Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)

Futuro do reino

O dia seguinte amanheceu em Porto Real com uma sensação renovada, uma onda de reverência envolvendo S/n enquanto ela caminhava pelos corredores do palácio. O feito em Winterfell ainda ecoava nas conversas dos nobres e plebeus, a imagem de sua bravura e determinação permeando o ar. As pessoas sussurravam e trocavam olhares admirados quando a viam passar, como se ela fosse um símbolo de esperança em tempos sombrios. Mas, para S/n, aquele reconhecimento era apenas um eco distante de suas inseguranças.

Na sala do trono, a atmosfera era eletricamente tensa. Rhaenyra, agora sozinha no trono, olhava com atenção os lordes e damas que se reuniam para discutir novas leis que moldariam o futuro do reino. O tema central da reunião era a proposta de simplificar os casamentos e anular os laços que muitas vezes prendiam as mulheres como propriedade de seus maridos. Era um passo significativo em direção à igualdade e autonomia feminina, e S/n sabia que isso era algo pelo qual Rhaenyra sempre lutara.

“Como podemos permitir que as mulheres sejam tratadas como mercadorias?”, Rhaenyra começou, sua voz firme e decidida. “É hora de dar a elas a liberdade de escolher seu próprio caminho, de decidir o que querem para suas vidas sem serem atreladas a um homem apenas por um casamento. Anular um casamento deve ser tão fácil quanto se casarem.”

Os lordes murmuraram em aprovação, mas alguns mostraram resistência, ainda enraizados nas tradições antigas. S/n observava, absorvendo cada palavra da rainha, notando a determinação em seu olhar. Rhaenyra continuava a apresentar suas propostas, cada uma mais progressista que a anterior, buscando garantir educação para crianças em todo o reino, promovendo a ideia de que todas as crianças, independentemente de seu sexo, deveriam ter a chance de aprender e crescer.

“Nosso futuro está nas mãos das próximas gerações. Devemos educá-los para que sejam melhores do que nós”, disse Rhaenyra, seus olhos brilhando com paixão. “Não podemos permitir que o ciclo de opressão continue. A educação é a chave para a liberdade.”

S/n se lembrou das dificuldades que enfrentou em seu passado e da luta de tantas outras mulheres que foram silenciadas. A ideia de um futuro onde meninas e meninos tivessem acesso igual à educação a encheu de esperança.

Depois da reunião, enquanto os nobres se dispersavam, Rhaenyra se dirigiu a S/n, que permanecia em um canto, observando tudo. “O que você achou?”, a rainha perguntou, sua voz suave, mas com um toque de curiosidade.

“É um passo importante, Majestade. As mulheres precisam de mais autonomia, e a educação é crucial. Eu... eu nunca tive as mesmas oportunidades que muitos homens tiveram, e isso deve mudar”, S/n respondeu, sentindo a gravidade de suas palavras.

Rhaenyra a olhou atentamente, como se estivesse avaliando a profundidade do que havia sido dito. “Você sempre teve um espírito indomável, S/n. O Norte lhe moldou, mas a coragem que você mostrou em Winterfell é algo que poucos possuem. Você pode ser a mudança que deseja ver no mundo.”

Antes que S/n pudesse responder, Rhaenyra se virou e caminhou até a janela, olhando para o horizonte. “Eu não posso mais viver na sombra de um casamento que nunca deveria ter acontecido. Daemon se afastou de mim ao cometer traições que não posso ignorar. Vou anular esse laço e me concentrar no que realmente importa: o reino e aqueles que amo.”

S/n sentiu um aperto no coração, mas não sabia como expressar. A possessividade que Rhaenyra tinha sobre ela ainda pairava entre elas, mas o que era mais evidente era o respeito que sentiam uma pela outra. Rhaenyra estava se libertando de algo que a prendia, e, de certa forma, S/n se sentia parte desse processo de libertação.

“Então, é isso que você fará?”, S/n perguntou, a curiosidade no olhar.

“Sim,” Rhaenyra respondeu, sua voz determinada. “Farei isso não apenas por mim, mas por todas as mulheres que estão presas em casamentos infelizes. Não sou propriedade de ninguém.”