Assim que entrei no quarto de Nicholas, meus olhos pousaram na cama, onde ele havia colocado algumas barras de Snickers e pacotes de jujubas, cuidadosamente organizados. Um sorriso nasceu no meu rosto ao ver aquele gesto simples, mas cheio de carinho e cuidado. Antes que eu pudesse dizer algo, senti seus braços me envolvendo por trás e um beijo suave sendo depositado em meu pescoço. Relaxei contra ele, fechando os olhos, deixando-me levar pela segurança e conforto de estar ali.— Não tá à altura do que você merece, mas foi o melhor que consegui arrumar em vinte minutos — Ele murmurou, apoiando o queixo no meu ombro.
Deixei meu celular e carregador sobre a escrivaninha ao lado e me virei para ele, nossos olhares se encontrando. — Está perfeito, Nicholas. Eu adorei — Falei, sorrindo enquanto enlaçava meus braços em torno de seu pescoço. — Sabe que prefiro algo assim a uma produção super chique.
Ele riu baixinho, acariciando meu rosto. — Eu queria que você soubesse o quanto é especial pra mim.
Meus olhos suavizaram, e eu levei a mão ao seu cabelo, brincando com as pontas enquanto o olhava nos olhos. — Você também é muito especial pra mim, Nicholas. E eu... não quero que nada mude entre a gente de novo.
Ele me olhou, seus olhos sérios e gentis. — Nada vai mudar, Olivia. Eu prometo.
Seus lábios encontraram os meus, e nos envolvemos em um beijo lento e profundo, uma sensação de paz e de intensidade ao mesmo tempo. Cada movimento parecia sincronizado, nossos corpos falando mais do que qualquer palavra poderia expressar.
Quando finalmente nos afastamos, perguntei, um sorriso brincando em meus lábios: — E então, qual filme escolheu pra gente?
— O Massacre da Serra Elétrica. Ele é bem famoso. Só não me diz que já assistiu — Ele disse, me lançando um olhar divertido.
Eu já tinha visto o filme, mas não queria estragar o entusiasmo dele. Nicholas claramente se esforçou para montar essa noite especial, então resolvi omitir.
— Você teve sorte, esse eu ainda não vi! — Respondi, piscando.
— Ótimo! Então vamos ver — Ele disse, sorrindo, antes de se afastar. Uma parte de mim sentiu falta imediata do seu toque.
— Posso colocar meu celular pra carregar aqui? — Perguntei, apontando para a tomada ao lado de seu criado-mudo.
— Claro, fica à vontade — Ele respondeu, ainda organizando algumas coisas ao redor da cama.
Coloquei o celular para carregar e me sentei na cama, pegando uma barra de Snickers enquanto ele abria o frigobar. Nicholas voltou com duas latas de Coca Zero, uma para mim e outra para ele. Ele se acomodou ao meu lado, me entregando a lata com um sorriso.
— Obrigada — Disse, abrindo a lata e tomando um gole.
Ele esticou a mão e desligou a última luz do quarto, deixando apenas a iluminação suave da TV, que já estava na tela inicial do filme. O ambiente ficou aconchegante, com um clima quase íntimo, só nós dois na penumbra.
Nicholas deu play no filme, e logo os sons sombrios começaram a preencher o quarto. Ao contrário do que ele esperava, eu não ficava com medo de filmes de terror. Na verdade, esse era meu gênero favorito, mesmo que alguns sustos inevitáveis ainda conseguissem me pegar de surpresa.
Alguns minutos depois, enquanto uma cena especialmente tensa passava, eu deixei escapar um pequeno susto, e ele riu, virando-se para mim.
— Ah, eu sabia que você ia pular! Admito que escolhi esse só pra ver essa reação — Ele disse, divertindo-se.
Revirei os olhos, sorrindo. — Você me conhece bem demais, hein?
Ele deu uma risadinha e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos sob a coberta. Com o filme rolando e o ambiente confortável, me senti em paz, como se esse momento, por mais simples que fosse, fosse tudo o que eu precisava.
E assim, enquanto assistíamos ao filme, entre olhares e risos, percebi que não precisava de mais nada. Estar ali, com Nicholas ao meu lado, compartilhando esse tempo, era exatamente onde eu queria estar.
Enquanto o filme avançava, as cenas ficavam cada vez mais intensas. Mesmo sem medo, eu ainda me sobressaltava em alguns momentos, o que fazia Nicholas sorrir ao meu lado. Ele não perdeu nenhuma chance de me provocar, como se tentasse tirar vantagem dos meus sustos para brincar. Mas, no fundo, eu sabia que ele estava adorando cada segundo.
Quando o filme finalmente terminou, Nicholas desligou a TV e acendeu a luz do quarto, piscando algumas vezes para se acostumar. Eu, ainda um pouco dispersa pelo suspense do filme, me ajeitei na cama, rindo ao lembrar do final.
— Não sei, o vilão correndo atrás de todo mundo com aquela motosserra... achei que foi um exagero — Comentei, ainda sorrindo.
Ele balançou a cabeça, rindo junto. — Sério? Eu achei que você ia gostar daquilo! Foi icônico!
— Claro, foi engraçado, mas acho que já vi sustos melhores. Esperava um pouco mais de mistério, sabe? — Falei, me espreguiçando.
Ele riu. — Pois é, próximo filme eu escolho um clássico do suspense, sem tanta brutalidade. Acho que já entendi o seu estilo.
Peguei meu celular sobre o criado-mudo e, ao desbloqueá-lo, vi que já passava da meia-noite. Suspirei, percebendo que o tempo havia passado rápido demais. Levantei da cama e comecei a juntar os pacotes de doces espalhados, organizando-os antes de me despedir.
— Ei, você não precisa arrumar isso. Eu dou conta depois — Nicholas disse, estendendo a mão como se quisesse me impedir.
— Claro que preciso! — Falei, ajeitando os pacotes sobre o criado-mudo. — Já passou da meia-noite, e acho que é hora de eu dormir.
Ele hesitou por um momento, parecendo um pouco sem jeito.
— Quer dizer... você não quer dormir aqui? Quero dizer, comigo.
Parei, encarando-o enquanto um sorriso suave aparecia no rosto dele, e senti meu coração disparar. Ele parecia quase nervoso, o que o deixava ainda mais adorável.
— Bom... — Respondi, sorrindo. — Se você não se incomodar, vou aceitar. Só preciso escovar os dentes antes.
Ele assentiu rapidamente, visivelmente mais relaxado. — Claro, vai lá. Vou te esperar aqui
Saí do quarto dele com um sorriso leve no rosto, sentindo o calor das últimas horas ainda pulsando em mim, enquanto ia até o banheiro, pronta para voltar e aproveitar o resto da noite ao lado de Nicholas.
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Além do laço de Sangue
RomansOlivia e Nicholas sempre tiveram uma conexão especial. Desde crianças, passavam as férias de verão juntos na casa dos avós, correndo pelo quintal, rindo de piadas bobas e explorando o mundo ao seu redor. Com o tempo, aquela amizade inocente foi ganh...