Juramento

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A tensão em Pedra do Dragão era palpável. A fuga apressada de Porto Real havia sido necessária para proteger Rhaenyra e garantir que a ascensão de Otto Hightower ao poder fosse frustrada. No entanto, nem todos estavam satisfeitos com a decisão. Daemon, sempre o mais impetuoso dos Targaryen, via a retirada como uma fraqueza. Ele andava pela fortaleza antiga, inquieto e com a expressão sombria, enquanto sua mente fervilhava de raiva.

— Fugimos? — ele disse, sua voz carregada de desprezo, ao se dirigir a Rhaenyra em uma das salas da fortaleza. — Você deveria estar sentada no Trono de Ferro, não escondida em Pedra do Dragão.

Rhaenyra, sempre calma diante da fúria de Daemon, o encarou com firmeza.

— Isso não é uma fuga, Daemon. Estamos nos preparando para uma guerra. Uma guerra que eu preciso vencer com inteligência, não com impulsividade — respondeu ela, mantendo a compostura de uma rainha que entendia o peso de cada decisão.

Antes que Daemon pudesse replicar, S/n entrou na sala. Ela trazia consigo um ar de determinação, como se tivesse algo importante a dizer. Todos os olhares se voltaram para ela, e o silêncio que se seguiu pesou sobre seus ombros. Mas S/n estava pronta.

— Princesa Rhaenyra — começou S/n, fazendo uma reverência profunda. — Preciso tomar uma posição.

Rhaenyra assentiu, indicando que ela podia continuar. Daemon cruzou os braços, observando a cena com desconfiança.

— Jurei lealdade ao Norte, à minha casa, mas não posso ignorar o que está acontecendo aqui. Eu recuso todas as ofertas de casamento que me foram feitas — disse, sua voz forte e clara. — Não vou me casar com ninguém no momento. Mas, perante todos aqui, eu me ajoelho e juro lealdade a você, Rhaenyra Targaryen, a verdadeira rainha dos Sete Reinos. O Norte se curva à verdadeira herdeira.

S/n se ajoelhou diante de Rhaenyra, mantendo os olhos fixos nos da princesa. Um momento solene pairou no ar, e todos na sala sentiram o peso do juramento. Daemon parecia surpreso, mas Rhaenyra manteve sua postura calma. Ela se aproximou, tocando de leve o ombro de S/n, selando o ato de lealdade.

— Levante-se, Lady Stark — disse Rhaenyra, com um leve sorriso. — O Norte me honra com sua lealdade. E você, S/n, é uma aliada valiosa. Sua coragem não será esquecida.

Com isso, S/n se levantou, sentindo uma mistura de orgulho e alívio. Sua posição estava finalmente clara, e ela sabia que tinha feito a escolha certa. Não havia mais dúvidas sobre de qual lado ela estaria nessa guerra que se aproximava.

Após o juramento, S/n começou a encontrar um novo propósito na vida em Pedra do Dragão. Embora o conflito estivesse iminente, ela sentia que havia algo mais que precisava dominar, algo que poderia fortalecê-la em batalha: o manejo da espada. E, para isso, encontrou em Jofrey o aliado perfeito.

Apesar de a união arranjada entre eles nunca ter se concretizado, S/n e Jofrey desenvolveram uma amizade profunda. Ele a respeitava e via nela uma determinação que poucos possuíam. E assim, longe dos olhares atentos da corte, eles começaram a treinar juntos, nas sombras de Pedra do Dragão.

Os sons de aço se chocando ecoavam nas noites silenciosas, enquanto Jofrey e S/n trocavam golpes. Ela já havia aprendido o básico com seu pai no Norte, mas Jofrey a ajudava a aperfeiçoar suas técnicas, ensinando-lhe truques de combate que poderiam fazer a diferença no campo de batalha.

— Seu pai lhe ensinou bem — disse Jofrey, ofegante, após um dos treinos. — Mas agora você está lutando como uma guerreira do Sul. Mais rapidez, mais estratégia.

S/n sorriu, limpando o suor da testa.

— Graças ao seu treinamento, meu amigo. E também à minha determinação em não ser uma dama que espera para ser salva.

Jofrey riu, um som leve e genuíno.

— Você não precisa de ninguém para salvá-la, S/n. Logo, será você a salvar a muitos.

Eles se encontravam quase todas as noites, longe dos olhos curiosos, em um local escondido perto dos penhascos de Pedra do Dragão. A amizade deles crescia com cada batalha simulada, mas também fortalecia em S/n um senso de autossuficiência e poder.

No entanto, a tensão em Pedra do Dragão continuava a crescer. As notícias da declaração de guerra de Aegon chegaram, como esperado. O jovem príncipe, manipulado por Otto Hightower, havia se coroado rei em Porto Real, usurpando o trono que Rhaenyra estava destinada a ocupar. A guerra pelo trono de ferro não era mais uma mera especulação, era uma realidade iminente.

Rhaenyra, agora oficialmente rainha dos Sete Reinos aos olhos dos aliados mais próximos, se preparava para defender seu direito com unhas e dentes. Daemon, embora descontente com a ideia de "fuga", também estava pronto para liderar as tropas que iriam lutar por sua esposa. E S/n, após seus treinos secretos, sabia que estava mais do que preparada para a batalha que se aproximava.

A guerra estava no horizonte, e todos em Pedra do Dragão estavam prontos para o que viria. S/n olhou uma última vez para o horizonte noturno, sentindo o vento salgado do mar contra sua pele. Em seu coração, sabia que não haveria volta. O Norte havia se curvado a Rhaenyra, e agora ela também estava pronta para lutar pela verdadeira rainha.

Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora