Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)

O lobo do norte

O conselho em Pedra do Dragão estava mais intenso do que nunca. O apoio dos Velaryon fora garantido, e o Norte se unira à causa de Rhaenyra, enviando tropas e promessas de lealdade. Porém, Rhaenyra sabia que, embora estivessem ganhando aliados importantes, a verdadeira força de Aegon e seus seguidores estava nos dragões. Vhagar, o gigantesco dragão de Aemond, e Sunfire, a montaria de Aegon, representavam uma ameaça mortal.

Com o dragão de Daemon, Caraxes, o de Joffrey, Vermax, e o seu próprio, Syrax, Rhaenyra sabia que precisariam de mais dragões para ter uma chance real de vencer. Rheans, sua filha mais nova, possuía Moondancer, mas a menina era jovem demais para ser arrastada para a guerra. E Rhaenyra não arriscaria sua filha em combate.

Era nesse momento que os dragões adormecidos em Pedra do Dragão poderiam ser a chave para a vitória. Vermithor, Seasmoke, e Silverwing, poderosos, mas sem montadores, eram um recurso inexplorado e que precisaria ser mobilizado.

Enquanto os comandantes discutiam estratégias, um mensageiro entrou na sala. "As tropas do Norte chegaram, minha rainha", anunciou.

Todos no salão silenciaram, e Rhaenyra se levantou, ansiosa pelo reforço. S/n caminhou até o portão, ansiosa por ver suas tropas e, talvez mais importante, por receber notícias de seu pai. Ao lado das tropas nortenhas, algo muito maior caminhava silencioso e sombrio. Um enorme lobo negro com olhos cinza quase brancos.

O lobo era uma presença imponente, sua pelagem negra reluzindo como sombra sob a luz fraca das tochas. Sua respiração pesada parecia ecoar pelo salão enquanto ele caminhava ao lado de S/n. O ar ficou pesado com a tensão, todos os olhares estavam presos na fera.

Alicent prendeu a respiração ao ver o lobo, o coração acelerando enquanto o animal se movia com passos silenciosos e predadores, sua aura ameaçadora espalhando um medo instintivo pelo salão. Rhaenyra também ficou paralisada por um momento, seus olhos seguindo cada movimento do lobo, que parecia ter olhos quase humanos, cheios de uma inteligência sombria.

"Esse é... seu lobo?", perguntou Rhaenyra, a voz um pouco mais baixa do que pretendia, o poder do animal sendo evidente a cada passo.

S/n deu um leve sorriso, acariciando a cabeça da fera, que relaxou imediatamente sob seu toque. "Sim, ele veio com as tropas do Norte. Ele é leal... apenas a mim."

A tensão no ar era palpável, mas ninguém ousou se aproximar demais do lobo. Mesmo Daemon, conhecido por seu destemor, manteve distância, observando com atenção. O lobo não atacava, mas havia algo nele que fazia todos ao redor respeitarem sua presença – uma força bruta controlada apenas por S/n.

Rhaenyra se recuperou rapidamente, pegando a carta de S/n, que havia sido trazida por um corvo. O selo de seu pai estava intacto, e ela rapidamente quebrou o lacre, lendo as palavras de apoio. Os nortenhos não só estavam com ela, mas o rei do Norte havia enviado homens e uma promessa de que faria tudo o que fosse necessário para manter Rhaenyra no trono.

Ela ergueu os olhos da carta, sorrindo para S/n. "Seu pai é um homem sábio. A lealdade do Norte é inestimável. E com você aqui, nosso conselho se fortalece ainda mais."

O olhar de S/n era calmo, mas determinado. Ela sabia que sua posição ali não era apenas política – sua lealdade a Rhaenyra ia além das tradições. Era pessoal, profundo, algo que crescia em seu coração com cada passo que dava ao lado da verdadeira rainha dos Sete Reinos.

O lobo negro observava todos ao redor, seus olhos claros como gelo fixos em cada figura no salão. Alicent desviou o olhar por um momento, desconfortável com a presença da fera, mas não ousou mostrar fraqueza.

"Há mais uma coisa, minha rainha", disse S/n, erguendo a cabeça. "Meu pai está enviando mais tropas. Ele sabe que essa guerra será longa, e o Norte está preparado para lutar ao seu lado, até o último homem."

Rhaenyra assentiu, sentindo o peso da responsabilidade aumentar, mas também o alívio que vinha com o apoio firme de seus aliados. O Norte estava com ela, e agora a batalha seria decidida não apenas pela força dos homens, mas pelos dragões que conseguissem controlar.