Melissa:
Três meses depois...
Os últimos três meses foram intensos. A conquista do Paulistão feminino 2022 com as meninas do Palmeiras trouxe um novo sopro de vida para minha carreira, e a celebração em família após a vitória foi um momento que guardarei para sempre no coração. Mas hoje, ao acordar para o primeiro treino da Supercopa feminina, algo não parecia certo.A luz do sol filtrava-se pelas cortinas, e eu me sentia mais sonolenta do que o normal. Levantei-me da cama, mas uma leve tontura me pegou desprevenida. Olhei ao redor do quarto, buscando clareza, mas a realidade parecia embaçada, como se estivesse observando através de um vidro sujo. Fui até a cozinha, onde o aroma do café fresco deveria me animar, mas, ao invés disso, senti meu estômago revirar.
— Melissa, você está bem? — Piquerez me observava com uma expressão de preocupação enquanto preparava o café da manhã.
— Não sei... meu estômago não está colaborando. — Respondi, tentando forçar um sorriso. O último que eu queria era preocupar ele.
— Você não vai tomar café? — perguntou, olhando para mim com aqueles olhos que sempre pareciam perceber quando algo estava errado.
— Não estou com vontade. Acho que vou passar só um pouco de água. — Menti, sentindo que a verdade seria um peso a mais.
Piquerez se aproximou, colocando a mão em minha testa. — Você parece um pouco quente. Não está com febre, está?
— Não, só me sinto meio tonta... — Tentei me afastar da ideia de que algo realmente pudesse estar errado, mas a expressão dele me deixava inquieta.
— Está bem, mas você vai me prometer que, se não melhorar, vai voltar para casa, certo? — ele disse, a preocupação em sua voz era evidente.
Um conflito interno me consumia. Eu queria estar no treino, queria sentir a adrenalina correr nas minhas veias, mas a ideia de me sentir mal lá era assustadora. No entanto, a determinação de enfrentar meus desafios sempre falou mais alto.
— Tudo bem, vamos. Preciso ir. — Declarei, decidida a não deixar a tontura me derrotar.
Com um último olhar preocupado, Piquerez pegou a chave do carro e seguimos juntos para o Centro de Treinamento. Durante o caminho, as ruas de São Paulo passavam por nós em um borrão, e eu tentava focar em respirar fundo, tentando aliviar a sensação de enjoo que persistia.
Ao chegarmos ao CT, assim que saí do carro, fui recebida por uma onda de energia e alegria. Meus amigos Veiga, Lívia, Alice e Gomez estavam na porta, todos sorrindo e saudando-me animados.
— E aí, Mel! — gritou Veiga, com o brilho no olhar. — Pronta para arrasar na Supercopa?
— Com certeza! — tentei responder com entusiasmo, mas assim que abri a boca, a tontura voltou com força. O mundo ao meu redor começou a girar, e antes que eu pudesse me segurar, Piquerez me tomou pelos braços.
— Mel! — Ele exclamou, me segurando firme para que eu não caísse. A preocupação em seu rosto era palpável, e senti o calor da sua presença me estabilizando.
— O que foi? Você está bem? — perguntou Lívia, sua voz cheia de ansiedade enquanto os outros se aproximavam, também preocupados.
— Sim, só uma tontura que veio bem forte dessa vez. — Tentei minimizar, forçando um sorriso, mas a sensação de fraqueza era inegável.
Alice, a capitã do time e mãe do meu afilhado Lucca, me olhou de forma estranha e, de repente, disparou a pergunta que me deixou perplexa. — Mel, você não está grávida, não?
Assustada com a pergunta da amiga, respondi rapidamente. — Claro que não, Alice! Eu me cuido muito bem, e não é hora de ter filho!
A sala ficou em silêncio por um momento, e então todos soltaram risadas nervosas. Piquerez ainda segurava meu braço, mas agora havia um leve sorriso em seu rosto, como se ele estivesse aliviado e ao mesmo tempo divertido com a situação.
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Meu estresse preferido
FanficJogam no mesmo clube, personalidades igualzinhas, mas os santos não se batem por nada nesse mundo. Melissa e Piquerez, duas pessoas que não se dão bem de jeito nenhum. Motivos que fizeram nascer esse desentendimentos? Até hoje ninguém sabe, é um mis...