Sussurros

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S/n não chegou muito tarde naquela noite, mas, mesmo assim, acordou cedo no dia seguinte com uma ressaca infernal, a cabeça latejando e a boca seca. A luz do sol entrava pela janela, iluminando seu quarto, e, por um breve momento, ela tentou ignorar o que havia acontecido na noite anterior. O vinho, a música, as risadas — tudo parecia distante e nebuloso.

Enquanto se levantava, S/n se olhou no espelho, tentando se convencer de que não havia feito nada de errado. Mas os sussurros que já pairavam no castelo a inquietavam. Assim que desceu, os olhares de algumas pessoas a seguiram, e a inquietação cresceu dentro dela.

No salão, assim que Alicent posou os olhos na jovem, a rainha verde imediatamente se dirigiu a ela, a expressão no rosto era uma mistura de desdém e preocupação. Sem rodeios, Alicent pegou o braço de S/n e a puxou para um canto reservado do salão, longe dos ouvidos curiosos.

“O que você estava pensando?” Alicent questionou, a voz baixa, mas cheia de fervor. “Você se expôs demais! Os rumores já chegaram até mim.”

S/n sentiu um frio na barriga. “Eu só queria um pouco de diversão, Alicent. Não foi nada demais.”

“Você não entende a gravidade da situação,” a rainha disse, sua voz agora mais controlada, mas ainda repleta de irritação. “Não é só você. A sua saída, os olhares que recebeu — tudo isso pode ser uma ameaça, especialmente agora.”

Alicent respirou fundo, tentando recuperar a compostura. “Você sabe que a rainha Rhaenyra está sempre preocupada com você. Ela não quer que você se machuque, e eu também não.”

“Não estou pedindo para vocês se preocuparem comigo,” S/n respondeu, a frustração transparecendo em sua voz. “Eu só quero ter a minha liberdade. É como se eu fosse uma prisioneira!”

“Liberdade? A sua liberdade pode custar muito caro, S/n. Você sabe o que estão dizendo? Que você está se envolvendo demais com a rainha. As pessoas têm uma maneira de transformar qualquer pequeno deslize em um escândalo.”

S/n revirou os olhos, a pressão da situação começava a pesar sobre ela. “E o que você sugere? Que eu me esconda e viva como uma sombra? Eu lutei uma guerra, e agora não posso nem sair para beber um copo de vinho?”

Alicent balançou a cabeça, sua expressão suavizando um pouco. “Eu só quero que você tome cuidado. Se algo acontecer, não só você, mas todas nós sofreremos as consequências.”

“Entendo a preocupação,” S/n disse, forçando um sorriso, mas a tensão entre elas ainda era palpável. “Mas eu não posso viver com medo de ser quem sou.”

A rainha a observou por um momento, a raiva dando lugar a uma compreensão relutante. “Só promova um pouco de cautela. Rhaenyra pode não demonstrar, mas ela se preocupa mais do que admite.”

“Eu sei,” S/n respondeu, a sinceridade em sua voz. “Mas eu não posso viver sob o peso disso. Não posso me afastar dela, nem mesmo agora.”

Alicent deu um passo para trás, a expressão dela agora mais contemplativa. “A única coisa que posso fazer é te alertar. Você precisa ser esperta. Os rumores podem ser perigosos, e eles podem ter repercussões que você não pode prever.”

“Obrigado por me avisar, Alicent. Vou me lembrar do que você disse,” S/n respondeu, tentando acalmar a rainha. Mas no fundo, sentia-se dividida. A liberdade que tanto desejava parecia sempre fora de alcance, e a sombra de Rhaenyra pairava sobre suas decisões.

Enquanto as duas se afastavam do canto reservado, S/n não pôde deixar de pensar no que estava por vir. Mas não teve muito tempo de pensar, pois algo que tinha esquecido, aparaceu em sua frente. Rhaenyra era casada e sempre foi, o carinho trocado na sua frente, quando Daemon chegou de surpresa, a lembrou disso.

Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora