Corações Em Conflito (Rhaenyra, Alicent e S/N)

É o fim

O lobo despertou lentamente, seus sentidos turvados pela substância que o deixara inconsciente. Com um movimento hesitante, ele se levantou, os músculos pesados e doridos. Assim que seus instintos começaram a voltar, um odor penetrante atingiu seu olfato. O cheiro de sangue. Com um instinto primal, ele cambaleou em direção aos aposentos de Rhaenyra, a urgência o guiando através dos corredores.

Enquanto isso, em um canto distante do castelo, Haelena acordou de um sono inquieto, o coração disparado e a mente turvada por visões perturbadoras. As imagens dançavam na sua cabeça, vívidas e angustiantes, forçando-a a levantar-se em um impulso. Ela correu para o quarto de Alicent, sua pequena figura encolhida pelo medo. “S/n!” gritou, sem saber o que a aguardava.

O lobo entrou nos aposentos de Rhaenyra com um baque pesado, o corpo cambaleando antes de colidir com o chão. Ele caiu, zonzo e ofegante, arrastando-se para dentro da porta. Os guardas que o cercavam trocaram olhares nervosos. Ninguém tinha coragem de se aproximar dele; o respeito que Rhaenyra lhe concedia era igualado apenas pela intimidação que ele inspirava.

Rhaenyra, percebendo a situação do lobo, se aproximou cautelosamente. “O que aconteceu, amigo?” perguntou, sua voz tensa. O olhar do animal encontrou o dela, e algo em seus olhos — uma tristeza profunda e a sensação de sangue — fez seu coração gelar. Rhaenyra sentiu um frio na espinha e a dúvida a invadiu. “S/n...” sussurrou, a palavra escapando de seus lábios como um aviso.

No mesmo instante, Alicent chegou ao quarto, correndo, com Haelena logo atrás. A palidez de Alicent acentuava o desespero em seu rosto quando seus olhos encontraram o estado do lobo, ainda no chão, lutando para se levantar. “O que aconteceu?” ela perguntou, angustiada.

Haelena se agachou ao lado do lobo, acariciando-o suavemente. “Ele está ferido... Eles deram algo a ele,” disse, sua voz suave, mas carregada de preocupação. “Tive uma visão, Alicent... uma visão de S/n em perigo.”

Rhaenyra sentiu um impulso forte, como se uma corrente elétrica a atravessasse. “Vamos! Precisamos encontrá-la!” As três correram pelos corredores, seguidas pelos guardas, que se organizaram em formação para manter a ordem. A pressa as guiava, mas o medo começava a se infiltrar em seus corações.

Ao virarem um dos corredores que levava à biblioteca, Rhaenyra e Alicent pararam em choque. O que seus olhos encontraram foi um pesadelo: S/n estava estendida em uma poça de sangue, seus olhos opacos, sem vida, a beleza que antes iluminava o espaço agora apagada.

“S/n!” Rhaenyra gritou, um grito cortante que ecoou pelas paredes. O tempo pareceu parar. Os guardas rapidamente se mobilizaram, levando os dois homens que estavam acordando da emboscada. Um dos guardas, um homem que trabalhava diretamente com S/n e a conhecia bem, assumiu o comando da situação. “Chamem os mietres! Precisamos de ajuda imediatamente!”

Rhaenyra sentiu o peito arder, como se um peso imenso tivesse se instalado em seu coração. O ar lhe faltava, e tudo o que conseguia ver era o corpo de S/n no chão. Alicent, em estado de choque, sentiu seus joelhos falharem, e caiu de lado, as lágrimas escorrendo livremente. Com a mão cobrindo a boca, ela lutava para controlar os soluços que ameaçavam explodir. Sua outra mão buscou a de Rhaenyra, segurando-a com força, uma âncora em meio ao turbilhão emocional.

“Não... não pode ser...” Alicent sussurrou, a dor ecoando em cada palavra.

Rhaenyra se agachou ao lado de S/n, seus olhos buscando qualquer sinal de vida, qualquer respiração, qualquer movimento que a fizesse acreditar que ainda havia esperança. “S/n, por favor... você não pode nos deixar!” sua voz estava embargada, e a desolação estava prestes a consumi-la.

A cena ao redor se tornava um borrão de cores e sons, enquanto Rhaenyra se sentia perdida em um mar de escuridão. O pânico a envolvia, e ela sentia seu coração se partir a cada segundo que se passava, cada batida ecoando como um lembrete da fragilidade da vida. O desespero estava prestes a tomar conta dela.