Conselho de guerra

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A manhã que se seguiu à reunião no salão principal de Pedra do Dragão estava repleta de tensão. Os ecos da tempestade que rugia do lado de fora da fortaleza pareciam refletir o turbilhão de emoções que fervilhavam entre os aliados de Rhaenyra. Todos estavam conscientes de que o momento de agir chegara. A guerra pela sucessão ao trono era inevitável, e cada movimento precisava ser cuidadosamente calculado.

Rhaenyra, agora oficialmente rainha, ocupava a cabeceira da longa mesa de pedra, suas feições calmas, mas os olhos ardendo com uma determinação inabalável. Ela trajava um manto escuro com detalhes em vermelho, o brasão Targaryen bem visível, simbolizando a ancestralidade dos dragões. Seus conselheiros e aliados estavam reunidos ao redor da mesa, trocando olhares e murmurando entre si.

Daemon Targaryen, com seu temperamento volátil e espírito indomável, andava de um lado para o outro, as mãos cruzadas nas costas, o rosto sombrio. Ele não escondia sua frustração, sua ansiedade visível em cada movimento.

— Precisamos de um ataque imediato! — Daemon finalmente exclamou, sua voz cortando o ar denso. — Se esperarmos, Aegon terá tempo para consolidar o apoio em Porto Real. Não podemos dar a Otto essa vantagem!

A declaração de Daemon ecoou pelo salão, provocando murmúrios entre os presentes. Alguns pareciam concordar com ele, outros hesitavam, considerando a impulsividade de seu plano.

Rhaenyra, porém, manteve-se firme e silenciosa por alguns instantes, seus olhos prateados focados em Daemon. A rainha sabia que a pressa poderia ser um erro fatal.

— Daemon, a guerra é jogada com estratégia, não apenas com força bruta — respondeu Rhaenyra, sua voz calma, mas carregada de autoridade. — Otto já tem planos em movimento, disso não temos dúvidas. Mas precisamos ser mais astutos do que ele. Se agirmos precipitadamente, poderemos perder mais do que ganhar.

Daemon parou de andar, fixando seus olhos nos de Rhaenyra por alguns instantes, o silêncio entre eles carregado de uma tensão silenciosa. Apesar da discordância, ele respeitava a inteligência estratégica de sua sobrinha, mesmo que às vezes seu sangue Targaryen clamasse por ação imediata.

A Voz de Alicent

Alicent Hightower, que se mantivera silenciosa até aquele momento, observando atentamente cada movimento, cada troca de palavras, finalmente decidiu intervir. Ela ainda estava se ajustando ao fato de que agora fazia parte de uma aliança ao lado de Rhaenyra, algo que jamais imaginara. Ainda assim, sabia que seu conhecimento sobre Otto Hightower e seus esquemas poderia ser uma arma poderosa para Rhaenyra.

— Meu pai não vai esperar — começou ela, sua voz baixa, mas clara. — Otto já tem tudo preparado. Assim que a notícia da morte de Viserys chegar a Porto Real, ele vai manobrar para colocar Aegon no trono. Ele fará de tudo para garantir que Rhaenyra nunca tenha a chance de reinar.

O olhar de Alicent estava sombrio, e suas palavras carregavam um misto de amargura e resignação. Ela sabia o que estava em jogo. Conhecia Otto melhor do que ninguém, e sabia que ele não hesitaria em manipular e sacrificar qualquer um para alcançar seus objetivos, assim como fizera com ela durante toda a vida.

Rhaenyra assentiu levemente, processando as palavras de Alicent. Sabia que, apesar de tudo, Alicent tinha razão. Otto era uma ameaça calculada, fria e perigosa. Ele não hesitaria em mover suas peças no tabuleiro, e já estava algumas jogadas à frente.

A Proposta de S/n

S/n, que estivera observando silenciosamente até então, viu o momento certo para falar. Ela sabia que o Norte tinha um papel fundamental nessa guerra. Mais do que qualquer outra coisa, o Norte precisava ser sólido como uma muralha. Se caíssem, o reino desmoronaria com eles.

— O Norte já está comprometido com sua causa, Rhaenyra — disse S/n, sua voz firme ecoando no salão. — Mas apenas minha lealdade não é suficiente. Precisamos garantir que o Norte se mantenha firme e que outros reinos sigam nosso exemplo. A guerra será travada tanto pelas alianças que fizermos quanto pelas espadas que empunharmos.

Rhaenyra olhou diretamente para S/n, seus olhos analisando as palavras cuidadosamente. Ela sabia o peso que a aliança do Norte tinha e o quanto seria necessário para manter essa coalizão unida durante o conflito iminente.

— O Norte é uma força inestimável — respondeu Rhaenyra. — E sua lealdade, S/n, será recompensada. Mas você tem razão, precisamos expandir nossas alianças. Não podemos depender apenas da força dos dragões. Devemos mover todas as peças do tabuleiro com precisão.

S/n assentiu, ciente de que cada passo que dariam a partir de agora seria crucial para o desfecho dessa guerra. Ela sentia a responsabilidade do que estava por vir, mas também sabia que tinha um dever. A lealdade dela estava com Rhaenyra, e o Norte seria um pilar inabalável nessa luta.

O Corvo para o Norte

Depois da reunião, S/n retirou-se para seu quarto em Pedra do Dragão. A noite estava escura, e o vento assobiava pelas frestas das janelas, como um prenúncio dos tempos tempestuosos que se aproximavam. Com a mão firme, S/n pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever uma carta para seu pai, o Senhor do Norte.

"Pai, os ventos da guerra sopram com força. Declaro oficialmente minha lealdade a Rhaenyra Targaryen, a verdadeira rainha dos Sete Reinos. Ela precisará de todo o apoio que puder reunir, e o Norte precisa estar ao lado dela. Sei que você entende o peso de minhas palavras e a importância dessa aliança. Peço que envie nossos soldados e faça nossa voz ser ouvida. Com amor, S/n."

Ela selou a carta com cera e a entregou a um corvo. O voo para o Norte seria longo, mas sabia que a resposta viria. Seu pai sempre fora um homem justo e sábio, e, mais do que isso, confiava nela. Essa confiança seria a força que guiaria o Norte durante os dias mais sombrios.

A Resposta do Norte

Alguns dias depois, a resposta chegou. O corvo retornou com uma carta em resposta ao chamado de S/n. As palavras de seu pai eram firmes e carregadas de orgulho.

"Minha filha, o Norte se curva à verdadeira rainha. Seu julgamento sempre foi sensato, e o Norte estará ao lado de Rhaenyra na guerra que está por vir. Nossos soldados estão a caminho, e os exércitos do Norte marcharão sob o comando de nossa casa. Proteja-se e saiba que o Norte está com você, sempre. Com orgulho, seu pai."

Ao ler a carta, S/n sentiu um peso ser aliviado de seus ombros. O apoio do Norte era mais do que um simples movimento político; era um símbolo de lealdade e força. Ela sabia que os exércitos do Norte, conhecidos por sua coragem e resistência, seriam uma força temida na guerra que estava por vir.

A Preparação para a Guerra

Com a chegada da resposta de seu pai e a promessa de soldados, S/n voltou ao salão principal de Pedra do Dragão, onde Rhaenyra, Daemon, Alicent e os outros conselheiros já estavam reunidos novamente. A atmosfera era séria, e os preparativos para a guerra estavam em pleno andamento.

— O Norte está conosco — anunciou S/n, erguendo a carta de seu pai. — Os exércitos de Winterfell estão marchando para se juntar à sua causa, Rhaenyra.

Rhaenyra sorriu levemente, um sorriso de gratidão e reconhecimento.

— O Norte sempre foi leal e honrado. Com vocês ao nosso lado, nossas chances aumentam consideravelmente.

Daemon, que antes estava inquieto, agora parecia mais tranquilo, sabendo que o Norte era uma peça fundamental nesse jogo de guerra.

Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora