Epílogo

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DULCE MARIA

Eu tirei um tempinho naquela manhã para organizar nossas fotos de viagem, separando os melhores momentos de Lucas, e isso me deixou um pouco nostálgica.

O mundo já era todo digital há bastante tempo, mas eu gostava de imprimir nossas fotos e passar horas olhando as imagens de quando meu pequeno comedor de donuts vivia aprontando pela casa.

Sorri ao ver uma fotografia de Christopher com ele dentro da casa do Mickey. Na época, Lucas ficou encantado com a magia da Disney e eu tinha certeza de que ele nunca se divertira tanto.

Separei algumas dessas fotos e logo cheguei às do meu casamento. Como sempre acontecia, meu sorriso se alargou ao me lembrar daquele dia. A cerimônia foi simples, mas, nem por isso, menos emocionante.

Aquele foi, de longe, um dos dias mais especiais da minha vida, tanto que eu tinha fotos daqueles momentos espalhadas pela cobertura inteira e até fiz um quadro inspirado nessas imagens que ficava pendurado em nossa suíte.

– Dul, como estamos? Não quero deixar tudo para a última hora – Maite falou, entrando em meu ateliê, e fui obrigada a deixar aquelas lembranças de lado.

– Está quase pronto – garanti me referindo ao último quadro que levaria à exposição que aconteceria na semana seguinte.

Maite se tornara uma espécie de braço direito e esquerdo meu, uma vez que me ajudava em tudo que eu precisava. Minha amiga continuava trabalhando na galeria em Nova Jersey e morando com os pais, mas sempre que eu tinha alguma exposição, largava tudo para me assessorar e só eu sabia o quanto ela era essencial.

Agora conseguia entender a dependência de Christopher por sua melhor amiga e assistente. Ele até dizia que Maite era a minha Anahí, mas eu preferia dizer que era meu Poncho, uma vez que parecia um cão de guarda algumas vezes.

John Kent ainda era meu sócio e, graças a Deus, Christopher não implicou mais com ele, principalmente depois que minha amiga me contou que eles dois estavam se conhecendo melhor.

Confesso que, lá no fundo, eu sempre achei que John tinha uma quedinha por ela, mas Maite era muito nova quando foi trabalhar na galeria e depois começou namorar Dan, então, ele não teve chance.

Porém, depois de sua decepção amorosa, eles acabaram se aproximando e após algum tempo John, finalmente, se declarou.

Maite se assustou a princípio, mas logo sentiu que aquilo era certo e aceitou tentar.

De minha parte, achava a combinação perfeita. Eles moravam na mesma cidade, trabalhavam juntos e tinham gosto por arte, além de inúmeras outras coisas que foram percebendo. Minha amiga estava feliz novamente e era isso que importava.

– Ótimo, então vou providenciar as embalagens para segunda-feira e o transporte para a quarta.

Assenti e voltei a pintar.

– A que horas Lucas chega? Queria dar um beijo nele, mas acho que não vai dar tempo.

– Christopher vai sair mais cedo para ir pegá-lo na escola. De lá, irão ao clube e só devem voltar no fim do dia.

Toda sexta-feira Christopher trabalhava apenas na parte da manhã, pois Lucas não tinha aula à tarde e nós sempre íamos passar o fim de semana na casa de Aspen ou até mesmo com a família de Maite em Jersey.

Mas por causa do meu trabalho, não viajaríamos e ele disse que levaria Lucas para ter aula de tênis. Ele sempre aproveitava as horas disponíveis para ficar com o filho, já que durante a semana o trabalho o ocupava o dia todo.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora