Amor Sublime

Capítulo 43: Ultimas semanas

ATENÇÃO ESSE CAPITULO NÃO É PARA MENORES DE IDADE OU PARA QUEM NÃO GOSTA MUITO DE ATOS SEXUAIS, CASO VOCÊ TENHA PROBLEMA COM ISSO LEIA POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO, CASO VOCÊ NÃO TENHA APROVEITE A EXPERIÊNCIA.

As últimas semanas do ano letivo finalmente chegavam. Embora isso significasse o fim das aulas, não era como se isso fosse me afastar do Roger. Na verdade, parecia que estávamos mais conectados do que nunca, embora de uma maneira meio estranha. Depois de passarmos a noite juntos, surgiu um tipo de silêncio entre nós, que durou alguns dias. Não era exatamente desconfortável, mas dava para sentir que estávamos processando o que tinha acontecido naquela primeira vez. Meu avô, sempre com suas tiradas sábias (ou só engraçadas), dizia que estávamos tentando entender a "coreografia" do que rolou. E, pensando bem, talvez ele tivesse razão.

Apesar de toda essa introspecção, a vida seguia seu curso. Nos cruzávamos, trocávamos olhares e flertes discretos, como se fosse um jogo que só nós dois entendíamos. E, de alguma forma, sempre havia uma resposta, o que tornava as coisas bem menos complicadas. A tensão do "e agora?" ia se dissipando aos poucos, se transformando em algo mais natural, quase... confortável.

Enquanto isso, o burburinho sobre a festa de fim de ano começava a dominar os corredores. Todo mundo falava sobre o evento, como se fosse o ápice da existência colegial. Para mim? Era só mais uma daquelas noites que eu provavelmente ignoraria, me escondendo em casa com alguma desculpa qualquer. Essa sempre foi minha vibe nas festas escolares: passar longe.

Mas, com Roger no quadro, comecei a me perguntar se, talvez, só talvez, aquela festa pudesse ser diferente. Será que valeria a pena?

Essa ideia ficou martelando na minha cabeça pelos dias seguintes, como uma música chata que você não consegue esquecer. Eu passava horas pensando nisso, revirando as possibilidades como se estivesse analisando um plano estratégico. Por um lado, tinha o potencial de ser algo incrível – afinal, era a última festa de fim de ano, e eu poderia curtir com o Roger ao meu lado. Mas, por outro, minha experiência com esses eventos escolares nunca foi das melhores. Tinha toda aquela mistura de música alta, gente bêbada e drama adolescente que, sinceramente, eu preferia evitar.

As noites foram ainda piores. Eu ficava deitado na cama, encarando o teto e imaginando todas as formas que aquilo poderia dar errado: talvez eu me sentisse deslocado, talvez brigasse com alguém ou, pior ainda, talvez acabasse sendo só mais uma noite entediante que eu poderia ter passado em casa, de pijama, com uma boa série.

Então, eu pensava no sorriso do Roger, naquele jeito descontraído que ele tinha, como se o mundo pudesse estar desmoronando e ele ainda assim encontraria algo para rir. Será que ele estava tão dividido quanto eu? Ou será que, para ele, essa decisão era simples e direta, como quase tudo parecia ser? E aí, antes que eu pudesse me convencer a desistir, uma ideia se formava: e se, só dessa vez, eu arriscasse?

Porém, em uma dessas noites em que estava sozinho, o silêncio foi interrompido pelo toque do celular. Estranhei de imediato. Quem ainda liga para alguém hoje em dia? Quando olhei o identificador de chamadas, fiquei ainda mais confuso. Castiel. O ruivo mais encrenqueiro do colégio. Não fazia o menor sentido. Por que diabos ele estaria me ligando? Algo definitivamente não estava certo.

Atendi, tentando disfarçar o tom de desconfiança.

— Alô? Quem fala? – perguntei, tentando ignorar o óbvio.

— Jin, sou eu, Castiel – ele respondeu, a voz carregada de impaciência quase palpável, como se estivesse prestes a revirar os olhos no meio da ligação.

Hesitei por um instante, tentando processar aquilo. Castiel nunca tinha me ligado antes. Nunca. Para ser sincero, nós mal trocávamos palavras, e quando trocávamos, geralmente era ele com algum comentário sarcástico ou implicando com alguém. Então, por que agora?