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DULCE MARIA

Despertei sentindo meu corpo muito mais descansado, mas, aos poucos, as lembranças da noite tomaram minha mente. Naquele momento, abri os olhos e dei um pulo.

Lucas, pensei, apavorada quando não o vi na cama.

Corri para o cômodo adjunto e estaquei quando vi Christopher brincando com ele no tapete.

Meu coração estava acelerado pelo susto, mas ao ver aquela cena, começou a se acalmar.

Fechei o robe e esperei que notassem a minha presença, não queria atrapalhar aquele momento tão lindo entre eles.

Lucas foi o primeiro a me ver, uns cinco minutos depois.

– Mamãe! – gritou e no instante seguinte estava indo em minha direção.

– Oi, meu amor – saudei e o peguei no colo.

Christopher se levantou e vestiu o paletó.

– Ele acordou cedo, mas eu queria que você dormisse mais um pouco, por isso o trouxe para cá.

Flashes da noite anterior pipocaram em minha mente, o barulho de tiros, o pavor que senti, mas, principalmente, a forma como Christopher cuidou de mim.

Ele percebeu o quanto eu estava exausta e paranoica e foi um alívio saber que ficaria conosco, pois mesmo com homens do Serviço Secreto no corredor, eu normalmente não conseguia dar mais que algumas cochiladas.

– Tudo bem, já dormi o suficiente. Obrigada!

– Gostaria que você e Lucas fossem para a Casa Branca comigo, lá é o lugar mais seguro que conheço.

Eu entendia que Christopher também estava preocupado, uma coisa era eu despejar toda a minha história sobre ele e outra era ele ver com os próprios olhos todo terror que aquelas pessoas ainda causavam a mim. Mas a ideia de encontrar Natália não me agradava nem um pouco.

– Não se preocupe com Natália – falou, adivinhando o rumo dos meus pensamentos –, ela não iria importuná-la. Nem ela nem qualquer outra pessoa.

– Eu não sei, Christopher. Estou apavorada após o que aconteceu, mas não quero invadir o espaço de vocês, e por mais que você fale que não irei encontrar sua esposa...

– Lucas é meu filho, jamais deixarei que algo aconteça a ele, por isso, quero que fiquem lá, pelo menos até eu pensar em outro lugar tão seguro quanto e com pessoas confiáveis.

Enquanto eu ponderava suas palavras, Lucas quis sair do meu colo e voltou ao tapete para brincar com a fileira de carrinhos que fizera com a ajuda de Christopher.

– Tudo bem, se você acha mais seguro, nós vamos, mas espero que tudo isso se resolva e que sua esposa não vá nos perturbar.

Christopher assentiu e naquele momento percebi o quanto parecia cansado.

Será que tinha conseguido dormir?, indaguei a mim mesma enquanto o deixava com Lucas para poder tomar um banho.

Ao terminar, fui arrumar nossas coisas, o que não tomou tempo, uma vez que Maite não tinha levado muita coisa para nenhum de nós. Claro que havia as peças que Christopher comprara, mas não eram tantas assim.

Depois de dar banho e arrumar Lucas, dei o café da manhã dele, que foi agraciado com o único donut na bandeja.

Voltei a olhar para Christopher. Mesmo em meio a todos aqueles problemas, ele parecia se divertir com tudo o que nosso filho fazia.

Logo que ele terminou, seguimos para a Casa Branca, que ficava a poucos metros de onde nos encontrávamos.

O protocolo de segurança do Serviço Secreto era bem rigoroso e fiquei imaginando como seria viver sempre daquele jeito.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora