Filho?

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Melissa:
Naquele momento, senti que o mundo inteiro se alinhava. Era como se todas as dúvidas e inseguranças que Clara havia plantado simplesmente tivessem desaparecido. Joaquim tinha esse jeito de me fazer sentir segura, como se nada no mundo pudesse nos atingir. Eu olhava para o anel no meu dedo, um símbolo do que éramos e, mais do que isso, do que poderíamos ser.

Após o jantar, saímos de mãos dadas para uma caminhada pela praça em frente ao restaurante. O céu estava limpo, e a brisa fresca da noite parecia perfeita. Joaquim, sempre atento, tirou o paletó e colocou sobre meus ombros. Um gesto simples, mas que me derretia por dentro.

- E agora? - perguntei, ainda tentando assimilar tudo o que tinha acabado de acontecer. - Qual o próximo passo, senhor romântico?

Ele sorriu, aquele sorriso tranquilo que eu amava.

- O próximo passo é te fazer feliz todos os dias - ele disse com aquele tom confiante, apertando minha mão com firmeza. - E, claro, lidar com as suas crises de estresse. Porque, convenhamos, tem que ter alguém pra aguentar, né?

Revirei os olhos, rindo, e empurrei ele levemente.

- Eu não sou tão estressada assim...

Joaquim arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo.

- Ah, não? Você é um poço de serenidade então? - Ele fez uma cara exagerada de inocente, colocando a mão no queixo, como se estivesse realmente tentando se convencer. - Porque se eu me lembro bem, teve aquele dia que você quase jogou uma bola de basquete com tudo na minha cabeça...

Eu ri alto, lembrando da cena. Esse ser humano tinha me irritado demais no dia, me fazendo assim pegar a bola de basquete que estava ali perto de mim e acabei jogando com tudo na cara daquele idiota, que nem teve tempo de desviar e a acabou levando com força no meio da cara

- Foi um acidente! - me defendi, ainda rindo. - E, para sua informação, eu estava num dia ruim e você fez questão de perturbar ainda mais o pouco juízo que ainda me restava aquele dia.

Ele balançou a cabeça, rindo também.

- Sempre tem uma desculpa, né? Mas, sinceramente, eu gosto desse seu lado meio "ogro". - Ele me puxou para mais perto enquanto continuávamos andando. - Acho engraçado como você diz que me odiava, e olha onde estamos agora.

- Ah, não começa! - falei, tentando disfarçar o sorriso que surgia. - Eu não gostava de você no começo, Joaquim. Você era insuportável! Metido, convencido, achando que podia conquistar qualquer uma...

Ele me interrompeu, com um olhar divertido.

- E conquistei, não foi?

- Claro que não! - retruquei, empurrando-o de leve. - Foi muito trabalho da sua parte. Mas admito... - suspirei, parando de andar e encarando-o - Eu nunca imaginei que me apaixonaria por você. Sempre pensei que... Sei lá, que você só estava me provocando porque gostava de me irritar.

Joaquim riu alto, parando à minha frente e segurando minhas mãos.

- Bom, parte disso é verdade. Eu adorava te provocar. Mas, Mel, desde que te vi pela primeira vez, naquele dia no Allianz, com o moletom verde, eu sabia que não era só provocação. Eu só não sabia como te mostrar isso sem levar uma raquetada na cabeça.

Eu ri de novo, agora com os olhos marejados.

- Eu realmente não fazia ideia de que você se sentia assim...

Ele me puxou para mais perto, seu rosto ficando mais sério.

- Mas agora você sabe. E, Mel, eu juro que nada vai mudar isso. Mesmo com todas as brigas, os desentendimentos... Você é a pessoa com quem eu quero estar, sempre.

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