Capitulo 11: Confrontos e duvidas

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Mesmo enquanto ríamos e nos encarávamos, uma sensação tumultuada se instalou em meu estômago. Foi nesse momento que decidi me afastar.

Abri um compartimento próximo da minha TV e retirei o The King of Fighters 2002. Ela olhou para o jogo como um desafio, mas não antes de pegar dois pedaços de bolo – um para cada um de nós. Com essas ações, começamos a jogar. Sua escolha inicial foi Mai Shiranui, acompanhada de Terry e Iori, enquanto eu optei por Kyo, Benimaru e Joe. A partida começou.

Apesar do placar estar 1 a 0 para ela, eu me esforçava para vencê-la. No entanto, algo estranho acontecia: era como se meus dedos amolecessem, como se a vontade de vencer desaparecesse. Eu estava deixando ela ganhar, como isso era possível?

Percebendo esse fato, permiti que ela vencesse, enquanto corria até o banheiro. Ao entrar, a sensação estranha sumiu. Era como se algo consumisse meu estômago. O que seria aquilo?

Decidi ligar para Roger, pensando que ele talvez soubesse o que estava acontecendo.

— Roger, para de comer o Jin e me ajuda agora.

— Que foi, quem morreu?

— Ninguém, mas eu tô com um problema.

— Qual problema?

— Tem algo estranho com o meu estômago.

— Vixi, a feijoada não bateu muito bem.

— Não é isso não. Eu tô bem, se o assunto for esse. Isso tem acontecido quando tô próximo da Nyx, eu não sei por que isso tá acontecendo.

— Ah, agora tá explicado. Você tá com borboleta no estômago, tá nervoso.

— E o que eu faço?

— Sei lá, beija ela... sei lá, se vira.

Ele desligou o celular, me deixando completamente em dúvida sobre o que fazer. Encarei meu reflexo no espelho, lavei meu rosto, e a cada gotícula que caía de volta na pia, lembrava-me de como tudo tinha dado certo: o bolo delicioso, a aposta que nos alegrou, até mesmo perder para ela se tornou interessante.

Com meu rosto seco, encarei meu reflexo uma última vez e disse a mim mesmo:

— Você consegue, é só falar com ela.

Saindo do banheiro, mantive minha postura descontraída do lado de fora, embora por dentro sentisse como se mil formigas estivessem comendo meus dois intestinos. Voltamos a jogar, e a cada partida, questionava se era a melhor decisão. Foi quando decidi.

Olhei para ela, já cansados de jogar. Suas mãos estavam apoiadas atrás das costas no chão, e ela me olhava com aquele sorriso sereno. Fechei os olhos, deixei o calor tomar meu rosto e, em um gesto rápido, a beijei.

Minha mente previu o que aconteceria, então, antes que algo pudesse ocorrer, me afastei, escondendo meu rosto nas almofadas, consumido pela vergonha.

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