger e vejo o quanto ele está assustado. Meu próprio coração está acelerado, mas me esforço para manter a compostura. Limpo a garganta e respondo, tentando soar o mais casual possível.

— Estamos sim, velhote — O silêncio que se segue é carregado de tensão. Cada segundo parece uma eternidade, e percebo que a chance de dormir com Roger naquela noite foi destruída pela interrupção inoportuna.

A voz do meu avô retorna, dessa vez mais séria: — Bom, já está tarde. Um de vocês deveria ir para casa.

Olho para Roger, que agora está ajeitando as roupas com pressa. Ele parece frustrado, mas resignado. Logo, ele se levanta e vai em direção à porta, deixando para trás o ambiente de desejo e tensão que havíamos criado. Ao vê-lo ir embora, sinto uma pontada de decepção e tristeza, algo que não consigo esconder.

— Jin, você está bem? — Meu avô pergunta mais uma vez, dessa vez com uma preocupação genuína.

Eu apenas suspiro, tentando reprimir o desânimo que se apodera de mim. Levanto da cama com passos pesados e, antes de fechar a porta, murmuro com uma expressão carregada de desgosto:

— Não...

Visão de Roger

A noite me envolveu no momento em que pisei fora da casa de Jin. O ar estava frio, mas minha mente estava em chamas, completamente confusa com o que havia acontecido algumas horas antes. Eu e Jin... na mesma cama, meus lábios ainda sentiam o calor dos beijos que ele deixou em minha pele. Beijos que eu jamais havia imaginado receber dele.

Meu peito ainda queimava com a sensação de seus lábios, e a confusão se alastrava por cada fibra do meu ser. O desconforto que se instalava nas minhas pernas me fez perceber algo que eu não queria admitir. Olhei para baixo, sentindo a pressão crescente, e soube imediatamente do que se tratava.

Caminhei quase em transe até o banheiro, tentando processar tudo o que se passava dentro de mim. Minhas mãos tremiam levemente enquanto lutava para aliviar a tensão física que me dominava. Foram longos e intensos minutos, onde cada vez que fechei os olhos, só conseguia ver Jin. Seu rosto, o toque de sua pele, o cheiro dele... tudo inundava meus pensamentos, me puxando para um desejo que nunca imaginei sentir.

Quando finalmente terminei, exausto e confuso, encarei meu reflexo no espelho. Meu rosto estava vermelho, meus olhos arregalados como se tentassem encontrar algum sentido em tudo isso. Mas nada parecia claro. Minha mente estava em branco, exceto por uma única e perturbadora certeza: eu não conseguia parar de pensar nele.