ANAHÍ
Estava chegando a hora da corrida começar e eu me sentia aliviada por saber que, agora, teríamos chances de ganhar.
No dia em que eu soube que Dulce Maria Saviñon finalmente caíra na real e libertara Christopher, comemorei internamente, afinal, era o que todos nós queríamos, pois não existia qualquer possibilidade de vencer uma eleição de tamanha grandiosidade com ela ao seu lado.
Obviamente que ele me culpou pela decisão de sua amada, aliás, culpou a todos nós, o único que ficou ileso foi o intocável Poncho.
Isso me incomodava? De forma alguma. Havia interesses muito maiores e eu não daria uma de coitadinha injustiçada, mesmo achando que estava certa.
Minha felicidade, entretanto, foi se transformando em preocupação quando Christopher se trancou em sua cobertura assim que chegou de Washington, dizendo que não receberia ninguém, e ela apenas aumentou quando a segunda-feira chegou e ele não foi trabalhar.
Eu liguei inúmeras vezes até que me cansei e resolvi ir lá, mas fui proibida de entrar.
Isso me chateou? Claro que sim. Mas Christopher precisava ter a quem direcionar sua frustração e por ser a mais chegada, eu seria seu alvo principal.
E aguentaria tudo o que me jogasse, pois acreditava que quando a fase da depressão passasse, ele voltaria ao normal e finalmente poderíamos retomar os planos de campanha, pois era isso que importava.
Só que mais dois dias se passaram sem que ele aparecesse.
Todo o alto escalão das Indústrias Uckermann estava cuidando do que se referia ao conglomerado, mas havia dezenas de outras coisas que só poderiam ser feitas depois que passassem pelo aval do presidente da empresa.
E foi por causa disso que entrei em contato com Victor Uckermann.
Ele, obviamente, não sabia de nada do que estava acontecendo e eu não entrei em detalhes, apenas disse que Christopher estava passando por um período ruim e que, talvez, estivesse precisando conversar com alguém.
Esperto e vivido como era, perguntou sobre Dulce Maria e quando dei de ombros, ele logo percebeu o que estava acontecendo.
Contudo, me surpreendeu quando pediu que eu não comentasse nada com tia Alexandra. Disse que sabia exatamente pelo que o filho estava passando e lhe daria mais um tempo, antes de ir conversar com ele, coisa que não aconteceria se sua esposa soubesse.
Também garantiu que tomaria conta da empresa enquanto isso, disse que seria uma ótima oportunidade de inteirar Rafael dos assuntos mais importantes.
Sua atitude me tranquilizou um pouco, mas não desfez minha apreensão. Christopher estava mais envolvido do que eu pensava e tinha medo de que nunca se recuperasse completamente.
Isso me deixou ainda mais ressentida com Dulce Maria.
Eu sabia que era irracional, mas não pude evitar. Desde o dia em que coloquei os olhos nela, soube que seria encrenca. Ela era o exato oposto de todas as mulheres com quem ele saía. Sim, era absolutamente linda, mas seu olhar não possuía a malícia que existia nas outras, também não parecia ser o tipo caça-dotes, sua única ambição estava em Christopher, ela o olhava como se ele fosse um tipo de deus.
E para fechar o pacote de virtudes, ainda era virgem. Que homem resistiria a tudo isso?
Eu tentei com todas as forças mudar o foco daquele cabeça-dura, mas ele estava irredutível. Então, tive a maior surpresa da vida quando Poncho me disse o que havia acontecido e fiquei chocada. Mesmo com todas as minhas investidas, nunca imaginei que a decisão de colocar um ponto final em tudo partiria dela. Nenhuma mulher que tivesse Christopher Uckermann nas mãos, iria deixá- lo, ainda mais assim, por meio de uma carta.
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O político
RomanceChristopher Uckermann foi criado em um ambiente de luxo, riqueza e poder, típico da família Uckermann, famosa pela gestão da maior fábrica de armas do mundo e pela beleza que atravessa gerações. Desde cedo, ele se interessou por política, e seus pas...