Capítulo 42: Um dia simples

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As nuvens sombrias da manhã nebulosa cediam espaço aos primeiros raios de sol, que se estendiam até os cantos mais distantes da cidade. Da mesma forma, o amor mais puro havia alcançado os lugares mais incertos do meu coração. Ali estava eu, deitado ao lado de alguém tão especial.

Estávamos frente a frente. Observava seu rosto adormecido e, enquanto ele se aconchegava em meu corpo, beijei suavemente sua face, ajustando o cobertor sobre seus ombros.

Peguei as roupas que jaziam no chão, lembrança de uma noite em que eu e Jin compartilhamos uma conexão intensa. Já vestido, saí do quarto com cuidado, fechei a porta e caminhei até a cozinha.

O silêncio que preenchia a casa depois de uma noite tão vibrante era quase insuportável. Olhei ao redor, procurando algo para quebrar o vazio. Foi então que notei um livro de receitas. Cozinhar nunca foi meu forte — sempre fui tão descuidado com minha própria vida que pedir comida era mais fácil. Mas a ideia de Jin acordando no quarto ao lado, faminto, despertou uma vontade inesperada.

Abri o livro e decidi preparar um simples bolo de cenoura, para dar a ele um bom dia. Comecei a cozinhar ao som de uma cantora pop do momento. Enquanto o bolo assava, me deixei levar pela música e comecei a dançar pela cozinha.

Não sou o maior dançarino, mas quando se está sozinho e o namorado ainda dorme, quem se importa? Continuei dançando até sentir uma mão firme na minha cintura e um beijo quente deslizar pela minha nuca. Virei o rosto e encontrei Jin, com aquele sorriso provocador.

—  Oh Para com essa porra, viado, são seis da manhã, caralho! — falei, rindo.

— E daí? Você é meu. — Ele retrucou, me puxando mais para perto.

— Virei propriedade privada agora, é? — provoquei, me divertindo.

— Claro! Tem até minha marca no seu pescoço — ele riu, com um toque de malícia.

— Só falta você comprar um chicote pra usar em mim — comentei, meio sarcástico, enquanto ele tentava mais um beijo no meu pescoço.

— Chicote é só na cama, amorzinho — ele sussurrou, sem parar de me beijar. Dei uma boa olhada nele: usando uma das minhas camisas, o cabelo solto, as pernas livres... "Puta que pariu, que japonês gostoso do caralho", pensei comigo.

De repente, lembrei do bolo no forno e o soltei.

— Caralho, o bolo! Esqueci o bolo no fogo! — corri até o fogão, mas o estrago estava feito; o bolo já estava queimado.

— Puta que pariu, esse bolo tá mais preto que eu — comentei, frustrado, enquanto Jin ria ao meu lado.

— Ótimo, agora vamos comer bolo queimado. De quem é a culpa, hein?

— Só queria um beijinho de bom dia — ele disse, com aquele olhar que sempre funciona.

— Beijinho? Vem beijar a cabeça da minha rola, então.

— Opa, tira as calças aí — ele respondeu, provocador.

— Misericórdia, depois reclama que o cu tá doendo.

Deixei o bolo queimado na pia e fui para a sala, me jogando no sofá e ligando a TV. Pouco depois, Jin veio se sentar ao meu lado.

— Mozinho, o que você está fazendo?

— Tô comendo o cu de japonês curioso — respondi, sorrindo, sem tirar os olhos da tela.

Jin deu uma risada e se jogou no sofá ao meu lado, como se nada tivesse acontecido.

Ficamos ali, abraçados, em silêncio, até que ele quebrou o clima:

— O que a gente vai fazer com o bolo que você fez?

Amor SublimeOnde histórias criam vida. Descubra agora