Sinto sua falta

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15 dias depois...
Piquerez:
Já haviam se passado quinze dias desde a discussão intensa que eu e Melissa tivemos. Quinze dias sem ouvir sua voz brigando comigo, 15 dias que fiquei apenas vendo ela de longe no CT, já que nem bom dia ela falava mais pra mim e sempre se mantinha distante. No início, tentei ignorar o vazio que ela deixou, me convencendo de que era melhor assim, se afastar por algum tempo, para enfim dar um tempo na sua mente,
mas a verdade é que... comecei a sentir falta dela. As lembranças do riso lindo raro dela, o jeito como ficava séria quando estava concentrada nos treinos, e até mesmo suas respostas afiadas, tudo isso ficou martelando na minha mente.

Decidi que não podia deixar as coisas continuarem assim. Eu precisava recuperá-la, de alguma forma. Foi então que resolvi pedir ajuda aos meus amigos mais próximos, Veiguinha, Scarpa e as mulheres deles, Lívia e Alessandra. Se alguém sabia como impressionar uma mulher tão forte e determinada quanto Melissa, eram eles.

Sentados no sofá da casa do Scarpa, eu expliquei a situação, tentando não parecer desesperado, mas sabendo que eles perceberiam.

- Cara, você vacilou feio em Punta del Este - comentou Scarpa, balançando a cabeça.

- Eu sei, mas agora não sei como consertar as coisas. Eu preciso de uma ideia, algo que mostre pra Melissa que eu realmente me importo e que quero fazer tudo certo desse vez.

De cara, Alessandra, sempre prática, sugeriu:

- Bom, Piquerez, dê doces e frutas pra ela! A Mel é louca por doces e duas frutas em específico, e isso pode amolecer o coração dela.

Levantei uma sobrancelha, curioso.

- Doces e frutas? Tipo o quê?

Lívia, que conhecia Melissa desde sempre, riu e respondeu:

- Ah, ela ama aqueles doces azedos da Fini, Nutella... E, de frutas, melancia e kiwi. São as favoritas.

Nesse momento, Veiga soltou uma gargalhada e brincou:

- Ah, então é por isso que a Melissa é azeda daquele jeito, igual essas balas Fini! Agora faz sentido!

Todos riram, exceto Lívia, que revirou os olhos e deu um leve puxão de orelha no noivo:

- Cala boca, Raphael!

Veiga levantou as mãos em sinal de rendição, ainda rindo, enquanto eu ria sorria, mas anotava mentalmente todas as dicas.

Fiquei surpreso. Quem diria que a mulher que me enlouquecia com sua intensidade era tão apaixonada por coisas simples como doces azedos e frutas? Eu podia usar isso a meu favor.

- Tá aí uma ideia. - disse Scarpa, rindo. - Vai lá, leve um carregamento de fini azedo, Nutella e melancia pra ela.

- Não é só isso - Alessandra acrescentou, com um tom sério agora. - Mostre que você a conhece, que entende suas manias e fraquezas. Isso vai fazer diferença.

E, com isso em mente, eu me senti um pouco mais esperançoso. Eu sabia que não seria fácil, mas pelo menos agora tinha um plano.

Saí da casa do Scarpa sentindo uma mistura de alívio e ansiedade. Eu sabia que tinha que acertar as coisas com Melissa, não dava mais para ficar sem fazer nada, apenas vendo-a de longe no CT. Não era mais uma questão de orgulho, era uma questão de tentar reconquistar o que tínhamos.

No caminho de volta, decidi parar no mercado. As palavras de Alessandra e Lívia ecoavam na minha cabeça. Se a Mel era louca por doces azedos e frutas, por que não usar isso para tentar quebrar o gelo?

Entrei no mercado já com um plano na cabeça. Primeiro, fui direto para a sessão de doces. Quando encontrei as balas Fini, enchi o carrinho com diferentes pacotes: azedas, mais azedas ainda, e algumas clássicas, só por precaução. Também peguei dois potes de Nutella - afinal, sabia que Melissa nunca resistiria a um bom pote de Nutella.

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