Demorei um tempo considerável para chegar à sorveteria, mas ao avistar Nyx ao longe, senti um pouco mais de tranquilidade. Sentei-me à mesa onde ela estava, sem proferir uma palavra, apenas peguei o sorvete de maracujá com chocolate que era característico da Nyx.
— Estou vendo que está chateado, amigo.
— Está bem óbvio, não está?
— Não, você simplesmente pegou o sorvete e começou a comer.
— Nyx, entenda, eu preciso lidar com minha frustração, e eu faço isso enchendo o bucho.
Mordi o sorvete enquanto fazia uma careta de desgosto do tamanho do mundo.
— Pare para pensar: seu ex na sua sala, tentando influenciar um familiar seu a voltar com você.
— Se meu ex estivesse na sala de estar, chamaria a polícia.
— Eu daria no saco dele mesmo.
— Ok, mas me explica como foi esse seu relacionamento com o Ren.
— Está bem, vou te contar o que aconteceu.
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Três anos atrás
Eu estava no último ano do ensino fundamental, e naquela época, eu era basicamente o mesmo que sou agora, mas não tinha tantos amigos como tenho hoje. Estava na sala lendo um dos meus livros quando o professor o apresentou.
— Alunos, este é o novo colega de vocês, Renshi Sato.
Eu o observei sem muitas expectativas. Ao contrário do Roger, ele não despertou nada em mim. Pelo menos, não a princípio, e isso continuou assim por algumas semanas.
Num certo dia, houve um campeonato de queimada, e eu estava exausto. Ele se aproximou com aquela máquina, vestindo uma jaqueta preta e capacete. Ao tirar o visor, questionou:
— E aí, gatinho, esperando o ônibus?
— Tá falando comigo?
— Bom, você é a única coisa bonita por aqui, né?
— Pelo que eu sei, a gente nem é amigo. Pode me dar licença.
Comecei a caminhar para casa, mas estava tão exausto que mal conseguia me manter de pé. Tropecei, prestes a cair no chão, quando senti meu corpo se apoiar em algo.
Era Ren, que apenas me manteve firme ali.
— Parece que você não está em condições de ir para casa sem ajuda, então vou fazer caridade.
Não disse nada, apenas aceitei a ajuda. Ele me levou em sua moto, e, a partir daquele dia, começamos a conversar e sair. As coisas ficaram sérias ao longo do tempo. Cerca de um ano depois, ele me levava para a escola e também me deixava em casa.
Então, após um evento de dança, tirei da minha mochila uma pulseira de berloques que pretendia dar de presente a Ren. Foi quando o peguei debaixo da escada do segundo andar da escola, quase sem camisa, beijando o capitão do time de futebol.
Foi nesse momento que percebi que tudo que vivemos se tornara uma mentira.
— Nossa, amigo, ele é cretino.
— Sim, ele é. Um cretino que agora está de volta na minha vida e pode arruinar o único relacionamento bom que tive desde que ele me traiu.
Nesse instante, meu telefone tocou. Era meu avô, furioso, pois já passava das 23:00 e eu ainda não estava em casa. Preparei-me para a bronca que estava por vir.
Visão do Roger:
Já era tarde, eu estava cansado e pensei em mandar uma mensagem para o Jin. No entanto, meus pensamentos sobre ele foram ofuscados por algo relacionado ao Jin que vi. Alguém o marcou em uma foto. Ao clicar na marcação, vi o que era: Jin Woo Shimada abraçado a um garoto de cabelos castanhos com um visual bastante questionável.
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Amor Sublime
RomanceAs vezes você pode encontrar a pessoa amada em muitos lugares, nas situações mais inesperadas, mas e isso que torna ele sublime, eu encontrei meu amor de uma única maneira, encontrei enquanto brigava com ele