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Thomas

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Thomas

... Você não vai comer?

... Não.

... Por quê?

... Preciso trabalhar, Judith.

A verdade, é que eu estava contando os minutos para me trancafiar em um único lugar dessa casa e de abafar todos os sons que estão me assombrando desde que pus os meus pés aqui nesse lugar. Judith não pode me ver vulnerável. Ela pode sentir a minha fraqueza e se tornar mais forte do que eu. Portanto, o ideal é manter-me longe dela e tudo durante o tempo que ficarmos aqui. Entretanto, ao passar pela porta do meu escritório os meus sentidos parecem fugir do meu controle. A porta se fecha como um eco sombrio atrás de mim, enquanto os meus pulmões são esmagados pelo meu pânico e eu luto para respirar. Um suor gelado começa a encharcar a minha camisa e por mais que eu puxe o ar ele não vem.

Agoniado, abro os primeiros botões da minha camisa, mas isso não me ajuda em nada e por um mísero instante penso que tudo logo findará e que a minha vida será ceifada pela sua vingança. Os sons que eu quis calar ficam no mais completo silêncio e quando a minha visão começa a ficar turva, penso que é o meu fim.

— Socorro! — peço com dificuldade, porém, não sinto força na minha voz e em uma tentativa patética de sobreviver aos terrores dos meus medos, me arrasto até uma janela e encontro forças para abri-la. O vento fresco de uma manhã ensolarada imediatamente me abraça e ainda assim, respirar é um martírio.

Contudo, o som de um riso animado atrai a minha atenção e então a vejo. Judith está correndo entre as flores do jardim, brincando com as borboletas e sem qualquer explicação os meus pulmões dilatam e eu volto a respirar gradualmente. Na sequência, é impossível não admirar a sua linda e angelical imagem a luz do sol, que dá um tom dourado para a sua pele delicada. Os seus cabelos esvoaçantes lhe dão uma graça me que me faz sorrir com admiração e o seu sorriso se projeta diante dos meus olhos fazendo-me suspirar. Por um instante ergo uma das minhas mãos para tocá-la, mas é impossível e quando o som do seu riso me desperta desse transe, me pergunto mais uma vez porque estou fazendo tudo isso.

Eu nunca devia tê-la pedido em casamento e menos ainda trazê-la para esse lugar, que é o meu inferno particular. E quando a sua brincadeira se acaba, penso que é hora de ir trabalhar.

...

— Oh vamos querido! Vamos nos divertir!

A voz de Rebecca se repete como um eco dentro da minha cabeça.

— Já está tarde, Rebecca e nós bebemos bastante.

Resmungo, na esperança de fazê-la desistir.

— Não seja estraga prazeres, Thomas! — Minha esposa choraminga com diversão, me convencendo do contrário. Ela me serve outra dose de uísque, essa mais generosa do que as outras e volta a encher a sua taça. Uma dança, mais bebidas, sexo no sofá e quando dou por mim o dia já está raiando.

Um Duque Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora