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DULCE MARIA

Uma semana se passou e nada de Christopher entrar em contato.

Eu só podia supor que, ou Anahí não lhe dera meu recado, ou ele preferiu ignorar, e ambas as opções me deixaram chateada.

Claro que também havia a possibilidade de Anahí estar achando que tinha conseguido me intimidar com sua visita, mas não estaria mais longe da verdade, eu continuava decidida a seguir em frente.

Terminei o esboço de uma tela e resolvi ligar para Zara, pelo visto, ela seria minha única aliada naquela história toda.

– Zara Sullivan – ela atendeu, altiva.

– Oi, Zara, é a Dul.

– Olá, querida.

– Desculpe o incômodo, mas queria conversar com você, se não estiver ocupada.

– Não estou e não há incômodo algum. Agora me diz, como estão as coisas?

Respirei fundo, pronta para contar tudo o que aconteceu.

– Eu liguei para ele na segunda-feira, mas quem atendeu foi a Anahí.

Zara suspirou.

– Ela continua sendo a sombra dele, é quase impossível ver Christopher sozinho. Mas você falou com ela?

– Não, fiquei nervosa e desliguei.

– Entendo. Bom, devo te alertar que é bem provável que estejam atrás de você, todos os números que ligam para nós, especialmente os desconhecidos, são rastreados. O Serviço Secreto faz isso por questões de segurança, estão sempre em busca de possíveis ameaças, essas coisas.

– Foi exatamente isso que aconteceu – confessei. – Ela apareceu em minha casa alguns dias depois.

– Hum e o que ela queria?

– Bisbilhotar e se certificar de que eu não iria melar a campanha de Christopher.

– Bem típico de Anahí bancar o cão de guarda.

– Mas eu não baixei a bola para ela. Falei que precisava conversar com Christopher e poir mais insistente que tenha sido, deixei claro que o assunto era entre mim e ele.

– Ela não deve ter gostado nada disso.

– Certamente que não. Mas já tem uma semana e nada, ele não telefonou ou apareceu. É por isso que estou te ligando, Zara, preciso de sua ajuda.

– Eu estou aqui, Dul, sempre estive.

Era tão bom saber que eu ainda podia contar com ela. Zara foi uma das poucas pessoas em quem confiei logo de cara e mesmo após minha fuga, ela continuava me apoiando.

– Por enquanto eu não posso te contar tudo o que aconteceu, mas quero que saiba que você tinha razão quando disse que houve um motivo para eu ir embora. Foi algo muito sério e agora, quatro anos depois, decidi contar tudo a Christopher.

– Não sabe como fico aliviada em saber que não te defendi em vão – ela brincou e nós duas rimos.

– Obrigada, Zara, acho que você foi a única que não me julgou...

– Há muito tempo eu aprendi a olhar os dois lados de uma situação antes de fazer julgamentos. Mas estou curiosa com relação a uma coisa. Por que agora?

– Na época, eu quis falar para ele, mas aconteceram tantas coisas, que perdi a coragem e fugi. Desde então eu sofri muito, devido a culpa por tê-lo deixado daquele jeito e à saudade, que acabou me levando a uma depressão, enfim, tudo isso me fez amadurecer e apesar de ainda ter medo, sinto-me forte o suficiente para expor as razões que me levaram a largar tudo e esperar que ele resolva a situação. E isso só será possível com a sua ajuda.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora