Incontrolável

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Naquela noite, o ar nos aposentos da rainha estava pesado com uma tensão silenciosa. Rhaenyra e S/n sentaram-se frente a frente, a distância entre elas uma escolha consciente, ainda que difícil. A conversa entre as duas era carregada de significado, um entendimento mútuo de que algo forte existia entre elas, mas ambas sabiam das consequências que poderiam surgir caso deixassem isso se repetir.

— Precisamos ser cuidadosas — disse Rhaenyra, quebrando o silêncio. — Não podemos deixar que o que aconteceu se repita tão cedo. O reino já nos observa de perto... qualquer falatório sobre nós pode ser desastroso.

S/n assentiu, o coração batendo mais rápido ao ouvir aquelas palavras, embora já soubesse que eram verdadeiras. — Eu entendo. Foi... uma noite maravilhosa, mas não podemos nos arriscar assim. Pelo menos, não agora — disse, sua voz baixa, carregada de um misto de racionalidade e desejo.

A tensão entre elas parecia aumentar a cada segundo, apesar da tentativa de manterem as emoções sob controle. Era claro que ambas se gostavam, mas estavam lutando para manter essa atração à distância, conscientes de que não poderiam ceder novamente tão facilmente.

Elas trocaram olhares intensos durante toda a conversa, evitando qualquer aproximação física, temendo o que aconteceria se ultrapassassem aquele limite tênue. Cada palavra era escolhida com cuidado, tentando não incitar o desejo que pulsava entre elas.

Quando a conversa chegou ao fim, S/n fez uma referência respeitosa para se despedir. — Com sua licença, rainha — disse, pronta para deixar o aposento.

Mas, no momento em que ela passou por Rhaenyra, algo inesperado aconteceu. Elas se atrapalharam, seus corpos se esbarrando de forma desajeitada, e foi como se toda a racionalidade que construíram durante a noite se desfizesse em segundos. Sem conseguir resistir mais, o impulso foi mais forte.

Rhaenyra agarrou S/n pela cintura, e S/n, por sua vez, puxou Rhaenyra pela nuca. O beijo que seguiu foi feroz, cheio de saudade e do desejo reprimido durante toda a conversa. Elas não se continham mais, como se aquele momento tivesse sido inevitável desde o início. O toque delas era urgente, quase desesperado, como se cada segundo fosse precioso demais para ser desperdiçado.

Do outro lado da parede, nos aposentos ao lado, Alicent estava inquieta. Seus pensamentos giravam ao redor de tudo que Rhaenyra havia dito mais cedo. As palavras da rainha ecoavam em sua mente, desafiando suas convicções de uma vida inteira. Alicent virava de um lado para o outro na cama, incapaz de encontrar paz, seu coração e mente em conflito.

Tudo parecia piorar quando, de repente, ela começou a ouvir sons vindos do quarto da rainha. Gemidos abafados. Alicent parou, seu corpo tenso. Já tinha ouvido sons como esses antes, nas noites em que Rhaenyra e Daemon estavam juntos, mas o que ouvia agora era diferente. O gemido da rainha era mais... natural, mais envolvente, como se houvesse uma liberdade que não estivera presente nas vezes anteriores.

Sem querer, Alicent prestou mais atenção. Seu rosto começou a queimar de vergonha quando percebeu o que estava acontecendo. Ela escutou o som de S/n também, e algo dentro dela se agitou. Alicent amaldiçoou os Sete Reinos por se sentir daquela forma, por sentir o calor se espalhar por seu corpo ao imaginar as duas juntas, o som das vozes entrelaçadas em prazer.

Era como se cada gemido intensificasse suas próprias emoções reprimidas, as memórias da proximidade que uma vez teve com Rhaenyra. Alicent se odiava por não conseguir ignorar, por se sentir atraida por algo que, segundo sua fé, deveria repelir. No entanto, os pensamentos se tornaram incontroláveis, e a excitação crescia junto com a culpa, enquanto sua mente pintava uma imagem vivida das duas mulheres, Rhaenyra e S/n, entregues uma à outra.

Ela tentou fechar os olhos, tentou afastar a imaginação, mas os sons continuavam, tornando impossível escapar do que se passava. Alicent mordeu o lábio, amaldiçoando não apenas os reinos, mas a si mesma, por ser incapaz de se desvencilhar daquela mistura de desejo e frustração.

Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora