DULCE MARIA
Eu nunca fui do tipo romântica, que ficava pensando no príncipe encantado. Talvez porque com a vida que eu levava, não sobrasse muito tempo para romantizar as coisas.Contudo, desde a interação que tive com Christopher Uckermann, a imagem dele não parava de surgir em minha cabeça.
Eu tinha meio que bloqueado qualquer interesse pelo sexo masculino, desde a minha primeira e última desilusão amorosa, mais de dois anos atrás. Derek era amigo de Christian e o conheci em uma das festas a que compareci com minha turma.
Nós nos demos bem e começamos a ficar pouco tempo depois e, apesar de não nos encontrarmos com muita frequência, era sempre bom, nós cinco nos divertíamos muito e quando nós dois estávamos sozinhos, passávamos todo o tempo nos beijando; Derek era muito bom nisso.
Claro que nunca contei a Blanca, mas tinha a impressão de que desconfiava; eu sorria bastante naquela época, o que não era muito normal para mim quando ela estava em casa.
Só que eu estava feliz e não conseguia esconder. Derek era parecido comigo em muitas coisas, além de ser estudioso e esforçado, qualidades que eu admirava.
Após algumas semanas juntos, entretanto, descobri que ele estava ficando com outra menina e aquilo me abalou demais.
Ainda não sabia ao certo se estava mesmo apaixonada ou não, mas a decepção foi grande, tanto que desde aquele dia perdi o interesse em conhecer outros caras.
Minha vida já era miserável demais, não precisava de desilusões amorosas para piorar as coisas.
Só que Christopher Uckermann estava em outro patamar, não dava para comparar sua beleza e elegância com o os piercings e cabelos espetados de Derek, que naquela época, eu achava até bonitinho.
O fato é que, se foi difícil superar o desgosto que tive com o primeiro garoto de quem gostei, imagina como seria se me deixasse iludir por um homem dez anos mais velho que eu e infinitamente mais experiente; o tombo seria muito maior.
Por isso me obriguei a parar de pensar em Christopher e fui cuidar de Lion. Sim, foi esse o nome que dei ao filhotinho e não por causa da cor de seu pelo, mas porque ele virava uma fera toda vez que minha mãe chegava perto de mim.
No início, achei que pudesse ser uma implicância passageira, mas já era sexta-feira e seus rosnados apenas aumentavam de intensidade quando ela estava por perto. Tanto, que Blanca não fez questão de ficar em casa, pois não suportava os grunhidos do meu novo amigo.
Nós achamos isso ruim? De modo algum. Era divertido demais e todos estávamos felizes com a presença dele na casa. O fato de minha mãe ser uma exceção, não contava, pois ela não gostava de ninguém.
— Acha que ele vai mandar um funcionário vir aqui para saber do cachorro? — Maite perguntou enquanto esfregava os vidros da sala.
Como de costume, estávamos ajudando Consuelo com a limpeza da casa. Mas daquela vez havia um clima diferente devido às novidades.
Já tinha perdido a conta de quantas vezes relatara meu encontro com Christopher no jardim. Maite e Consuelo pareciam crianças com um doce. Até mesmo Benito se juntou a elas.
— Óbvio que não, ele foi gentil e tudo, mas nem deve estar lembrando que eu existo.
Maite largou o pano e me encarou.
— Um homem como ele não perderia seu tempo daquele jeito, nem se preocuparia a ponto de mentir, apenas porque ficou com dó.
— Não foi nada de mais — falei, refazendo o coque do cabelo e me alongando para relaxar os músculos.
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O político
RomanceChristopher Uckermann foi criado em um ambiente de luxo, riqueza e poder, típico da família Uckermann, famosa pela gestão da maior fábrica de armas do mundo e pela beleza que atravessa gerações. Desde cedo, ele se interessou por política, e seus pas...