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Thomas

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Thomas

— Thomas, querido! — Sua voz parece ter espinhos, que penetram os meus ouvidos e rasgam os meus tímpanos, trazendo um incomodo sufocante a minha garganta.

Não é possível! Penso ainda sem acreditar na sua visão completamente exuberante e intacta. O seu perfume ainda é o mesmo. Constato. O seu toque suave, não mudou. O seu olhar ainda é meigo e cheio de brilho. E o seu sorriso? É como se o tempo tivesse voltado. Um retroceder agonizante que me prende contra a minha própria vontade. Logo a minha mente fica nublada e a visão de um corpo boiando dentro de uma piscina preenche a minha visão. Lembro-me da dor que rasgou ao meio naquela manhã. Dos meus gritos ecoando dentro dos meus ouvidos pedindo ajuda. Suplicando que a salvasse, que a trouxesse de volta para mim. O medo e a escuridão se desprendiam, abraçava-me tão forte, a ponto de roubar o meu ar e a minha consciência. Lembro que por meses, eu desejei a morte. Eu quis morrer junto com ela.

Mas agora ela está aqui.

Deus, ela está aqui?

Essa questão parece me despertar do meu estado de torpor e imediatamente sinto um gelo crescente endurecer-me dentro de mim. Congelar os meus olhos e os sentidos. Cada terminação nervosa é tragada por essa frieza implacável como uma violenta avalanche, que destrói tudo que estiver na sua frente. Portanto, seguro firme nos seus pulsos, afastando-a de mim no mesmo instante. Nossos olhos se encontram e eu vejo o sorriso e seu brilho se apagarem simultaneamente.

Rebecca me encara assustada.

— Que porra está acontecendo aqui? — rosno duramente. Em um misto louco, vertiginoso e dilacerante. Olhando-a com uma fúria que envenena o meu sangue, o esquentando demasiadamente.

— Thomas, sou eu. A sua Rebecca. — Ela diz uma naturalidade arrebatadora, deixando-me ainda mais furioso. Sem responder-lhe, puxo-a com certa violência para fora da sala, para longe das vistas de todos e adentro o escritório, largando-a de qualquer forma, e fecho a porta em seguida, encarando-a com se pudesse fulminá-la.

— Que porra está acontecendo aqui, Rebecca?

— O que? — Ela resmunga dissimulada, lançando-me um olhar confuso. — Como assim, Thomas?

Trinco o maxilar.

— Você não faz ideia do que eu passei — rosno baixo, porém, entre dentes. — Não sabe como me senti. Quantas vezes me julguei e me condenei por sua morte... — Paro de falar abruptamente. — Aliás, por onde você nadou todo esse tempo?

— Oh... é... Thomas. — Rebecca parece procurar as palavras certas para me dizer. — Querido, eu precisava de tempo.

Arqueio as sobrancelhas.

— Tempo? Que tempo? Tempo para que? — exijo.

— Thomas, você conhece a minha história. Eu vivi a minha vida inteira presa dentro de uma casa enorme e a uma família rigorosa nos seus costumes e tradições. E quando finalmente tenho a oportunidade de sair da casa dos meus pais, fico presa a um casamento com um desconhecido.

Um Duque Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora