Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)

Chegada em Porto Real

A carruagem balançava suavemente enquanto S/n Stark observava a paisagem mudar através da janela emoldurada. A sensação de estar a caminho de Porto Real a envolvia com uma mistura de ansiedade e expectativa. O vento fresco fazia seus cabelos dançarem, e ela aproveitava aquele momento de liberdade antes de adentrar no labirinto político da corte Targaryen.

Pensamentos fervilhavam em sua mente enquanto a cidade se aproximava. Quem sou eu, realmente? A pergunta ressoava em sua cabeça. Era uma Stark, e isso trazia consigo uma certa dignidade e responsabilidade. Sua família sempre fora sinônimo de lealdade e força, mas ela se sentia uma intrusa, prestes a entrar em um mundo onde as alianças eram feitas em torno de jogos de poder e não de amor. O casamento arranjado com Jofrey Velaryon, embora inevitável, a deixava apreensiva. Havia uma pressão imensa para cumprir seu papel, e a ideia de se tornar uma peça no tabuleiro de xadrez da corte a deixava nervosa.

Enquanto a carruagem se aproximava das imponentes muralhas de Porto Real, S/n lembrou-se de sua vida no Norte. As longas noites de inverno, os ventos frios que assobiavam através das árvores, e os momentos tranquilos ao lado de sua família. A ideia de deixar tudo isso para trás era dolorosa, mas ela sabia que o dever a chamava. A vida em Porto Real seria diferente — cheia de intrigas, sussurros e olhares furtivos. E, no entanto, havia uma centelha de esperança. Talvez eu possa encontrar meu lugar aqui, pensou.

Quando a carruagem finalmente parou, S/n desceu com um misto de temor e determinação. O ar era denso com o cheiro do mar e das flores exóticas que cresciam nos jardins do castelo. Ao ser conduzida para o Red Keep, ela sentiu o peso dos olhares dos nobres, todos avaliando-a, como se esperassem que ela se encaixasse em um molde. Seja forte, sussurrou para si mesma. Você é uma Stark.

Ao ser apresentada a Daemon e Rhaenyra, a nova rainha, S/n ficou fascinada. Rhaenyra era uma presença impressionante, com uma beleza marcante e uma aura de poder que fazia com que todos ao seu redor parecessem pequenos. Mas, ao mesmo tempo, havia uma tristeza em seus olhos que a intrigava. S/n sentiu uma conexão imediata, mas não sabia como interpretá-la. Seria apenas a curiosidade de uma jovem nobre ou algo mais profundo?

O banquete de boas-vindas estava em pleno andamento. Músicos tocavam melodias alegres, e o aroma dos pratos deliciosos preenchia o ar. Jofrey, ao seu lado, tentava ser encantador, mas a atenção de S/n estava longe dele. Seu olhar frequentemente se desviava em direção a Rhaenyra, que estava cercada por admiradores, mas que, em meio a tudo, parecia alheia à festa. S/n se perguntou o que se passava na mente da rainha. Ela se sente tão sozinha quanto eu?

Com o passar da noite, a atmosfera se tornava mais densa, e a jovem Stark sentia-se um pouco perdida. Enquanto Jofrey falava sobre as façanhas de sua família, S/n não podia deixar de notar as trocas de olhares entre Rhaenyra e Alicent. A rivalidade entre as duas parecia palpável, como uma corrente elétrica no ar. Alicent exibia um sorriso suave, mas havia uma determinação nos seus olhos que S/n não conseguia ignorar.

Após o banquete, S/n decidiu dar um passeio pelos jardins do castelo, sentindo a necessidade de um momento de reflexão. O aroma das flores a envolvia, e a brisa fresca acalmava seu coração inquieto. Ao caminhar por entre os caminhos floridos, seus pensamentos vagavam. O que eu realmente desejo? A liberdade? O amor? Ou apenas encontrar um lugar onde pertença?

Enquanto admirava as flores, S/n não percebeu que não estava sozinha. Rhaenyra apareceu à sua frente, com seu vestido longo e elegante esvoaçando levemente ao vento. A rainha a observou por um momento, e S/n sentiu seu coração acelerar.

— Você não deveria estar aqui, S/n — Rhaenyra disse, a voz suave, mas com um tom de preocupação. — Este lugar pode ser traiçoeiro, especialmente para alguém que acabou de chegar.

— Eu precisava de um momento para respirar — S/n respondeu, tentando esconder a vulnerabilidade em sua voz. — O banquete foi... intenso.

Rhaenyra inclinou a cabeça, um leve sorriso se formando em seus lábios. Havia uma leveza no ar que parecia romper a tensão.

— A corte pode ser um lugar solene, mas também há beleza aqui — disse a rainha, gesticulando para os jardins ao redor. — Apenas lembre-se de que nem tudo é o que parece.

S/n assentiu, olhando nos olhos de Rhaenyra. Havia algo reconfortante na presença dela, mas também uma força que a deixava intimidada.

— O que você deseja, S/n Stark? — Rhaenyra perguntou, a voz carregada de curiosidade.

S/n hesitou, a pergunta a pegando de surpresa. O que eu desejo? A verdade era que, no fundo, ela ainda não tinha certeza. O futuro a aguardava, e as escolhas que faria em Porto Real poderiam mudá-la para sempre.

— Eu só quero... encontrar meu lugar — S/n murmurou, evitando os olhos penetrantes da rainha. — Aqui, nesta nova vida.

Rhaenyra sorriu, um brilho de compreensão nos olhos. O que estava em jogo era muito maior do que elas podiam imaginar. E, apesar de sua fragilidade, S/n sentia que havia uma força dentro dela, uma determinação que poderia se revelar quando menos esperasse.

A rainha deu um passo à frente, a atmosfera entre elas carregada de uma tensão delicada. Ambas sabiam que a corte estava cheia de jogos, mas naquele momento, em meio às flores e ao silêncio da noite, S/n sentiu que havia algo verdadeiro no olhar de Rhaenyra.

Assim, enquanto as estrelas brilhavam acima delas, o futuro parecia incerto, mas repleto de promessas e possibilidades. O destino a aguardava, e S/n estava pronta para enfrentar o que viesse.