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S/n pov.
Era uma noite quente de verão em Belo Horizonte, e eu estava prestes a embarcar em uma nova fase da minha vida. Depois de anos de treino e sacrifício, finalmente havia assinado contrato com o Cruzeiro, um dos times mais tradicionais do futebol feminino no Brasil. A emoção ainda pulsava em meu coração, mas o que eu não esperava era que a noite anterior à minha apresentação seria tão memorável e, ao mesmo tempo, complicadora.
Paloma Maciel, a estrela do time e uma jogadora que eu admirava imensamente, havia me convidado para uma celebração. Era uma forma de dar boas-vindas, segundo ela. Nos encontramos em um bar próximo ao centro, onde a música alta e as risadas pareciam prometer uma noite divertida. O clima entre nós era descontraído, e conforme as horas passavam, a conversa fluía como um bom vinho.
A bebida ajudou a desinibir, e entre brindes e risadas, a tensão que se acumulava no ar se transformou em algo mais. O olhar de Paloma me prendia de uma forma intensa, e quando percebi, já estávamos trocando beijos, os corpos colados, a química entre nós inegável. A noite se desenrolou em uma mistura de risos, sussurros e toques, até que tudo se tornou uma dança apaixonada que culminou em um momento quente e íntimo.
No entanto, o sol nasceu e trouxe consigo uma realidade que eu não estava pronta para enfrentar. Acordei em um quarto que não era o meu, a luz filtrando-se pelas cortinas e trazendo à tona a confusão dos acontecimentos. O meu coração disparou ao lembrar da noite anterior. Eu sabia que precisava me arrumar e ir para a apresentação do time, mas a ideia de encarar Paloma após tudo o que aconteceu me deixava nervosa.
Quando finalmente cheguei ao campo, o ambiente estava cheio de energia, mas o meu foco estava em um único lugar: Paloma. Ela estava lá, com seu sorriso brilhante, mas havia uma tensão no ar que eu não conseguia ignorar. O olhar dela se encontrou com o meu, e um frio na barriga me atravessou. O que diríamos uma à outra? Como lidaríamos com o que aconteceu?
A apresentação começou, e enquanto os treinos e as entrevistas se desenrolavam, eu tentava desviar o olhar dela, mas era impossível. O clima entre nós era palpável, uma mistura de camaradagem e algo mais que pairava no ar. O dia avançava, mas a incerteza sobre o que viria a seguir me atormentava. Seria possível que fôssemos capazes de separar a profissional da pessoal? Ou aquela noite mudaria tudo para sempre?
Conforme o dia se desenrolava, eu sabia que precisaria de coragem. Coragem para enfrentar Paloma, coragem para falar sobre o que aconteceu e, principalmente, coragem para entender o que nós realmente éramos uma para a outra. O futebol era a nossa paixão, mas havia algo a mais que nos unia, e eu estava determinada a descobrir o que era.
O treino do dia foi intenso, como esperado. As vozes das minhas novas colegas ecoavam pelo campo, e a energia era contagiante. No entanto, minha mente estava longe, ocupada com a lembrança da noite passada e com a ansiedade de confrontar Paloma. A cada passe, a cada drible, eu tentava me concentrar, mas a imagem dela – com seu sorriso confiante e olhar penetrante – não saía da minha cabeça.
