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DULCE MARIA

Fazia dez dias que não saíamos da cobertura de Christopher. Quando ele deixou Blake como presidente interino, com o intuito de nos afastar de Washington por alguns dias, pensamos em viajar para um lugar tranquilo, onde pudéssemos ficar em paz, mas logo essa vontade passou, tudo o que queríamos era ficar juntos e reclusos, até que o burburinho causado por seu último discurso arrefecesse.

Todo aquele escândalo era um prato cheio para a imprensa, mas Christopher não parecia muito preocupado, estava tão feliz em cuidar de Lucas, que mal ligava a TV ou lia jornais. Ele realmente estava desconectado do mundo, focado apenas em recuperar o tempo perdido.

Eu, por outro lado, não conseguia ficar tranquila. A curiosidade relacionada a mim estava nas alturas, jornais, revistas e programas de TV queriam saber quem era a mulher que arrebatou o coração do presidente e não paravam de solicitar uma entrevista.

Claro que também houve muita especulação a respeito da conspiração que envolvia Natália e Duncan Allen. O caso deles gerou revolta entre os eleitores de Christopher, mas o que agravou a situação foi o fato de terem atentado contra a vida de Lucas.

Os jornais não falavam de outra coisa e faziam questão de focar no sangue frio da ex- primeira-dama e no fato de que foi sua ambição desmedida a principal causadora de sua morte.

Ainda bem que logo após tudo isso, recebemos visita de Consuelo, Benito e Maite. Eles passaram três dias conosco, o que deixou Lucas imensamente feliz por ter todas as pessoas que amava a sua volta.

Christopher também aproveitou para agradecer à família de Maite por terem ajudado a criar Lucas e por toda ajuda e suporte que me ofereceram durante os anos.

Consuelo, como sempre, não conseguia esconder sua admiração pelo nosso presidente e deixou claro o quanto torceu por nós.

Durante sua estada, Maite me confidenciou que resolveu terminar tudo com Daniel. Saber que ele mentira acabou esfriando um pouco dos sentimentos que nutria por ele e após se dar conta de que jamais conseguiria confiar nele de novo, preferiu não insistir.

Em um primeiro momento, eu achei que ela estava sendo radical, mas depois de escutar seus argumentos, percebi que tinha razão. O trabalho de Dan era perigoso. Gostando dela ou não, ele era um agente que, volta e meia, seria chamado para alguma missão e ela não saberia viver com o medo de que ele não retornasse. Por isso decidiu que seria melhor dar outros rumos para sua vida.

De minha parte, deixei claro que a apoiaria na decisão que tomasse.

No último dia deles em Nova York, Alexandra fez questão de que todos almoçassem juntos. Victor, Alexandra e Rafael apareceram acompanhados de Louise Uckermann e seu marido, Tony Osborne, que haviam chegado de viagem e estavam ansiosos para conhecer Lucas.

Foi um dia agradável, onde ninguém tocou no nome de Natália ou em assuntos que pudessem me deixar desconfortável.

Havia uma elegância natural em todos eles que os pedia de serem indelicados, instintivamente, sabiam que eu e Christopher só queríamos continuar de onde paramos, sem ficar remoendo todo mal que nos fizeram.

– Estou curiosa, mas adoro quando você faz esse tipo de surpresa, lembra a época que namorávamos – falei para Christopher enquanto ele guiava com olhos vendados pela cobertura.

Em meio a toda aquela confusão, eu não estava animada para comemorar meu aniversário, mas Christopher disse que não deixaria aquela data passar em branco, então pediu que Alexandra e Victor ficassem com Lucas e armou uma pequena surpresa para mim.

Quando ele tirou a venda dos meus olhos, fiquei de boca aberta ao ver o tapete de rosas vermelhas na área externa da cobertura.

O lugar estava todo decorado com rosas vermelhas e velas decorativas.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora