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DULCE MARIA

Do hangar em Nova York um helicóptero nos levou para outro lugar, o qual Christopher manteve segredo até que eu mesma reconhecesse.

A cobertura.

Fiquei mais que animada quando vi que ele ainda a tinha.

– Eu jurava que você havia se livrado dela – falei, sentindo-me nostálgica quando saímos do elevador e entramos no luxuoso hall de entrada que, incrivelmente, continuava do mesmo jeito.

– Por mais doloroso que fosse vir aqui – disse ele me virando de frente para si –, eu nunca tive coragem de me desfazer desse lugar, era a única prova de que o que vivemos não foi um sonho.

Tentei levantar os braços para agarrar seu pescoço, mas o fiz rápido demais e minhas costelas reclamaram.

– Calma, deixe que eu faça isso – pediu, quando viu minha careta e me envolveu gentilmente em um abraço.

– Podemos ver o Lucas agora?

Ele fez que não com a cabeça.

– Há alguém chegando para nos explicar como desartriculou a conspiração, quem estava por traz e etc. Mas amanhã de manhã nós iremos até lá.

Nossa conversa foi interrompida quando Poncho abriu a porta permitindo a entrada de um senhor acompanhado de outra pessoa que fez meus olhos se arregalarem.

– Daniel?

Que diabos o namorado de Maite estava fazendo ali?

– Oi, Maria.

Poncho e mais alguns seguranças também se espalharam pela sala.

– Vocês se conhecem? – Christopher perguntou.

– Por que não ficamos mais à vontade para ter esta conversa? – o tal senhor perguntou e Christopher apontou a sala principal.

– Dul, este é Rurick Czar, pai de Zara – falou quando eu já estava acomodada.

– Prazer, mas o que o Dan está fazendo com o senhor? – quis saber, minha curiosidade nas alturas.

– Este é Caleb Dyson, um ex-agente da CIA que aceitou se juntar a um de meus associados para cuidar da segurança de Dulce Maria e seu filho.

Daniel? Um agente?

– Do que vocês estão falando? – perguntei, completamente confusa.

– Espera um pouco. Seu agente? Há quanto tempo você conhece o paradeiro de Dulce Maria? – Christopher questionou e eu percebi que estava se segurando.

– Desde que me pediu para procurá-la. Achei tudo muito estranho e resolvi ficar de olho – Rurick respondeu sem se abalar. – Mas Caleb só se juntou a Jake, que já estava em Marlboro cuidando dela, quando Lucas nasceu.

Agora toda a desconfiança de Maite fazia sentido.

Christopher fechou os olhos e respirou profundamente.

– Eu não estou acreditando que pedi para encontrá-la e em vez de me falar, você simplesmente escondeu a informação. Por que diabos fez isso?

– Acho que os últimos acontecimentos respondem à sua pergunta. Mas, como eu disse, achei a fuga de Dulce Maria muito suspeita, e quando descobri que eles tinham mudado de nomes, soube que algo grave havia acontecido. Então, cerca de dois anos depois, Caleb ouviu uma conversa entre Consuelo e Benito, eles não falaram todas as letras, mas meus agentes são treinados para entenderem as entrelinhas e foi a partir daí que eu comecei a investigar.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora