●Capítulo 58●

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📆24/02             ⏰️21:25       📍Sp, Brasil

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📆24/02             
⏰️21:25       
📍Sp, Brasil




Quando abro a porta do carro depois de pegar minha encomenda deixo o pacote nas mãos de Lia voltando a dirigir

-- O que é isso?- Ela pergunta confusa

--É pra você comer- Ela abre a embalagem e nega com a cabeça

--Eu não quero- Fala franzindo o nariz

--Não é questão de querer ou não

--Raphael sério, eu não estou com fome

--Qual foi a última vez que você comeu?- Desvio rapidamente o olhar pra ela que fica em silêncio- Pelo que eu lembre você mal almoçou ontem, não jantou e não tomou café, então come

--Eu comi barrinha de cereal- Fala mais baixo, oh mulher teimosa

--Lia come, não difícil- Solto o ar a olhando aproveitando o sinal vermelho.

Ela tira a embalagem de comida junto com o garfo descartável. Ela começa a comer aos poucos tentando evitar qualquer contato visual comigo. Sinto que ela tá meio hesitante como se quisesse perguntar alguma coisa então me adianto.

--Pode perguntar- Ela me olha juntando as sobrancelhas mio confusa- Sei que quer perguntar

--Como sabia o que comprar?

--Tive uma ajudinha e por coincidência é uma das minhas comidas favoritas também- Dou de ombros e ela assente voltando a comer em silêncio.

Continuo a seguir o caminho que o gps mandava em silêncio total no carro. Quando paro em frente ao seu prédio ela se vira pra mim e abre a boca levemente para falar alguma coisa, mas desiste virando pra porta.

--Espera- Falo segurando seu braço, vejo ela suspirar e virar em minha direção.- Poe que você se finge de forte o tempo todo?

--Raphael não vamos entrar nisso novamente- Fala negando com a cabeça claramente tentando fugir

--Vamos sim. Olha ontem eu vim falar com você e a gente acabou brigando, mas eu me arrependo de ter falado aquilo daquele jeito. Mas caralho, toda vez que a gente vai conversar é como se eu batesse em um muro.- Despejo tudo aquilo que eu estava segurando

--Olha Raphael eu não consigo, eu não sei me abrir. Prefiro ficar quieta sem me envolver com mais ninguém- Ela fala meio se encolhendo

--Cara eu tô aqui, os meninos estão aqui, você por mais controverso que foi tudo faz parte de tudo. Então pare de fingir que tá bem quando não tá. Não é sinal de fraqueza pedir ajuda. Eu sei que você tá tomando calmante, que não tá comendo direito, que tem um trauma com escuro, mas você não precisa falar disso, só deixa alguém se aproximar, a gente não está aqui para te fazer mal. 

--É difícil pra mim. Eu sou mulher e jovem então toda vez tenho que me provar duas vezes sobre tudo. As vezes eu só queria ser forte e ser como essas pessoas que não se abatem com criticas, mas eu não consigo. Eu amo meu trabalho, mas as vezes queria me manter no anonimato ora sempre.

Ela suspira frustrada encolhendo os ombros. Quase por instinto seguro suas mãos que estavam em seu colo apertando levemente. Ela ergue o olhar até o meu deixando eu ver aqueles olhos claros, que veem tomando conta de meus pensamentos nos últimos tempos, marejados. 

--Você tem uma equipe agora, tem as meninas que com certeza adoram você, não precisa carregar esse fardo sozinha. Deixa as coisas fluírem, você coloca muita pressão em você mesma. Deixa esse muro cair- Ela assente devagar passando as mãos pelos os olhos 

--Por que você tá fazendo tudo isso?

--Eu também não sei, eu te odiava, mas agora tenho que confessar que você me atrai. É como se fosse bruxaria, uma coisa que me deixa com vontade de estar perto- Confesso me aproximando

--Obrigada- Fala juntando nossos lábios em um beijo demorado.

Porra que saudades que eu tava de beijar ela. O mundo parece parar em nossa volta. Podíamos viver em um verdadeiro pé de guerra, mas nossas línguas parecem se conversar muito bem. Desço uma das mãos até sua cintura a puxando para mais perto, mas como estamos no carro não tem muito pra onde correr então ela acaba sentada no meu colo.

Sua mão passa pela minha nuca me causando arrepio pelo corpo todo, em resposta aperto sua cintura. Nos separamos mais uma vez pela falta de ar tentando normalizar nossas batidas do coração. 

--Tchau Raphael- Ela sai do meu colo sem eu puder questionar, ela abre a porta, pega a bolsa e sai. 

Fico olhando ela pela janela enquanto entra no prédio e logo sai do meu campo de vista. Jogo minha cabeça pra trás apoiando no banco passando a mão pelo meu cabelo suspirando. Ela meche comigo de uma forma surreal. 


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Lily • Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora