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DULCE MARIA

Mesmo após o banho delicioso que tomei, ainda me sentia um pouco ansiosa. Minha cabeça não parava de criar fantasias sobre como seria aquela noite e nenhum dos cenários conseguiu me acalmar.

Numa tentativa de aplacar um pouco do meu nervosismo, resolvi bisbilhotar as coisas de Christopher, antes de me juntar a ele. A bancada de mármore era bem extensa e sobre ela havia cosméticos masculinos e alguns perfumes de marcas variadas.

Como a boa curiosa que era, abri a tampinha de todos eles para saber qual possuía a fragrância que ele usava normalmente. Todos eram maravilhosos, mas nenhum tinha o cheiro que me levava às nuvens.

Então me lembrei de que Christopher havia acabado de chegar de viagem e que seu perfume ainda devia estar guardado na mala.

Ótimo, agora pare de ser enxerida e termine de se arrumar, minha mente ralhou e tive que concordar. Não dava para ficar ali a tarde inteira.

Enquanto secava os cabelos, fiquei pensando no que usar para passar o restante do sábado com Christopher em sua cobertura.

Ao terminar o que estava fazendo, decidi não usar maquiagem, por achar que não combinava com a ocasião, mas antes de sair do banheiro, passei meu perfume, queria estar cheirosa para ele.

Voltei ao quarto e abri minha mala. Depois de pensar um pouco, optei por uma bermuda de alfaiataria preta com detalhes em branco e uma regata de seda creme com decote redondo.

Ao me olhar no espelho, gostei bastante do que vi, ficou leve e casual.

Estava pronta para sair, mas ao pegar meu celular, vi que havia várias mensagens do nosso grupo de amigos. Christian, sabendo que Blanca tinha viajado, estava agitando para que saíssemos mais tarde. Maite, entretanto, desconversou e para me encobrir, disse que nós aproveitaríamos para sair com os pais dela.

Após confirmar a mentira, mandei uma mensagem em privado para ela dizendo que depois entraria em contato, mas que estava tudo bem.

Deixei o celular em cima da cama e caminhei até as amplas janelas do quarto. A vista, como imaginei, era simplesmente deslumbrante, eu poderia ficar horas admirando a beleza e grandiosidade de Nova York.

— O almoço está pronto — Christopher avisou após bater levemente na porta.

Virei-me e sorri para ele.

Imediatamente me dei conta de que sorria muito quando estava em sua presença. Mas não podia ser diferente, Christopher me deixava feliz. Era só olhar para ele que me pegava rindo feito uma tola e desejando coisas que só me permiti almejar em meus sonhos.

— Ótimo, estou faminta.

Ele também sorriu, estendeu a mão para que eu a pegasse e me guiou até sua ampla sala de jantar, onde a mesa estava posta para dois.

— Está cheirando maravilhosamente bem — falei, sentindo o odor que tomava o ambiente.

— Pedi de um ótimo restaurante, como quase não fico em casa, não mantenho nenhum funcionário fixo — explicou ao puxar uma cadeira para mim.

— E quem limpa tudo isso? — perguntei, sem pensar.

— O que foi, ficou com medo de ter que fazer isso essa semana? — ele brincou, provavelmente se lembrando do dia em que me pegou fazendo faxina.

— Era só o que me faltava, , me tirar de casa para me transformar em uma gata borralheira — retornei a brincadeira e ambos rimos.

— Nunca faria isso — garantiu, pegando minha mão por cima da mesa e a acariciando. — A governanta de minha mãe é quem providencia toda a arrumação, geralmente quando estou trabalhando. Pode parecer frescura, mas não gosto da sensação de ter pessoas estranhas dentro de casa. Mesmo a sala onde meus seguranças ficam, é fora da cobertura, pois prezo muito pela minha privacidade.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora