Narrador
Nicholas deixou a festa em passos lentos, sentindo o frescor da madrugada se misturar ao calor do álcool em seu sangue. A embriaguez o envolvia, mas seus pensamentos estavam focados em uma única pessoa: Olívia. Era quase inevitável. Durante toda a noite, ele tentara desviar sua atenção, se entregar à festa e ao entusiasmo das pessoas ao seu redor, mas no fundo sabia que tudo o que realmente desejava era estar com ela.
No carro, enquanto as ruas passavam em um borrão, Nicholas sentia o efeito do álcool lhe dar uma coragem que normalmente faltava. Pensava em como Olívia estava sempre lá, naqueles momentos tranquilos, silenciosos, que ele tanto valorizava. Em como o sorriso dela, discreto e quase tímido, parecia ter um efeito maior sobre ele do que qualquer festa ou multidão.
Por que ele havia demorado tanto para admitir? Sabia que os sentimentos por Olívia não eram mais uma simples amizade, e talvez nunca tivessem sido. Hoje, contudo, impulsionado pela coragem momentânea do álcool, ele se sentia pronto para abrir o jogo.
Ao chegar em casa, sentiu o coração bater acelerado. Pela primeira vez, estava decidido. Não importava o que acontecesse ou como ela reagiria. Ele precisava contar a verdade, confessar tudo o que sentia.
Nicholas saiu do carro e caminhou em direção à porta de casa, o coração batendo rápido, como se antecipasse o que estava prestes a fazer. O silêncio da madrugada era quase absoluto, exceto pelo som suave de seus passos ecoando na entrada. A embriaguez ainda estava presente, mas era como se, a cada passo, ele se sentisse mais sóbrio — e mais certo do que precisava fazer.
Ao girar a chave na fechadura e entrar, a familiaridade do ambiente trouxe um conforto momentâneo. Fechou a porta atrás de si, respirando fundo, como se precisasse reunir todas as suas forças para o que viria a seguir. No fundo, sabia que talvez fosse o momento mais importante de sua vida.
Nicholas olhou em direção à escada que levava ao andar superior, onde ficava o quarto de Olívia. Cada degrau parecia carregar uma mistura de ansiedade e determinação. Ele subia devagar, os passos hesitantes, tentando se controlar, tentando conter a mistura de sentimentos que borbulhavam em seu peito. Quando alcançou o topo da escada, fez uma pausa. O corredor estava escuro, apenas um leve feixe de luz da lua entrava pela janela, projetando sombras suaves nas paredes.
Ele respirou fundo, quase como se pudesse ouvir o próprio coração. O corredor parecia mais longo do que o normal, cada passo em direção ao quarto de Olívia era uma reafirmação do que ele queria dizer. Uma vez em frente à porta, parou, observando a madeira clara e a maçaneta que, de repente, parecia tão pesada.
Nicholas levou a mão ao peito, sentindo o coração acelerar ainda mais. Era agora.
Nicholas respirou fundo, sentindo o nervosismo tomar conta dele. Com a mão trêmula, ele deu três batidinhas na porta do quarto de Olívia, o som ecoando no silêncio da casa.
— Olívia! — Chamou, sua voz firme, mas com um leve tremor que traiu sua ansiedade. — Você está acordada?
Ele ficou em pé ali, esperando, ouvindo o silêncio que se seguiu. A luz da lua filtrava-se pela janela, e ele se permitiu um momento para contemplar o que estava prestes a fazer. As dúvidas e medos começaram a surgir, mas ele se lembrou do impulso que o trouxera até ali. Precisava ser honesto, precisava abrir seu coração.
Após alguns instantes que pareceram eternos, finalmente ouviu um movimento do lado de dentro. A porta se abriu lentamente, revelando Olívia, com os cabelos soltos e uma expressão de surpresa em seu rosto. Ela parecia confusa, os olhos ainda um pouco sonolentos, mas havia algo mais ali — um brilho de curiosidade que o fez sentir uma onda de esperança.
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Além do laço de Sangue
RomanceOlivia e Nicholas sempre tiveram uma conexão especial. Desde crianças, passavam as férias de verão juntos na casa dos avós, correndo pelo quintal, rindo de piadas bobas e explorando o mundo ao seu redor. Com o tempo, aquela amizade inocente foi ganh...