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Judith

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Judith

— E então? — inquiro quando ele permanece em silêncio por alguns minutos.

— A verdade, é que eu não sei por onde começar, Senhorita Evans.

— Pelo começo seria uma boa opção, não acha, sua graça? — O fato de rebater com o um tom formal demais e da maneira correta o faz encarar o meu olhar. Contudo, Thomas desvia os seus olhos dos meus outra vez, fitando o horizonte em seguida e solta um suspiro alto pela boca.

Me pergunto se algo o está incomodando?

— Ok, você está certa. — Ele solta mais uma respiração e continua. — Da última que conversamos percebi que você não gosta de falar do seu passado.

Ah, sério? Ralho mentalmente.

— E?

— Também não gosto de falar sobre o meu passado, Senhorita Evans, mas às vezes para fazer as pessoas nos compreenderem é preciso tocar na ferida, mesmo que a ardência nos retrair um pouco.

Suspiro.

— Sua graça, eu...

— Deixei-me falar, Senhorita Evans. — Ele pede calmamente, fazendo um gesto de mão. — Devo dizer que desde a partida de minha esposa não senti o desejo de me relacionar com as pessoas ao meu redor, em especial com as mulheres — declara. — Mas desde a nossa última dança não consigo tirá-la da minha cabeça e... andei tendo algumas ideias.

Puxo mais uma respiração alta.

— Sua graça, eu...

— Pelo amor de Deus, Judith não me interrompa ou não terei coragem de seguir em frente com essa loucura! — Ele ruge exasperado, puxando outra respiração, dessa vez uma pesada, encarando-me duramente.

Loucura?

Que loucura?

— Judith, eu sou um homem de um único amor... ou era. — Thomas parece aturdido. — Eu já nem sei o que pensar realmente, mas, eu sou o tipo de homem que se entrega a esse sentimento de corpo e alma, entende?

Gostaria de responder-lhe que não entendo, mas ele não para de falar.

— E foi por esse motivo que eu me afoguei pela primeira vez. Confesso que não estou preparado para um novo amor preenchendo o meu coração machucado e temo que nunca esteja apto outra vez, mas infelizmente o meu título exige um casamento e eu... gostaria de fazer-lhe uma proposta. — Thomas para a caminhada e olha dentro dos meus olhos.

Paro de andar também.

— Uma... que tipo de proposta? — inquiro receosa.

— Você perdeu os seus pais muito cedo e viveu a sua vida toda trancafiada dentro de um orfanato...

Um Duque Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora