●Capítulo 53●

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📆23/02          ⏰️19:00         📍Sp, Brasil

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📆23/02         
⏰️19:00         
📍Sp, Brasil




A luz acabou 

Minha sanidade mental foi junto com ela. Parece que junto com a eletricidade meus sentidos foram embora. A única coisa que consigo fazer é gritar e tentar me encolher.

--Ei tudo bem?- Acho que é Richard que pergunta, mas não tenho forças nem para responder. Aos poucos minha respiração vai indo embora e o desespero toma conta do meu corpo. 

--Ela tem medo, eu também tinha quando criança- Endrick fala, mas eu só queria sair dali. Eu precisava respirar, precisava de luz.

--Sim, é o medo de toda criança- Alguém fala, mas eu não consigo identificar na hora quem é. Tento puxar o ar, mas parece que não vem. A sensação é de alguém me apertar. Aos poucos minha garganta dói, eu queria gritar, mas não consigo.

--Para de brincadeira, ela tá mal- Dessa vez eu consigo identificar quem é... Veiga.- Ei tá me escutando?- De repente tudo fica em silêncio, não consigo escutar mais ninguém falando. A voz dele faz eco na minha cabeça

--Vamos levar ela lá pra fora- Alguém fala e toca o meu braço e quase que instantaneamente puxo e me abraço sentindo frio e medo. Sinto meu corpo começar a tremer.

--Não toca nela- Rapha falar mais uma vez. Meu peito continua subindo e descendo em um ritmo rápido tentando puxar a maior quantidade de ar possível.- Eu vou te levar para um lugar claro tá bom?- Consigo assentir levemente e ele coloca a mão nas minha costas e começa a me conduzir.

Cada passo que eu dava sentia o lugar ficar apertado, meu corpo dói e flashs de memória começam a aparecer rapidamente. Já não consigo controlar as lágrimas que rolam livremente pelo meu rosto. 

--Aqui, pode sentar- Sinto uma espécie de sofá nas minha pernas e deixo meu corpo relaxar.- Vou ligar a luz de LED, nós estamos na sala de palestra de novo- Fala calmamente- Quando tiver pronta pode abrir os olhos, mas respira comigo.- Ele segura na minha mão me causando na hora um arrepio pelo meu corpo

Ele começa a contar aos poucos apertando levemente minha mão como se fosse uma batida. Aos poucos sinto o ar voltando a entrar em meus pulmões. Meu corpo começa a responder aos meus comandos e eu consigo mexer as mãos. 

--Eu tô aqui, tá tudo bem- Ele fala baixo

Aperto sua mão e ele aperta em resposta. Minha garganta tá seca e ainda sinto frio, mas forço meus olhos a abrirem. Pisco um pouco para eles abrirem e se acostumarem com a claridade. Raphael estava ali. 

Seu olhar preocupado, observando qualquer mínimo movimento que eu faço. Olho em volta vendo se realmente não tinha ninguém ali e suspiro quando vejo somente ele.

--Tá melhor? Quer alguma coisa?

--Água- Falo com a voz áspera. Era como seu eu tivesse corrido  cinco maratonas sem uma gota de água na boca. Ele levanta e pega um copo plástico para usar o filtro no canto da sala. Abraço me corpo tentando parar de tremer um pouco.

--Tá com frio?- Assinto- Vou pedir pra alguém pegar- Ele faz menção de ir a porta, mas eu agarro seu braço antes- Tudo bem, eu não vou sair- Ele deixa o copo na mesa e tira o casaco do Palmeiras colocando pelos meus ombros- Oh sua água- Tento segurar o copo mas acabo colocando força demais e aperto um pouco derramando água.

--Ei, tá tudo bem, devagar- Ele segura minha mão envolta do copo e me ajuda a levar até minha boca

--Obrigada, você não tinha que- Começo a falar mas ele me interrompe

--Ei não precisa falar- Ele se aproxima e eu não consigo segurar e o abraço com o rosto em seu peito. Ele me aperta em seus braços, fazendo um leve carinho nas minha costas. Seu perfume já era um cheiro normal para mim, facilmente eu reconheceria a quilômetros de distância. Um pequeno barulho soa na sala e eu dou um leve pulinho apertando Veiga- São só os meninos- Ele me solta aos poucos e vai destrancar a porta.

--Como estás?- Gómez me pergunta assim que entra na sala

--Tô melhor- Respondo sem graça

--Porra não dá esse susto na gente não- Zé fala entrando com a tropa toda

--Foi só um susto, é medo que tenho desde criança, tá tudo bem- Sorrio transparecer calma.

Raphael no canto da sala continua me observando e sei que ele entendeu que é algo maior que medo de criança, mas não é algo que vou falar. Odeio transparecer fraca na frente dos outros, tento sempre ser forte. Muitas vezes pessoas acham que só por que sou mulher e jovem sou frágil então tento passar uma imagem sólida. 

Mas as vezes isso é cansativo, não é fácil ser forte toda hora.

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Lily • Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora