Capitulo 8: Um novo começo

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5 Semanas Antes

Quando meu relacionamento com Miguel começou, ele parecia ser alguém amável, carinhoso, e de certo modo, nosso início foi bom. Acho que isso é comum para o começo de um casal. No entanto, até hoje me questiono sobre o que mudou.

Nossa primeira saída na rua foi marcada por um episódio desagradável. Ele ficou emburrado porque sorri para um garçom que me serviu. Sua atitude foi completamente inesperada, algo que eu nunca imaginaria que existisse.

Mesmo que tenha sido um sinal de alerta, eu acreditava que as coisas mudariam com algumas chamadas de atenção. No entanto, certas coisas nunca mudam, e ao longo do nosso relacionamento, percebi que ele se tornava mais complicado.

Numa noite comum ao lado dele, foi o único dia em que não brigamos. Ao adormecer, senti falta de seu abraço que costumava me aquecer. Notando sua ausência, levantei-me e saí do quarto.

As luzes da casa estavam apagadas, mas eu conseguia sentir sua presença. Ao descer a escada, percebi que as luzes do banheiro estavam acesas. Caminhei até lá e chamei por seu nome. Sua voz era quase inexistente. Ao empurrar a porta, deparei-me com um líquido vermelho escorrendo pelos braços dele.

O sangue que escorria me deixava horrorizada. Com meu celular sob a pia, enrolei minha camisa em seus braços, questionando-o chorosa.

— Por que, Miguel? Por quê?

— Você... Você queria terminar comigo... eu vi suas mensagens com Melissa.

Continuei pressionando minha camisa em seu braço, mas por um breve momento, olhei para o meu celular. Surpreendentemente, ele já havia olhado as mensagens. Talvez eu estivesse sendo ingênua demais em pensar que ele não faria isso.

Depois de fechar suas feridas superficiais, passei o restante da madrugada em silêncio com ele. A culpa consumiu seu coração, e Miguel decidiu dormir em outro lugar. Nos dias seguintes, não nos falamos. A notícia de que ele partiria para uma clínica de tratamento foi nossa maneira de terminar.

Dias Atuais

Já se passavam 7 semanas desde que Miguel partira. Melissa costumava me convidar para festas, mas eu não era muito adepta desse tipo de situação, então na maioria das vezes, recusava.

Num dia na escola, enquanto eu estava concentrada em meu almoço, notei um rapaz confiante se aproximando. Era Rafael, um dos amigos repentinos de Roger. Já tínhamos nos visto antes, e eu achava seu senso de humor adorável. Ele se apoiou na mesa ao meu lado e, com certa preocupação, concordei em conversar.

Saímos para o pátio, e a vergonha quase mortal tomava conta de mim. Ana e Melissa gritavam meu nome, o que não favorecia em nada a situação.

— Nyx, podemos bater um papo? — indagou Rafael.

Engolindo a comida, apenas assenti. Ele era agradável e charmoso, usando seu humor para aliviar a tensão.

— Primeira coisa que quero te perguntar... Prefere Trident ou Halls?

Dei um leve riso, e sua maneira descontraída fez meu constrangimento desaparecer.

— Sou mais Halls — respondi. Ele me entregou duas balinhas, e o sabor de melancia era como um remédio para minha leve tensão.

— Então, Rafa, o que você quer conversar?

— Queria saber se você gostaria de fazer cosplay de Jin e Roger.

— Como assim?

— Sair comigo, tomar um suco, ver uma Netflix, bater um papo. Sair nós dois, sozinhos.

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