Acordei com uma dor de cabeça pulsante, a realidade da noite anterior me atingindo como um caminhão. Tentei abrir os olhos, mas a luz parecia muito intensa. Enquanto tentava me lembrar de algo da festa, tudo estava confuso e nebuloso, como uma névoa que se recusa a se dissipar.
Levantei-me com dificuldade, ignorando a dor que latejava na minha cabeça. Um banho gelado parecia a única solução. Após alguns minutos debaixo do chuveiro, a água fria ajudou a clarear um pouco os pensamentos, e a sensação revigorante me trouxe de volta à realidade.
Depois de me vestir, decidi descer para o andar de baixo. Ao abrir a porta, senti um leve arrepio, mas ao mesmo tempo uma familiaridade acolhedora na casa. Quando cheguei à cozinha, encontrei meus pais e meus tios já tomando café, o aroma do café fresco preenchendo o ar.
— Bom dia, filho! — Meu pai me cumprimentou, sorrindo.
— Como você está se sentindo? — Minha mãe perguntou, preocupada.
— Um pouco de dor de cabeça, mas estou vivo — Respondi, tentando forçar um sorriso.
Enquanto eles continuavam a conversar, não pude evitar uma pontada de saudade. A ausência de Olívia era notável. Ela sempre teve uma presença que iluminava o ambiente, e, de repente, percebi que sentia falta dela mais do que esperava. Eu achava que ela ainda estaria dormindo, então não me preocupei muito, mas a ideia de não vê-la naquela manhã deixou um vazio em mim.
Meus tios comentavam sobre os planos para o dia, mas minha mente estava distante. O que mais me intrigava era como a ideia de Olívia não estar ali me incomodava.
Enquanto tentava me concentrar nas conversas ao meu redor, Olívia apareceu. Ela vinha do seu quarto, radiante, com a luz da manhã iluminando seu rosto. Usava uma regata branca e shorts marrons de jeans, os cabelos loiros soltos caindo suavemente sobre os ombros. Um perfume leve e doce se instalou pelo ambiente, quase me fazendo esquecer a dor de cabeça.
Não consegui tirar os olhos dela. Ela parecia tão vibrante e cheia de vida, como se a luz do sol estivesse refletida em cada movimento que fazia. Nossos olhares se cruzaram por um breve momento, e algo dentro de mim se agitou. Um turbilhão de sentimentos começou a borbulhar, questionando o que exatamente estava acontecendo em meu interior quando ela estava por perto.
Olívia sorriu para mim, um sorriso que parecia carregar todo um mundo de significados. Eu me sentia confuso mais uma vez, tentando entender a intensidade dessa conexão. O que era isso que brotava dentro de mim sempre que estávamos no mesmo ambiente? Por que eu me sentia tão atraído, tão ansioso por uma resposta que não sabia se existia?
Ela se juntou à mesa, e a conversa continuou, mas minha mente estava longe. O brilho nos olhos dela e a forma despreocupada com que interagia com todos ao redor só aumentavam a confusão que me dominava. Eu queria saber mais sobre o que se passava na cabeça dela, se ela sentia algo parecido ou se tudo isso era apenas um eco da minha própria confusão.
O café começou a esfriar na xícara, mas a única coisa que eu conseguia pensar era nela. A dinâmica entre nós parecia ter mudado, mesmo que eu não soubesse exatamente como. Um misto de curiosidade e ansiedade me acompanhava, enquanto tentava me inserir na conversa ao meu redor, mas a presença de Olívia ocupava todos os meus pensamentos.
Enquanto eu estava perdido em meus pensamentos sobre Olívia, a conversa na mesa começou a mudar de assunto. Meus pais e meus tios começaram a discutir planos para a noite, e logo a ideia de ir jogar boliche surgiu.
— O que vocês acham de irmos jogar boliche hoje à noite? — Sugeriu meu tio, com um brilho nos olhos.
— Adoro essa ideia! — Minha mãe respondeu, animada. — Faz tanto tempo que não jogamos juntos.
— Eu também! — Meu pai se juntou à empolgação. — Sempre foi um dos meus favoritos. E quem sabe, se a gente se organizar, pode ser uma competição amistosa.
A animação deles era contagiante. Eu não consegui evitar um sorriso. O boliche sempre foi um dos meus esportes favoritos, e a ideia de passar a noite jogando com a família parecia ótima. Eu me vi me imaginando jogando, rindo e competindo, e a expectativa começou a crescer dentro de mim.
— Então está combinado! — Disse minha mãe. — Vamos nos encontrar por volta das oito?
— Perfeito! — Respondi, agora verdadeiramente empolgado.
Meus tios começaram a comentar sobre os melhores lugares e suas melhores jogadas do passado, e a conversa fluiu facilmente. Enquanto eles riam e se divertiam, uma parte de mim ainda estava ciente da presença de Olívia, que estava ali, mas ao mesmo tempo distante. O contraste entre a animação da família e a confusão que eu sentia em relação a ela parecia ainda mais intenso.
Concentrei-me nos planos do boliche, esperando que, à medida que a noite se aproximasse, pudesse encontrar uma maneira de esclarecer o que estava acontecendo em minha cabeça — e no meu coração — quando se tratava de Olívia.
Depois do café da manhã, o dia seguiu tranquilo, mas minha mente não conseguia se afastar de Olívia. Enquanto os adultos conversavam e faziam planos, eu tentei me distrair com algumas tarefas simples. Ajudei a organizar algumas coisas na sala e até ajudei a preparar o almoço, mas, a cada instante livre, meus pensamentos voltavam a ela.
Após o almoço, decidi aproveitar a piscina. A água fresca era revigorante, e eu esperava que a adrenalina do mergulho pudesse me ajudar a clarear a mente. No entanto, mesmo lá, não consegui evitar que a imagem de Olívia se infiltra-se em meus pensamentos. Eu nadava e brincava, tentando me distrair, mas seu sorriso e a forma como ela iluminava a sala não saíam da minha mente.
Quando voltei para casa, meu tio estava assistindo a um jogo de futebol na TV. Juntei-me a ele, tentando me envolver na conversa, mas o jogo apenas me serviu como pano de fundo. Eu pensava em como seria interessante se Olívia estivesse ali, rindo e torcendo. Era como se tudo ao meu redor me lembrasse dela.
À medida que a tarde se aproximava, comecei a me preparar para a saída. Tomar um banho frio foi revitalizante, e, enquanto me vestia, a expectativa crescia dentro de mim. Escolhi uma camiseta que sempre gostei, um jeans escuro e um par de tênis confortáveis. Olhei no espelho, tentando me sentir confiante, mas o pensamento de Olívia ainda pairava como uma sombra, instigando uma mistura de ansiedade e curiosidade.
Por volta das sete e meia, desci novamente para o andar de baixo, onde a agitação estava crescendo. Meus pais e meus tios estavam animados, trocando histórias e rindo. Eu estava ansioso para chegar ao boliche, não só pela diversão, mas também pela possibilidade de ver Olívia e talvez entender melhor o que estava acontecendo entre nós.
— Pronto para ir, Nicholas? — Meu pai perguntou, me puxando de volta à realidade.
— Quase! — Respondi, tentando ocultar o nervosismo na minha voz.
Às oito em ponto, todos já estavam prontos. Um sentimento de expectativa crescia em mim enquanto nos dirigíamos para a saída. A noite estava apenas começando, e eu mal podia esperar para ver o que aconteceria no boliche.
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Além do laço de Sangue
RomanceOlivia e Nicholas sempre tiveram uma conexão especial. Desde crianças, passavam as férias de verão juntos na casa dos avós, correndo pelo quintal, rindo de piadas bobas e explorando o mundo ao seu redor. Com o tempo, aquela amizade inocente foi ganh...