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DULCE MARIA

No momento em que Christopher disse que tinha conseguido um lugar onde eu poderia descansar, achei que estivesse se referindo a algum hotel próximo ao hospital, mas meus olhos quase caíram do rosto quando o segurança me levou à Blair House. Segundo o rapaz, ali era mais seguro do que um hotel, onde qualquer pessoa poderia ter acesso.

E ele não estava errado, por isso apenas aceitei.

Quando finalmente me instalei no quarto que me foi designado, segui direto para o banho e perdi a conta de quantos minutos permaneci embaixo daquele jato de água quente.

Meus nervos estavam tensos e eu não conseguia me desligar de tudo que estava acontecendo minha volta.

Saí do banho enrolada em uma toalha e só quando voltei ao quarto foi que me dei conta de que não tinha levado nada para vestir. A verdade era que fui pega completamente desprevenida com o acidente e a viagem repentina e, além das roupas com que fui para o hospital, eu tinha mais uma calcinha e uma blusa, ambas as peças compradas na loja de conveniência do hospital.

O problema era que eu acabei me esquecendo de pegar a blusa e a calcinha que eu havia lavado e deixado dobradas no armário do quarto de Lucas.

Lembrando-me do roupão que havia visto no banheiro, voltei lá e o coloquei, antes de me jogar na cama.

Estava tão cansada que acabei cochilando por mais de uma hora, acordando apenas quando escutei alguém batendo à porta.

Apertando o roupão, fui atender e levei um susto ao ver Christopher ali, com um celular nas mãos, digitando alguma coisa.

–Achei que fosse ficar no hospital – falei, um tanto irritada por ele estar descumprindo o nosso combinado.

– Eu iria, mas Rafael deu com a língua nos dentes e acabou contando para os meus pais. Os três chegaram lá há pouco e foram direto para o hospital a fim de conhecer Lucas.

– Oh, meu Deus! Não quero nem pensar no que deve estar passando por suas cabeças.

– Minha mãe fez o maior escândalo do mundo quando soube que tinha um neto e meu pai não ficou atrás. Então, depois que relatei tudo que tinha acontecido, eles pediram para ficar lá e eu concordei.

Eu podia imaginar a euforia de Alexandra ao descobrir sobre a existência do neto e o quanto devia estar curiosa para conhecê-lo, mas, e a meu respeito, o que ela estaria pensando?

– Entendo.

– Mas então foi a vez de Consuelo chegar e como ela disse que passaria a noite com ele, eu aproveitei para vir conversar com você.

– Ah, tudo bem, pode entrar.

Christopher passou por mim e eu fechei a porta, mas na mesma hora me arrependi, pois o cheiro dele tomou todo o ambiente.

Sem graça, falei a primeira coisa que me passou pela cabeça:

– Desculpe por estar vestida assim, mas eu não tenho roupas, amanhã vou dar um jeito.

– Já mandei providenciar, eles devem entregar amanhã de manhã.

Pare de ser tão lindo e prestativo. Assim eu não aguento!

– Muito obrigada – agradeci, sentindo que havia ficado corada.

Atravessei o quarto e me sentei na parte da frente da cama, já ele, permaneceu em pé.

– Estou ouvindo – falei.

– Primeiro eu queria te dizer que já há pessoas trabalhando para tentar encontrar quem está por trás disso. E enquanto essa investigação estiver acontecendo, você, Lucas e a família de Maite ficarão sob a proteção da agência de vigilância que contratei.

O políticoOnde histórias criam vida. Descubra agora