Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)

Alianças difíceis

Capítulo 7: A Aliança das Sombras

A noite havia caído sobre Porto Real, mas o castelo Red Keep estava longe de descansar. Nos corredores vazios e frios, passos apressados ecoavam pelas pedras antigas. Alicent Hightower, com um véu de determinação cobrindo sua expressão cansada, avançava ao lado de sua filha, Helaena. Ambas mantinham o silêncio absoluto, seus olhos escuros, focados e temerosos. Alicent sabia que a decisão que tomara mudaria o destino de Westeros para sempre, mas ela já não podia mais tolerar a manipulação de seu pai.

— Está pronta? — perguntou Alicent, a voz baixa, mas carregada de tensão.

Helaena, com os olhos distantes e enigmáticos, apenas acenou com a cabeça. Embora fosse estranha para muitos, a princesa parecia compreender a gravidade da situação. Ela sentia o peso da escolha da mãe e sabia que, mesmo sem palavras, estava protegendo seus filhos e lutando contra as maquinações de Otto.

O destino delas era o quarto de Rhaenyra. Em meio à escuridão que envolvia o Red Keep, aquela era uma jornada arriscada. As sentinelas dormiam ou estavam em seus postos, completamente alheios ao que acontecia naquela ala do castelo.

Ao chegarem, Alicent respirou fundo antes de bater na porta. Seu coração estava acelerado, e por um momento, hesitou. Como Rhaenyra reagiria a isso? A princesa jamais confiaria nela completamente — não depois de tudo que havia acontecido entre suas famílias. Mas naquele momento, a ameaça de Otto e de Aegon tornava todas as antigas disputas irrelevantes.

A porta se abriu com um rangido suave, revelando uma Rhaenyra de semblante sério. Seus olhos claros faiscaram ao ver Alicent e Helaena à porta. Ela não estava esperando por visitantes, e muito menos aquelas duas. Atrás de Rhaenyra, S/n observava a cena com curiosidade e apreensão, já intuindo que algo muito sério estava prestes a acontecer.

— O que você quer? — perguntou Rhaenyra, cruzando os braços, o tom de sua voz carregado de desconfiança. — Veio me avisar que seu pai vai coroar Aegon no lugar de Viserys?

Alicent respirou fundo, aproximando-se um pouco mais. A tensão era palpável, e Helaena apenas observava a interação em silêncio.

— Eu não vim para avisá-la, Rhaenyra. Vim para fazer uma aliança — disse Alicent, com firmeza. — O rei está morto, e meu pai está tramando usurpar seu direito ao trono. Ele quer colocar Aegon como rei, mas eu não vou permitir que ele use meu filho da mesma forma que me usou todos esses anos.

Rhaenyra ficou em silêncio, processando as palavras da rainha. Era difícil acreditar que Alicent, sua antiga rival e alguém que sempre estivera ao lado de Otto, estivesse ali oferecendo uma aliança. Mas os olhos de Alicent não mentiam — estavam cheios de cansaço, dor, e algo que Rhaenyra não via há anos: sinceridade.

— Por que eu deveria confiar em você? — questionou Rhaenyra, seus olhos estreitando-se.

Alicent deu um passo à frente, sua voz mais baixa, quase num sussurro.

— Não estou pedindo que confie em mim, mas que veja a verdade. Se Aegon tomar o trono, você e sua família serão caçados, mortos. E não só você, Rhaenyra... eu também. Meu pai não tem lealdade a ninguém, exceto ao poder. Ele usou minha vida, e agora quer usar a de Aegon. Mas se você subir ao trono antes que ele consiga se mover, terá o apoio necessário para reinar, e eu... eu serei livre de Otto Hightower.

Por um momento, o quarto mergulhou em um silêncio pesado. Rhaenyra olhou para Alicent, e depois para Helaena, que não dizia nada, mas parecia estar ali por escolha própria.

S/n, que observava a interação em silêncio até agora, deu um passo à frente.

— Rhaenyra, precisamos agir agora. Se esperarmos até amanhã, será tarde demais. Eles já devem estar preparando a coroação de Aegon.

Rhaenyra ponderou por mais alguns instantes, então assentiu, com uma determinação renovada.

— Muito bem. Se vocês estão dispostas a isso, então vamos agir antes que seja tarde.

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Na calada da noite, com uma velocidade impressionante, o grupo agiu. As pessoas certas foram alertadas, e antes que Otto pudesse raciocinar, Rhaenyra foi coroada como a verdadeira herdeira de Viserys. O choque percorreu todo o Red Keep no amanhecer seguinte, mas a princesa não estava disposta a esperar pela reação de seu avô. Antes que as primeiras luzes do dia surgissem completamente, Rhaenyra, acompanhada de S/n, Alicent, Helaena e os apoiadores mais leais, partiram para Pedra do Dragão.

A segurança de Pedra do Dragão, com suas muralhas imponentes e dragões à espreita, oferecia o refúgio necessário para que o lado negro da corte não alcançasse a nova rainha. E ali, cercada por aliados improváveis, Rhaenyra começava a planejar seus próximos passos.

S/n observava tudo de perto. Sua lealdade a Rhaenyra nunca estivera em dúvida, mas a presença de Alicent a intrigava profundamente. A rainha não parecia mais a mesma mulher amarga e fria que antes, mas alguém que estava disposta a lutar contra o sistema que a oprimia. E havia também Helaena, uma figura enigmática, mas que trazia uma calma estranha em meio àquele caos.

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As tensões no reino aumentavam, e não demorou para que as notícias da coroação de Rhaenyra chegassem aos ouvidos de Aegon. O jovem príncipe, pressionado por Otto e envenenado pela ambição, declarou guerra contra sua meia-irmã. Ele não aceitaria ser relegado a segundo plano, e Otto estava pronto para manipular cada movimento dele, empurrando-o para o trono a qualquer custo.

No entanto, Rhaenyra não estava disposta a recuar. Pedra do Dragão agora se tornava o centro de resistência, onde ela e seus aliados se preparavam para o que viria a ser uma longa e sangrenta disputa pelo trono de Westeros.