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CHRISTOPHER


Após uma semana cheia de compromissos e reuniões intermináveis, eu finalmente estava em Washington.

Havia combinado de me encontrar com Dul no sábado, mas como ficaria ocupado quase o dia todo com o pessoal do partido, trabalhei até mais tarde todos os dias para que pudesse ir ainda na sexta-feira e tinha dado certo.

Antes de sair das Indústrias Uckermann, liguei para ela e avisei a hora da minha chegada, estava louco para vê-la novamente.

Para meu desgosto, Dul não deixou que fôssemos buscá-la, disse que preferia ir com seu motorista. Não entendi todo esse cuidado, uma vez que no dia seguinte sua mãe ficaria sabendo sobre o nosso relacionamento, mas respeitei.

Depois de instalado na suíte que possuía no Trump Internacional, tomei um banho demorado e liguei para minha mãe para avisar que não estaria em Nova York no fim de semana.

Ainda estava falando com ela quando bateram à porta.

Despedi-me rapidamente e fui abrir, sentindo-me pateticamente ansioso. Sentimento que só piorou quando vi Dul do outro lado, tão linda quanto eu me lembrava.

O vestido que usava tinha uma delicada estampa de lírios e os longos cabelos que eu adorava estavam soltos. Como sempre, estava perfeita, mas aquele brilho travesso que fazia parte de seu olhar não estava presente.

Analisando-a melhor, percebi que parecia um pouco abatida e só pude associar ao estado de saúde de Maite que, pelo que Dul falara, ainda não estava bem.

— Oi — ela disse com sua voz doce.

— Oi — respondi.

Minha vontade era de agarrá-la ali mesmo, na frente de Poncho, mas em vez disso, peguei sua mão e a levei para dentro.

Foi quando vi que ela tinha um tubo na mão.

— O que é isso?

— Ah, um presente para você — falou estendendo-o a mim. Curioso, abri o tubo e tirei de lá uma tela, que eu imaginei ser dela.

Com cuidado, estendi-a sobre a mesa e tomei meu tempo analisando. A imagem retratava um casal sentado à sombra de uma arvore e a forma como foram posicionados, assim como a paisagem ao redor, me fizeram lembrar o dia em que estivemos no Central Park.

— Somos nós? — perguntei.

Dul deu um leve sorriso e balançou a cabeça em concordância.

Voltei a olhar para a tela. Por mais comum que a imagem fosse, os traços delicados, a simetria entre as cores primaveris das árvores, da grama e do céu límpido, junto à maneira difusa como foram distribuídas e o contraste perfeito entre sombra e luz, deixaram a paisagem romântica, embora um pouco melancólica, nostálgica.

Quando dei por mim estava sorrindo, lembrando-me de um momento extremamente feliz que passei ao lado da mulher por quem estava apaixonado.

— É lindo, você é muito talentosa, Dul — falei com sinceridade, realmente impressionado. — Muito obrigado.

— Fico feliz que tenha gostado, mas agora venha me dar um beijo, estou morrendo de saudade.

— Não precisa pedir duas vezes.

Deixei a tela onde estava e puxei a linda mulher à minha frente para os meus braços.

Quando nossas bocas se tocaram, foi simplesmente incrível. Depois de Dul, eu notei a diferença que fazia estar com quem se gostava. Não havia comparação e não dava sequer para explicar todas as sensações que ela me causava.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora