Capítulo 21: mudanças drásticas

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Visão de Nyx

Aquela visão angustiante permeia meus sonhos mais profundos, uma imagem indescritível que ninguém poderia compreender verdadeiramente. Jin e Roger, amigos próximos, submersos na dor – Jin inconsciente, corpo banhado em seu próprio sangue, e Roger, ansioso e desesperado, com as mãos manchadas do mesmo líquido vital.

Fiquei ali, uma testemunha impotente do sofrimento deles, algo que normalmente não teria o poder de me machucar profundamente. Contudo, a sensação vertiginosa de impotência se infiltrou em mim como uma serpente se alimentando de sua presa inocente. Ao invés de ser apenas consumida, essa experiência modificou-me, deixando-me como um psicólogo estilhaçado, semelhante ao mármore quebrado.

De maneira melancólica, fechei-me para o mundo lá fora. Não apenas meu interior foi transformado, mas meu exterior desapareceu. Da gótica minimamente alegre, transformei-me em uma moça calada, agressiva e delinquente. A incompreensão dos outros pairava sobre mim. Como Jin sendo namorado de Roger resultou na minha metamorfose para uma delinquente?

Cerca de cinco vezes por semana, era levada ao diretor, mal dando atenção a Rafael, e minha já escassa relação com minha mãe se desvanecer. Enquanto alguém que considerava família sofria, eu permitia que meu próprio sofrimento se espalhasse.

Fora de qualquer ambiente social, isolava-me nas ruas, envolvendo-me em brigas e confusões. As pessoas sugerem que eu buscasse ajuda, mas relutava em mostrar quão frágil eu estava. Uma das poucas fontes de alegria era estar ao lado de Jin.

Levava flores para ele todo sábado, recusando a presença de Roger. Minhas visitas frequentes ao diretor e a indiferença em relação a Rafael eram reflexos de uma alma dilacerada. Ver Jin à beira da vida e da morte era angustiante, observando cada batimento cardíaco transmitido pelos aparelhos, uma tortura silenciosa.

Os aparelhos conectados a seu corpo tornavam a situação ainda mais angustiante. Eu ansiava abraçá-lo, expressar o quanto era importante em minha vida. No entanto, a realidade cruel de sua incapacidade de responder cortava os poucos pedaços do meu coração que restavam.

Sem mais palavras, deixei o hospital, deparando-me com Roger.

— Oi Nyx, como você está?

— Não te interessa, Farias.

— Alguém acordou com o pé esquerdo hoje.

— Pelo menos eu não deixei meu namorado ser atropelado.

— Claro, nem atenção você está dando para ele.

Minhas emoções eclodiram em um punho fechado, a centímetros do rosto de Roger. Contudo, a imagem de Jin surgiu em minha mente, levando-me a chorar e correr, totalmente incapaz de realizar qualquer ação.

O tempo passou, marcado pelos sábados em que levei flores para Jin. No último sábado do mês, algo inesperado aguardava. Seu quarto não estava vazio; Ren, com seus cabelos castanhos amarrados, tatuagens prepotentes e semblante triste e falso, ocupava o espaço.

— Você não deveria estar aqui.

Ren virou-se para mim.

— Você deve ser mais um dos amigos do Jin. Me erra, garota. Tenho o direito de estar aqui.

— Como ousa? Ele está nesta cama por causa de você.

— Não era para ser assim. Roger deveria estar no lugar dele.

Nesse momento, o encarei firmemente, cerrando meus punhos para socá-lo.

No entanto, nosso confronto foi interrompido pelo puro horror quando Jin começou a convulsionar, seus aparelhos apitando, e enfermeiras correram para socorrê-lo

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No entanto, nosso confronto foi interrompido pelo puro horror quando Jin começou a convulsionar, seus aparelhos apitando, e enfermeiras correram para socorrê-lo.

Escutei apenas uma coisa: "Vamos levá-lo para a cirurgia".

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