Capítulo 25: Mente

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Visão de Jin

Cada recanto profundo da minha mente é um labirinto de cenas e momentos de um passado que agora parece distante e irreal.

Lembro-me vividamente dos encontros românticos com Roger, onde o calor do amor nos envolvia, contrastando com as tensas discussões com Nyx sobre meus sentimentos por ele.

Essa enxurrada de lembranças desperta algo dentro de mim. Ren está adormecido ao meu lado, sua expressão serena contrastando com a inquietação que sinto. Olhando para ele, uma sensação desconfortável invade meu coração e até minha alma.

Estar ali, mesmo com a pessoa que amo, parece errado. Isso me perturba profundamente. Assim, me visto sem me despedir de Ren, deixando-o descansar enquanto saio para espairecer.

Caminho pelas ruas, exausto e atormentado por tudo o que passa em minha mente, até finalmente chegar em casa, onde a sombra do passado parece se intensificar.

Por mais descansado que eu esteja, algo dentro de mim está desalinhado, e foi quando o fantasma psicológico do meu pai ressurgiu, algo que não se manifestava há tanto tempo, como se estivesse à espreita, esperando o momento certo para retornar.

Esse retorno do fantasma psicológico do meu pai é como uma sombra que paira sobre mim, uma presença indesejada que sussurra lembranças dolorosas e questionamentos profundos, desencadeando uma avalanche de emoções que mal consigo conter.

Enquanto tento entender o turbilhão de emoções que me assola, percebo que há fragmentos do passado se entrelaçando com o presente, criando uma teia complexa de conflitos e dilemas internos, onde as fronteiras entre o que foi e o que é se tornam nebulosas.

O amor que sinto por Roger, as conversas com Nyx e a presença de Ren ao meu lado formam um intricado quebra-cabeça emocional, onde cada peça parece pertencer a um lugar diferente, desafiando-me a encontrar o equilíbrio entre o que desejo e o que devo.

Por mais que tente ignorar, a presença constante do passado me lembra que há feridas não cicatrizadas, questões não resolvidas e verdades não enfrentadas, como se o tempo se recusasse a apagar as marcas deixadas por minhas escolhas e arrependimentos.

Então, escuto alguém bater na porta de casa. Estranhamente, meu avô não estava; só restava para mim atender, abrindo as portas para mais um capítulo desconhecido de minha jornada.

— Nyx, o que faz aqui? — questionei a garota que me olhava com uma expressão amigável, mas também apática, buscando respostas em seus olhos.

— Podemos conversar, Jin? — sua voz soou com urgência, despertando uma curiosidade ansiosa em meu peito.

Ambos nos sentamos e iniciamos uma conversa, onde as palavras fluíam como rios sinuosos, revelando segredos ocultos e desejos reprimidos.

— Por que você veio aqui? — minha voz tremulou, incerta do que esperar dessa revelação.

Nyx suspirou, sua expressão carregada de preocupação, como se carregasse o peso do mundo em seus ombros.

— Você não se lembra de nada de verdade? — sua pergunta flutuou no ar, carregada de significados ocultos que ainda não conseguia decifrar.

— Não é que eu não me lembre de nada, algumas coisas estão voltando, mas outras parecem falsas, distorcidas pela névoa do esquecimento e da ilusão.

Seus olhos se dilataram, revelando um brilho intenso de determinação, enquanto Nyx me encarava com uma intensidade que me deixava sem fôlego.

— O que você está lembrando? — sua voz era um sussurro carregado de expectativa, como se aguardasse a revelação de um segredo há muito guardado.

— Uma conversa que tive contigo, mas parece estranha, desconectada da realidade que conheço e das verdades em que acredito.

— Como assim estranha? — sua pergunta ressoou no silêncio da sala, como um eco das incertezas que pairavam sobre nós, desafiando-nos a desvendar os mistérios que nos cercavam.

— Bem, eu e você falando sobre o Roger, e como eu queria estar com ele, parece até uma peça que minha mente está pregando em mim.

— Jin, essa memória é real, você realmente queria namorar o Roger!

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